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Se o submarino estivesse utilizando o mesmo processo de mergulho de um ROV na indústria e óleo e gás, seu desaparecimento seria pouco provável

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 22/06/2023 às 09:56
ROV comparado ao submarino Titan operado pela empresa OceanGate
Submarino Titan da empresa OceanGate / ROV. Divulgação

O ROV é um veículo preparado para operar em águas profundas e ultra-profundas, principalmente na indústria de óleo e gás, mas um detalhe de segurança relativamente simples e óbvio, acabou abreviando a vida de 5 pessoas

Tanto o ROV (do inglês Remotely Operated Underwater Vehicle) quanto submarinos, são veículos construídos para operar sob o oceano, com profundidades relativamente altas. Enquanto um ROV pode ultrapassar facilmente profundardes de mais de 3 KM metros, submarinos alcançam bem menos que isso.

Conforme divulgado pela mídia, um submarino turístico, chamado Titan e operado pela empresa OceanGate, desapareceu no Oceano Atlântico durante uma expedição até o local onde o Titanic afundou. O submarino tinha cinco passageiros a bordo quando desapareceu no domingo, 18 de junho.

Acidente poderia ter sido evitado se estivesse preso à cabos, assim como um ROV

É evidente que a segurança e a eficácia de qualquer missão subaquática dependem fortemente das tecnologias utilizadas e dos protocolos de segurança seguidos. No caso do submarino Titan, que desapareceu durante uma expedição ao local de descanso do Titanic, parece que houve falhas nesses dois aspectos.

Conforme mencionado por um piloto de navio com experiência na Bacia de Santos, o uso de Veículos Operados Remotamente (ROVs, na sigla em inglês) é uma prática comum em missões subaquáticas devido à sua segurança e eficácia. Um ROV pode ser operado a partir de uma embarcação na superfície, controlado por um cabo de fibra ótica e de amarração, que transmite sinais entre o operador e o veículo. Este cabo também fornece energia ao ROV, eliminando a necessidade de uma fonte de energia a bordo e, portanto, reduzindo o risco de esgotamento do oxigênio, como parece ter ocorrido com o Titan.

Além disso, o ROV pode ser equipado com transponders acústicos, permitindo que a embarcação de apoio monitore constantemente a posição e a profundidade do veículo. Isso teria proporcionado uma maneira de rastrear o Titan em tempo real, possivelmente permitindo uma resposta mais rápida ao seu desaparecimento.

ROV tem suas limitações também

Em comparação com o Titan, um ROV parece ser uma opção muito mais segura e eficiente para explorações subaquáticas, especialmente em profundidades extremas, como a do Titanic. No entanto, é importante notar que os ROVs têm suas próprias limitações e podem não ser adequados para todas as situações. Por exemplo, eles geralmente não são capazes de transportar passageiros humanos, o que seria uma desvantagem para o turismo subaquático.

No geral, parece que o acidente com o Titan poderia ter sido evitado, ou pelo menos mitigado, se protocolos de segurança mais rigorosos e tecnologias apropriadas, como as utilizadas com ROVs, tivessem sido empregadas. Esta trágica situação serve como um lembrete contundente da importância da segurança e da prudência na exploração submarina.

Atualizações sobre o andamento das buscas do submarino Titan

A Guarda Costeira dos Estados Unidos, juntamente com equipes de resgate do Canadá e embarcações auxiliares da França, estão realizando uma operação de busca e resgate. A previsão inicial era de que o oxigênio disponível a bordo do submarino duraria 96 horas após o desaparecimento, o que terminou hoje, às 7h da manhã, no horário local.

Os esforços de busca se concentraram em uma área do oceano onde ruídos subaquáticos foram capturados por aeronaves, o que pode indicar que o submarino ainda está intacto. No entanto, a natureza desses ruídos ainda não foi confirmada.

As buscas estão sendo complicadas pela profundidade na qual o submarino pode estar. A embarcação da Marinha dos EUA só consegue descer até cerca de 600 metros, enquanto o Titanic está a quase 3.900 metros de profundidade. Neste caso, um veículo controlado de maneira remota poderia auxiliar no resgate e içar a embarcação para a superfície.

Ryan Ramsey, um ex-capitão de submarino da Marinha do Reino Unido, descreveu a situação como “sombria” e disse que as chances de encontrar sobreviventes são baixas. Ele afirmou que a situação provavelmente mudará de uma missão de resgate para uma missão de recuperação nos próximos dias.

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Paulo Nogueira

Eletrotécnica formado em umas das instituições de ensino técnico do país, o Instituto Federal Fluminense - IFF ( Antigo CEFET), atuei diversos anos na áreas de petróleo e gás offshore, energia e construção. Hoje com mais de 8 mil publicações em revistas e blogs online sobre o setor de energia, o foco é prover informações em tempo real do mercado de empregabilidade do Brasil, macro e micro economia e empreendedorismo. Para dúvidas, sugestões e correções, entre em contato no e-mail informe@clickpetroleoegas.com.br. Vale lembrar que não aceitamos currículos neste contato.

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