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Sem guardas e sem Polícia: Conheça uma das PIORES prisões do MUNDO (San Pedro, Bolívia)

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 13/10/2024 às 12:37
presídio - Bolívia
Foto: IA

Conheça uma das cadeias mais peculiares e perigosas do mundo, onde os presos comandam tudo, de vendas de celas a punições

No coração de La Paz, capital administrativa da Bolívia, encontra-se a prisão de São Pedro, um dos presídios mais inusitados e perigosos do mundo. Ao contrário das prisões convencionais, onde a segurança é mantida por guardas e agentes penitenciários, em São Pedro são os próprios detentos que ditam as regras e organizam o cotidiano do lugar. A cadeia funciona como uma microcidade, com bairros, comércio, desigualdade social e até escolas, de acordo com o vídeo do canal Conhecimento Global.

A origem da prisão de São Pedro e o controle dos presos

Construída em 1895, a penitenciária de São Pedro foi originalmente baseada no modelo panóptico, um conceito desenvolvido pelo filósofo Jeremy Bentham, que permitia a vigilância dos presos a partir de uma torre central. No entanto, ao longo dos anos, essa estrutura perdeu sua função, e os presos tomaram o controle da prisão, especialmente após a década de 1980, quando a Bolívia implementou uma rigorosa lei antidrogas, a Lei 1008, que levou vários traficantes perigosos à prisão, incluindo o famoso “Rei da Cocaína”, Rafael Suares Gomes.

Com o poder financeiro e as conexões políticas desses novos detentos, a corrupção se espalhou pela prisão. Guardas começaram a se afastar, limitando-se a vigiar apenas o perímetro externo, enquanto os internos transformaram São Pedro em um sistema autônomo.

Divisão social e comércio interno da prisão na Bolívia

Hoje, a prisão na Bolívia abriga mais de 3.600 presos, embora tenha sido projetada para apenas 300. A prisão está dividida em nove alas, que funcionam como bairros, e refletem a desigualdade social que também se vê do lado de fora.

  • Os presos mais ricos vivem na ala “La Posta”, onde celas luxuosas podem custar entre 5.000 e 20.000 bolivianos (aproximadamente R$ 3.000 a R$ 12.000).
  • Já os presos mais pobres são obrigados a viver em áreas degradadas ou alugar camas em celas coletivas por cerca de R$ 800 mensais.

Esse “mercado imobiliário” do presídio é administrado pelos próprios presos, que elegem anualmente delegados e tesoureiros para gerenciar cada ala. Esses “líderes” cobram taxas de entrada e até garantem a “segurança” dos novos presos, desde que recebam o pagamento adequado. Para aqueles que não podem pagar por uma cela, resta dormir em corredores, sob escadas ou até perto do lixo.

Presídio: lojas de rupas, salões, restaurantes. Uma comunidade à parte!

Dentro das muralhas de São Pedro, a vida se assemelha a de um pequeno bairro urbano. O comércio interno inclui lojas de roupas, salões de cabeleireiro, restaurantes e até mesas de sinuca. Além disso, por muitos anos, familiares de presos viveram dentro do presídio, criando uma comunidade completa. Em 2013, estima-se que havia cerca de 40 famílias vivendo lá. No entanto, em 2019, a Defensoria Pública da Bolívia conseguiu retirar 197 crianças que ainda viviam no presídio com seus pais.

Foto: Notícias R7

Em uma reviravolta curiosa, o presídio São Pedro também se tornou um ponto turístico. A partir de 1996, turistas internacionais começaram a pagar para visitar a prisão, guiados por um preso britânico chamado Thomas McFadden, que organizava excursões pelos diferentes setores da penitenciária. Durante anos, o tour por São Pedro foi uma atração popular, recomendada até em guias turísticos da cidade. Contudo, em 2009, após denúncias de que parte do dinheiro dos turistas estava sendo usado para subornar guardas, as visitas foram encerradas.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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