A Amazon lançou na manhã desta segunda-feira (30), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, mais 27 satélites do Projeto Kuiper, elevando para 54 o número de unidades em órbita baixa da Terra. A ação marca uma nova etapa da empresa na corrida por oferecer internet global via satélite, desafiando diretamente a rede Starlink da SpaceX.
O lançamento ocorreu às 6h54 (horário local) com o foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), e foi conduzido sem contratempos. Após a liberação dos satélites, o controle da missão foi transferido para o centro operacional da Amazon em Redmond, Washington, onde os sistemas começaram a ser ativados.
Embora ainda distante da marca da concorrente — que já possui mais de 7.500 satélites operacionais — a Amazon mantém seu plano de longo prazo de lançar 3.263 satélites nos próximos anos, consolidando sua presença no setor de conectividade espacial.
Corrida acirrada pelo domínio da internet orbital
A missão, batizada de KA-02, é a segunda do Projeto Kuiper e representa uma virada de chave para o projeto da Amazon. O ritmo de expansão ainda é gradual, especialmente quando comparado à velocidade da Starlink, que tem lançado dezenas de satélites por mês.
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A empresa de Jeff Bezos optou por seguir com lançamentos via ULA, mesmo tendo a Blue Origin como sua própria empresa aeroespacial. O motivo seria a busca por estabilidade e confiabilidade na fase inicial da constelação.
Além de competir pelo mercado de internet via satélite, o Projeto Kuiper poderá futuramente integrar os principais serviços da Amazon, como Alexa, AWS e Prime Video, ampliando sua oferta digital com uma infraestrutura própria e global.
Infraestrutura espacial molda o futuro da comunicação
A conectividade por satélite é vista como uma solução estratégica para regiões remotas, áreas de conflito ou locais sem acesso à infraestrutura terrestre. A empresa que dominar essa tecnologia poderá controlar parte significativa do tráfego digital mundial.
Com mais de 70 lançamentos planejados, a Amazon busca reduzir a diferença atual e se posicionar como um dos principais provedores de internet orbital. Os testes em solo com usuários reais devem começar ainda este ano, segundo projeções internas.
Essa infraestrutura espacial também poderá ser utilizada por governos, indústrias e empresas de tecnologia, ampliando o escopo e os impactos econômicos do projeto.
SpaceX e Amazon: uma rivalidade bilionária entre órbitas
Categoria | SpaceX | Blue Origin |
---|---|---|
Fundador | Elon Musk | Jeff Bezos |
Ano de fundação | 2002 | 2000 |
Missão principal | Colonizar Marte e reduzir os custos das viagens espaciais | Permitir que milhões de pessoas vivam e trabalhem no espaço |
Frequência de lançamentos | Alta (mais de 90 lançamentos em 2023) | Baixa (apenas alguns lançamentos por ano) |
Voos tripulados | Missões regulares com a cápsula Crew Dragon (NASA + setor privado) | Voos suborbitais de turismo com o foguete New Shepard |
Capacidade orbital | Sim (com os foguetes Falcon 9, Falcon Heavy e Starship) | Ainda não (foguete New Glenn em desenvolvimento) |
Missões lunares | Programa Artemis da NASA: Starship será o módulo de pouso tripulado | Módulo lunar selecionado, mas ainda não lançado |
Constelação de satélites | Starlink (rede de internet via satélite, com mais de 5.000 unidades) | Projeto Kuiper (fase inicial de implantação) |
Contratos com a NASA | Diversos contratos (Programa de Tripulação Comercial, Artemis, etc.) | Selecionada para missões lunares de carga e o Projeto Kuiper |
Foco em inovação | Testes rápidos, iteração ágil e cargas de lançamento pesadas | Desenvolvimento gradual, com foco em segurança e reutilização |
Engajamento público | Muito ativo, com transmissões ao vivo e presença forte nas redes sociais | Menos voltada ao público, com estratégia de marketing mais discreta |
A diferença nas abordagens é clara. A SpaceX, com seu modelo ágil, aposta em lançamentos frequentes e inovação acelerada. Já a Amazon, com perfil mais conservador, prioriza segurança, escalabilidade e integração com seus serviços já consolidados.
Apesar da vantagem atual da Starlink, a entrada definitiva da Amazon na disputa adiciona um novo grau de complexidade à corrida espacial comercial, colocando frente a frente duas das maiores empresas de tecnologia do planeta.
A competição deverá influenciar o desenvolvimento de infraestrutura digital, políticas de telecomunicações e acesso à internet em escala global nos próximos anos.
As informações foram obtidas a partir de comunicados oficiais da Amazon e de reportagem publicada pela UnionRayo sobre o lançamento da segunda missão do Projeto Kuiper.
E você, confiaria sua conexão diária à internet via satélite? Preferiria uma rede tradicional de fibra ótica ou apostaria nas novas constelações espaciais como Starlink ou Kuiper?