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Sem licitação, Brasil fecha acordos de cerca de R$ 3,17 bilhões com empresa francesa para ‘destravar’ o submarino nuclear Álvaro Alberto

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 31/08/2025 às 18:48
Sem licitação, Brasil fecha acordos de cerca de R$ 3,17 bilhões com empresa francesa para destravar o submarino nuclear Álvaro Alberto
Foto: A Marinha do Brasil confirmou a assinatura de dois contratos com a francesa Naval Group, totalizando € 528 milhões.
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Dois contratos por dispensa de licitação com a Naval Group somam € 528 milhões para acelerar o PROSUB, com frentes no LABGENE e em sistemas do SNCA Álvaro Alberto, com marcos previstos ao longo de 2025

A Marinha do Brasil confirmou a assinatura de dois contratos com a francesa Naval Group, totalizando € 528 milhões, voltados a etapas críticas do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do submarino nuclear “Álvaro Alberto”. A operação foi noticiada pela coluna Radar, da revista Veja, e detalhada por publicações especializadas.

Segundo o Poder Naval, os instrumentos foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) de 28 de agosto de 2025 e firmados pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) com a Naval Group. Um contrato foca engenharia e montagem eletromecânica no LABGENE, em Aramar, e o outro prevê consultoria técnica para os sistemas adicionais do submarino Álvaro Alberto.

Pelos valores divulgados, o Contrato nº 21/2025 é estimado em € 246,3 milhões e o Contrato nº 20/2025 em € 282,1 milhões, ambos com dispensa de licitação e vigências de 72 e 54 meses, contadas a partir de junho de 2025. Em conversão indicativa utilizada por especialistas, o total equivale a cerca de R$ 3,17 bilhões.

Essas etapas dão tração ao cronograma que a própria Marinha apontou em comunicados anteriores, projetando início de construção do casco do submarino nuclear ao longo de 2025. O LABGENE é peça-chave, pois valida em terra o reator e os sistemas de segurança antes da integração ao navio.

Contratos de € 528 milhões com a Naval Group, o que será feito no LABGENE e no Álvaro Alberto

O Contrato nº 21/2025 contempla serviços de engenharia, aquisições e montagem eletromecânica no LABGENE. Em linguagem simples, o LABGENE é o “gêmeo em terra” do sistema de propulsão, onde o Brasil testa e qualifica o reator que, mais adiante, equipará o submarino. Avançar na infraestrutura do LABGENE reduz riscos técnicos e regulações na etapa de integração.

Há dois edifícios de apoio que aparecem com frequência na documentação pública: o Prédio Auxiliar Controlado (PAC) e o Prédio Auxiliar Não Controlado (PANC). Publicações e relatórios oficiais indicam que o PANC abriga sala de controle e utilidades industriais do complexo, enquanto o PAC concentra funções nucleares controladas e sistemas de segurança. Esses prédios são a espinha dorsal de suporte ao reator e às rotinas de operação segura do laboratório.

Já o Contrato nº 20/2025 cobre consultoria técnica especializada e suporte de engenharia para os sistemas adicionais do SNCA “Álvaro Alberto”. Nessa fase, o grosso do trabalho envolve integração de sistemas, qualificação, gestão de requisitos e segurança. Por ser um projeto inédito no país, é comum recorrer a serviços altamente especializados para garantir confiabilidade e padronização.

De acordo com o detalhamento especializado, a dispensa de licitação decorre de especificidades técnicas e de continuidade do esforço industrial iniciado com a parceria Brasil–França, que inclui transferência de tecnologia e suporte de ciclo de vida. A publicação cita ainda as durações contratuais e a expectativa de marcos a partir de 2025. É essencial acompanhar os próximos atos no DOU e relatórios de execução.

PROSUB, parceria com a França desde 2008 e o calendário de 2025

O PROSUB nasceu da parceria Brasil–França estabelecida em 2008, combinando transferência de tecnologia com a construção de quatro submarinos convencionais da classe Riachuelo e o desenvolvimento do submarino nuclear. O programa também ergueu o Complexo Naval de Itaguaí (RJ), onde a brasileira ICN conduz a produção.

Nos últimos anos, a Marinha entregou e incorporou unidades da classe Riachuelo, mantendo o fluxo industrial e formando pessoal qualificado. Esses avanços sustentam a transição para o SNCA “Álvaro Alberto”, cujo reator de propulsão precisa ser ensaiado e qualificado no LABGENE antes de seguir para o casco do submarino.

Para 2025, a própria Agência Marinha de Notícias indicou marcos como cortes de seções preliminares e preparativos industriais, afirmando que o início da construção do submarino nuclear estava previsto para 2025. A assinatura dos contratos agora mitiga gargalos e ajuda a manter o calendário técnico-regulatório.

Impacto estratégico: soberania marítima, Amazônia Azul e tecnologia naval

O submarino nuclear aumenta autonomia, discrição e alcance em patrulhas de longo curso, atributos decisivos para a dissuasão e para a proteção das rotas marítimas, do pré-sal e de linhas críticas do Atlântico Sul. Trata-se de um salto tecnológico que posiciona o Brasil em um grupo restrito de países com propulsão nuclear naval.

O programa também fortalece a base industrial e a transferência de conhecimento. Documentos oficiais e institucionais registram investimentos na infraestrutura de Itaguaí e na cadeia de fornecedores, preservando competências em engenharia, materiais, segurança nuclear e integração de sistemas que podem irradiar para outros setores.

Relatos técnicos e científicos recentes mostram o andamento do LABGENE e reforçam que o ciclo completo do submarino é um processo de várias etapas, com conclusão por fases ao longo da próxima década, dependendo da continuidade orçamentária e regulatória. Continuar investindo é determinante para transformar marcos de 2025 em capacidade operacional.

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Geovane Souza

Geovane Souza é especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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