Projeto será realizado até 2029 e marca aposta da siderúrgica em eficiência energética e competitividade industrial
A Usiminas anunciou um investimento de R$ 1,7 bilhão na modernização da bateria 4 da Coqueria 2, localizada na usina de Ipatinga (MG). A obra será realizada entre 2026 e 2029, com previsão de entrada em operação da unidade reformada no final do período.
O anúncio vem em meio a um cenário desafiador para o setor siderúrgico. Apesar de uma queda de 62% no lucro líquido no segundo trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, a Usiminas conseguiu reverter o prejuízo registrado em 2024 e melhorou sua estrutura de capital. A reconstrução da coqueria é considerada estratégica para aumentar a eficiência energética, reduzir impactos ambientais e garantir autossuficiência na produção de coque insumo essencial na fabricação do aço.
Onde será feito o investimento da Usiminas?
O projeto será executado na usina da Usiminas em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. A bateria 4 da Coqueria 2 será parcialmente reconstruída e modernizada. Para 2026, estão previstos R$ 80 milhões, com os aportes mais robustos ocorrendo nos anos seguintes até 2029. Segundo a companhia, o plano faz parte de uma agenda de revitalização industrial de longo prazo, alinhada à sustentabilidade e produtividade.
-
Trump e o comércio global: As 4 decisões de 2025 que afetam o Brasil e a economia, além das tarifas de café e cacau, impactando exportações
-
O julgamento do STJ sobre o PASEP pode facilitar a vida de milhares de servidores, transferindo para o Banco do Brasil a tarefa de provar tudo
-
Brasil ganha liderança histórica na soja em 2025 com 7,4 milhões de toneladas vendidas à China após guerra tarifária que derrubou exportações dos EUA
-
Uma tese de 2018 do STF pode validar a troca da CLT por PJ, gerando um rombo de R$ 60 bilhões na Previdência e acabando com o FGTS
Qual é o impacto da modernização?
A coqueria é responsável pela produção de coque siderúrgico, a partir do carvão mineral, utilizado na redução do minério de ferro em altos-fornos. Uma estrutura eficiente e moderna nessa etapa reduz emissões, melhora o aproveitamento térmico e garante maior controle ambiental. A nova coqueria também será adaptada às exigências regulatórias e deve otimizar o consumo energético, segundo a direção da empresa.
No contexto atual, a Usiminas tem enfrentado dificuldades no mercado interno, especialmente pela concorrência com o aço importado. No segundo trimestre de 2025, o volume de vendas domésticas caiu 2,9% e o Ebitda ajustado da siderurgia recuou 46%. A empresa cobra agilidade nas investigações antidumping e pede medidas concretas contra práticas desleais de importação.
Como está a saúde financeira da Usiminas?
Apesar da queda nas margens, a empresa melhorou seu fluxo de caixa, encerrando o trimestre com R$ 281 milhões positivos, contra saída registrada no período anterior. A dívida líquida foi reduzida em 24%, caindo para R$ 1,05 bilhão, e a alavancagem financeira recuou para 0,50x. O presidente Marcelo Chara destacou a capacidade técnica e a solidez da empresa, mesmo diante de um cenário de pressão cambial e excesso de importações.
Na área de mineração, o grupo também registrou avanço no volume de produção e vendas, com 2,5 milhões de toneladas comercializadas no trimestre. A unidade Musa (Mineração Usiminas) respondeu por Ebitda de R$ 115 milhões, mesmo com retração em relação aos trimestres anteriores.
Você considera que esse tipo de investimento é suficiente para proteger a indústria nacional? A modernização das coquerias pode reverter o impacto da concorrência externa? Deixe sua opinião nos comentários, sua visão ajuda a aprofundar o debate sobre o futuro da siderurgia no Brasil.