Sergipe atinge 253 MW em energia solar e fortalece a transição energética no Brasil com investimentos, empregos e avanços sustentáveis.
O estado de Sergipe vem consolidando sua posição como destaque nacional na geração de energia solar. Sergipe atinge 253 MW de potência em energia solar, um marco que reflete não apenas números expressivos, mas também um movimento contínuo em direção a um futuro mais limpo e sustentável.
Esse avanço acompanha um cenário global de expansão da energia renovável, no qual o Brasil desempenha papel estratégico. Em Sergipe, a energia solar já se tornou parte essencial da matriz elétrica, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais que transformam a realidade de milhares de pessoas.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o estado já possui mais de 21 mil conexões solares ativas, espalhadas pelos 75 municípios. Isso significa que 100% das cidades sergipanas participam dessa transição energética, reforçando a descentralização do acesso e a democratização da geração elétrica.
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Além dos números, esse avanço evidencia como a sociedade e o setor privado podem trabalhar juntos. Projetos comunitários de energia solar começam a surgir, incentivando bairros inteiros a produzirem eletricidade limpa. Dessa forma, além de economizar, os moradores passam a colaborar na redução de emissões e fortalecem a rede local.
História e evolução da energia solar em Sergipe
O processo de inserção da energia solar no Brasil começou oficialmente em 2012, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a chamada geração distribuída. A partir dessa mudança, consumidores passaram a ter o direito de gerar a própria energia e compensar a produção excedente na rede.
Em Sergipe, esse movimento ganhou força ao longo da última década. Desde então, o estado atraiu mais de R$ 1,1 bilhão em investimentos privados, que resultaram na criação de 7,6 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, foram arrecadados R$ 300 milhões em tributos, fortalecendo a economia local e aumentando a receita pública.
A geração distribuída se espalhou principalmente por telhados residenciais, comércios, indústrias e pequenos terrenos. Mais de 33 mil consumidores sergipanos já produzem sua própria energia solar, conquistando autonomia elétrica e reduzindo significativamente os custos na conta de luz.
Além disso, projetos educacionais voltados à energia solar se expandiram em escolas técnicas e universidades. Esses programas capacitam jovens e profissionais, fortalecendo a mão de obra local e criando oportunidades de inovação tecnológica. Com isso, Sergipe passa a investir não apenas em energia, mas também em conhecimento e desenvolvimento humano.
Benefícios da geração solar para consumidores e sociedade
Um dos maiores atrativos da energia solar está na economia direta. Estudos da consultoria Volt Robotics, encomendados pela Absolar, mostraram que até 2031 a economia líquida para a sociedade brasileira pode superar R$ 84,9 bilhões.
Esse valor não beneficia apenas quem instala sistemas fotovoltaicos. Toda a população se favorece, porque a energia solar reduz a necessidade de acionamento de termelétricas caras e poluentes, alivia a rede elétrica e ajuda a estabilizar tarifas.
Além do aspecto financeiro, a geração solar fortalece a segurança energética. Consumidores que produzem sua própria energia tornam-se menos dependentes de variações no setor elétrico, o que reduz riscos de apagões e amplia a confiabilidade da rede.
Ainda mais, a expansão da energia solar cria oportunidades para a indústria local de equipamentos. Fabricantes e prestadores de serviços podem desenvolver soluções adaptadas às necessidades regionais, fortalecendo a economia interna e estimulando a inovação tecnológica.
Políticas públicas e desafios regulatórios
Apesar dos avanços, especialistas alertam que Sergipe e o Brasil ainda precisam de políticas públicas mais robustas. A Absolar defende a criação de programas específicos para incluir a energia solar em prédios públicos, casas populares e projetos de universalização do acesso à eletricidade.
Esse tipo de incentivo pode transformar o setor ainda mais. A inclusão da tecnologia em habitações populares, por exemplo, democratizaria o acesso e reduziria desigualdades sociais, além de ampliar a geração de empregos locais.
No campo regulatório, tramitam no Congresso Nacional as Medidas Provisórias nº 1300/2025 e nº 1304/2025, que tratam da reforma do setor elétrico. A Absolar defende que essas propostas tragam soluções para problemas da geração distribuída, especialmente a exclusão de qualquer tratamento discriminatório a consumidores que participam do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE).
Além disso, especialistas destacam a necessidade de simplificação de processos burocráticos para instalação de sistemas solares, o que aceleraria a expansão da geração distribuída e aumentaria a competitividade do setor.
Apoio popular e importância social da energia solar
Pesquisas apontam que nove em cada dez brasileiros desejam gerar a própria energia limpa. Esse dado mostra como a energia solar conquistou amplo apoio social e popular, tornando-se parte do imaginário coletivo de sustentabilidade.
Para Bárbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da Absolar, mudar as regras recentemente aprovadas pela Lei 14.300/2022 seria um erro estratégico. Isso poderia gerar insegurança jurídica, aumentar a judicialização do setor e atrasar a transição energética justa e sustentável que o país necessita.
Além disso, a energia solar promove educação ambiental. Moradores e comunidades aprendem sobre consumo consciente e redução de impactos climáticos, criando uma cultura de sustentabilidade que se espalha para além do setor energético.
O futuro da energia solar em Sergipe
Sergipe tem potencial para crescer ainda mais. Com altos índices de radiação solar e um mercado consumidor cada vez mais consciente, o estado pode dobrar sua capacidade instalada nos próximos anos. Para isso, será essencial combinar investimentos privados, políticas públicas de incentivo e estabilidade regulatória.
A energia solar não é apenas uma alternativa, mas uma solução estratégica para o futuro energético do Brasil. Sergipe demonstra isso ao integrar sustentabilidade, economia e geração de empregos em um mesmo caminho.
Quando olhamos para os números, enxergamos progresso. Contudo, quando observamos os impactos sociais e ambientais, percebemos que a energia solar já transformou vidas e comunidades em Sergipe. Esse movimento sinaliza que o estado continuará liderando a transição energética e servirá de exemplo para outras regiões do país.
Sergipe como referência em energia renovável
O marco de Sergipe atingir 253 MW de potência em energia solar é mais do que um dado técnico. Ele representa uma mudança estrutural que conecta desenvolvimento econômico, justiça social e preservação ambiental.
À medida que o mundo acelera a transição energética, Sergipe mostra que investir em fontes renováveis é possível, viável e benéfico para toda a sociedade. O estado revela, portanto, que a energia solar já não é o futuro, mas sim o presente da matriz elétrica brasileira.