A certificação Selo Quilombos do Brasil entregue pelo MDA fortalece a economia sustentável, garante origem dos produtos quilombolas e impulsiona a agricultura familiar no Recôncavo Baiano
O Selo Quilombos do Brasil representa muito mais do que uma certificação: é um símbolo de reconhecimento, identidade e valorização das comunidades quilombolas, segundo uma matéria publicada.
No Recôncavo Baiano, essa conquista ganhou destaque no município de Cachoeira, onde os produtos tradicionais dos quilombos Kaonge e Mutecho Acutinga receberam oficialmente o selo durante o 17º Festival Cultural e Gastronômico da Ostra, realizado no último dia 11 de outubro.
A iniciativa, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), reforça a importância da origem e da qualidade dos alimentos produzidos de forma sustentável, fortalecendo a inclusão produtiva e social dessas comunidades.
-
Porto de Santos fecha acordo de R$ 3,2 mi com fundação espanhola para cortar poluentes e expandir energia renovável no litoral paulista
-
Rastreabilidade de bovinos no Rio Grande do Sul fortalece identificação individual obrigatória até 2032, controle sanitário leiteiro, biometria nasal QR e valorização da pecuária sustentável
-
Brasília ferve com debates sobre clima: líderes antecipam na COP30 caminhos para financiar a transição energética e revolucionar o futuro verde do Brasil
-
Produção de feijão em Minas Gerais fortalece lavouras sustentáveis com medidas sanitárias, controle da mosca-branca, vazio sanitário e cadastro rural obrigatório
Certificação quilombola fortalece economia sustentável no Recôncavo
Durante o evento, o Secretário de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas Tradicionais (SETEQ/MDA), Edmilton Cerqueira, destacou que os selos de identificação de origem são instrumentos essenciais para garantir segurança alimentar, nutricional e proteção territorial.
Produtos como azeite de dendê, mel, licores, temperos e óleo de coco agora possuem certificação oficial, o que agrega valor e reconhecimento à produção local.
Para o quilombola e ativista Ananias Viana, do Quilombo Kaonge, o selo representa o fortalecimento do comércio e o reconhecimento do trabalho coletivo.
Segundo ele, a certificação abre novas portas para a comercialização e visibilidade dos produtos quilombolas em feiras, eventos culturais e plataformas digitais.
O Selo Quilombos do Brasil também simboliza a ampliação da autonomia econômica e o incentivo à economia sustentável, conectando a tradição com oportunidades de mercado mais amplas e justas.
Agricultura familiar e inclusão produtiva com o Selo Quilombos do Brasil
A iniciativa do MDA, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Cultural Palmares, integra o Programa de Apoio ao Fortalecimento ao Etnodesenvolvimento (PAFE).
O objetivo é ampliar a inclusão produtiva e social dos povos e comunidades tradicionais. Junto aos Selos Indígenas do Brasil e Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, o Selo Quilombos do Brasil fortalece a agricultura familiar e garante visibilidade às práticas produtivas sustentáveis.
A certificação contribui diretamente para o posicionamento competitivo dos produtos em mercados locais e regionais, valorizando a identidade cultural e estimulando a geração de renda.
A estratégia do governo busca não apenas certificar, mas também proteger os modos de vida e saberes tradicionais, preservando o território e a cultura quilombola.
Valorização cultural e acesso gratuito à certificação
Outro ponto relevante é que a obtenção dos Selos de Identificação de Origem é gratuita.
As comunidades podem solicitar pelo site www.vitrine.mda.gov.br, desde que estejam cadastradas na Agricultura Familiar e apresentem a documentação exigida para o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf).
Essa política pública aproxima os quilombos das oportunidades de mercado, reduz a burocracia e estimula a formalização das produções locais.
Com isso, o Selo Quilombos do Brasil se consolida como um marco de valorização cultural e desenvolvimento sustentável, reforçando a importância da economia solidária, da diversidade produtiva e da identidade das comunidades quilombolas no cenário nacional.