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captura de carbono pode salvar o planeta da crise climática: veja como florestas, fazendas e até o fundo do mar podem capturar CO₂ por milhares de anos

Escrito por Jefferson Augusto
Publicado em 09/07/2025 às 08:45
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De plantações agroflorestais a tecnologias que enterram biomassa em rochas basálticas, conheça os métodos mais promissores para retirar dióxido de carbono da atmosfera e como o agronegócio pode lucrar com isso

A captura de carbono é uma das principais estratégias globais para combater as mudanças climáticas. O processo consiste em capturar e armazenar o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera em reservatórios naturais ou artificiais. Ele está presente em práticas agrícolas, florestais, industriais e marinhas que visam reduzir os efeitos do aquecimento global.

O que é captura de carbono e por que ele é tão importante

A captura de carbono ocorre quando o CO₂ atmosférico é removido e depositado em “pools” naturais como florestas, solos e oceanos, ou em estruturas geológicas. Essa prática ajuda a compensar as emissões geradas pela queima de combustíveis fósseis, promovendo o equilíbrio do ciclo do carbono.

No meio rural, essa técnica é aplicada por meio da agricultura regenerativa, reflorestamento, manejo sustentável de florestas e recuperação de áreas degradadas. Esses métodos beneficiam a produção rural, aumentam a produtividade do solo e ainda contribuem para mitigar o efeito estufa.

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Além do campo, existem iniciativas tecnológicas que envolvem a captura industrial de carbono e seu armazenamento em rochas, oceanos ou na forma de minerais estáveis. Embora mais caras, essas soluções complementam os processos biológicos e têm maior permanência de armazenamento.

No setor agrícola, o captura de carbono em solos é incentivado pelo uso de práticas como plantio direto, adubação orgânica, pastoreio rotativo e rotação de culturas. Essas técnicas aumentam a matéria orgânica do solo, que retém carbono por longos períodos.

As fazendas que adotam sistemas agroflorestais também se destacam: ao integrar árvores com cultivos e pastagens, esses modelos otimizam o uso do solo e melhoram o balanço de carbono da propriedade.

Outra frente promissora é o uso de biochar, carvão vegetal produzido de resíduos orgânicos, que, quando incorporado ao solo, estabiliza carbono e melhora a fertilidade. Essas soluções tornam-se rentáveis com a criação de mercados de crédito de carbono, permitindo que o agronegócio monetize suas boas práticas ambientais.

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Tecnologias industriais e armazenamento geológico

Enquanto o meio rural atua como captador biológico, a indústria investe em soluções geológicas. Usinas de energia, fábricas e refinarias já adotam sistemas que capturam o CO₂ antes de sua emissão, armazenando-o em camadas subterrâneas de rochas porosas cobertas por rochas selantes, como o basalto.

Um exemplo bem-sucedido é o projeto CarbFix, na Islândia, que injetou dióxido de carbono em rochas basálticas, convertendo-o em calcita sólida em apenas dois anos. Esse tipo de captura geológica oferece alto grau de estabilidade e é ideal para emissões de larga escala.

Há ainda métodos como a mineralização artificial, que transforma CO₂ em compostos como carbonato de cálcio e magnésio. Essas reações ocorrem naturalmente em ambientes marinhos ou podem ser induzidas em laboratório e aplicadas em minas abandonadas ou aterros.

Oceano: o maior sumidouro de carbono da Terra

A captura de carbono nos oceanos ocorre por mecanismos como o “biological pump” e o cultivo de algas marinhas, que fixam CO₂ via fotossíntese. A biomassa resultante pode ser afundada em áreas profundas, isolando o carbono por séculos.

Fazendas de algas, sobretudo no Pacífico asiático, crescem rapidamente como alternativa de baixo custo. Segundo estimativas, cobrir 9% do oceano com cultivo de macroalgas poderia remover até 53 gigatoneladas de CO₂ por ano, além de gerar biomassa para produção de energia e alimento.

Outra técnica experimental é a fertilização oceânica com ferro, que estimula o crescimento de fitoplâncton e, consequentemente, o consumo de CO₂. Apesar dos testes promissores, os impactos ecológicos ainda estão sendo avaliados.

Riscos e limitações ainda desafiam a estratégia global

Apesar de seu potencial, a captura de carbono não é isento de riscos. Florestas e solos podem liberar CO₂ novamente em eventos como queimadas, mudanças climáticas extremas ou desmatamento.

Além disso, projetos industriais de captura e armazenamento ainda enfrentam altos custos, incertezas geológicas e desafios logísticos, especialmente em países em desenvolvimento.

A mensuração precisa dos volumes capturados e a criação de certificações confiáveis também são pontos críticos para que o mercado de créditos de carbono ganhe credibilidade e valor econômico.

Uma solução global em constante desenvolvimento

O IPCC reconhece a captura de carbono como uma das ferramentas essenciais para limitar o aquecimento global a 1,5 °C. O relatório recomenda investimento em pesquisas, incentivos para adoção de boas práticas e desenvolvimento de marcos regulatórios para integração entre setor público, fazendas e indústria.

Iniciativas como reflorestamento, proteção de florestas tropicais, práticas agrícolas sustentáveis e inovação tecnológica precisam caminhar juntas para alcançar resultados duradouros.

E você, já conhecia as diferentes formas de capturar carbono e o papel que o agronegócio pode ter na luta contra a crise climática?

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Jefferson Augusto

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: jasgolfxp@gmail.com

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