Com tecnologia de ponta e missões audaciosas, a China inaugura uma nova era de exploração subaquática
A China está avançando na construção de uma estação científica subaquática ambiciosa, situada a mais de 2.000 metros abaixo da superfície do mar. O objetivo é que seis pesquisadores permaneçam no local por mais de 40 dias. A iniciativa, vista por muitos como uma espécie de “estação espacial” submarina, busca desvendar os segredos dos ecossistemas marinhos em grandes profundidades.
Um dos focos principais do projeto é o estudo das chamadas infiltrações frias, fenômeno natural que libera grandes quantidades de hidrato de metano — um composto considerado uma alternativa energética menos poluente em comparação aos combustíveis fósseis. No entanto, sua extração em profundidades extremas apresenta grandes desafios técnicos e ambientais.
O laboratório submarino está sendo implantado no Mar do Sul da China, uma área estratégica e alvo de disputas geopolíticas. Segundo o ChinaDaily, a estação fica em águas profundas próximas a Guangzhou e será fundamental tanto para estudar a biodiversidade marinha quanto para pesquisar recursos minerais como níquel, cobalto e terras raras, essenciais para os setores de energia e tecnologia.
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A extração desses recursos no fundo do mar, porém, pode causar danos severos e irreversíveis aos ecossistemas. Até o momento, não há uma regulamentação internacional clara para essas atividades, embora a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) esteja discutindo diretrizes. Grupos ambientalistas têm pressionado por mais proteção aos oceanos diante da crescente exploração comercial.
Geopolítica e tecnologia em jogo
Apesar da China declarar que o centro estará aberto a colaborações internacionais, sua presença crescente no Mar do Sul da China acirra tensões na região. Segundo o Global Times, o projeto está alinhado com o Decênio das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas, mas críticos apontam que a base submarina pode servir como justificativa para ampliar a presença militar chinesa.
De acordo com o jornal El Confidencial, a estação será conectada a uma rede de fibra óptica no fundo do mar e terá capacidade para suportar pressões até 200 vezes superiores às da superfície. Os cientistas viverão sob condições extremas, sem luz natural, por períodos entre 30 e 45 dias. O local contará com submersíveis avançados, embarcações de apoio e equipamentos para monitoramento dinâmico e tridimensional da região.
O que diferencia essa estação das tecnologias existentes é a possibilidade de realizar experimentos diretamente em um ambiente tão hostil, algo que ainda não é possível com o uso de inteligência artificial ou veículos autônomos. Chaolun Li, diretor do projeto, afirmou ao Global Times que a base permitirá observações e testes em tempo real, contribuindo significativamente para o avanço do conhecimento humano sobre ambientes extremos.