1. Início
  2. / Petróleo e Gás
  3. / “Se isso acontecer, a gasolina vai custar R$ 40 reais”, alerta Sergio Sacani sobre a produção de petróleo
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 21 comentários

“Se isso acontecer, a gasolina vai custar R$ 40 reais”, alerta Sergio Sacani sobre a produção de petróleo

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 04/12/2024 às 22:07
Atualizado em 05/12/2024 às 10:15
gasolina, petróleo
Foto: Reprodução

Sergio Sacani alerta o que pode fazer com que o preço da gasolina no Brasil dispare

O Brasil está prestes a enfrentar um declínio na produção de petróleo nos próximos anos. Especialistas e entidades do setor energético alertam para a necessidade de ações imediatas para evitar que o país volte a ser um importador da commodity, apesar de atualmente ocupar uma posição de destaque entre os maiores produtores mundiais. Caso isso ocorra, é esperado a disparada do preço da gasolina.

Rodolfo Saboia, diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), destacou, durante a Offshore Week 2023, a importância estratégica de abrir novas fronteiras exploratórias. Segundo ele, sem novos investimentos, a produção offshore do Brasil enfrentará uma queda irreversível.

É muito importante que tenhamos um olhar voltado para a importância do caráter estratégico da abertura de novas fronteiras exploratórias. Precisamos ter em mente que não é possível imaginar, hoje, as renováveis suprindo tudo o que vem dos combustíveis fósseis. Se nada fizermos, chegará o dia em que seremos importadores de petróleo, e não exportadores”, afirmou Saboia.

Projeções preocupantes para o setor de petróleo e gasolina

Dados recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, confirmam os alertas.

O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 aponta que o pico de produção de petróleo no Brasil será alcançado em 2030, com 5,3 milhões de barris diários. Porém, a partir daí, um declínio rápido é esperado, com a produção caindo em quase 1 milhão de barris por dia apenas quatro anos depois.

As projeções do PDE 2034 são ainda mais pessimistas que as apresentadas no plano anterior, o PDE 2032.

A estimativa anterior previa um pico em 2029, com 5,4 milhões de barris diários, e uma queda mais gradual nos anos subsequentes. Esse declínio reflete diretamente a redução nas atividades exploratórias e na descoberta de novas jazidas, um problema que vem se agravando nos últimos anos.

De acordo com a EPE, os volumes previstos no PDE 2034 são, em média, 1% inferiores aos estimados no PDE 2032. Essa diferença aparentemente pequena reflete a dificuldade crescente do setor em manter a produção diante de desafios econômicos e ambientais.

gasolina, petróleo
EPE prevê que a produção de petróleo do Brasil vai subir até 2030, atingindo pico de 5,3 milhões de barris, seguido de um rápido declínio (conforme a linha mais clara do gráfico).| Reprodução/PDE 2034/EPE

Exploração

Um dos fatores que complicam o cenário é o longo prazo necessário para que novas descobertas entrem em operação. O PDE 2034 deixa claro que “os recursos descobertos na segunda metade da década não entram em produção no horizonte decenal”.

Isso significa que mesmo que o Brasil encontre novas reservas em áreas inexploradas, essas descobertas não serão suficientes para reverter o declínio até 2034.

Segundo o estudo, o intervalo entre o início da exploração e a produção efetiva varia de 3 a 5 anos para áreas onshore (em terra) e de 7 a 10 anos para áreas offshore (em alto-mar). Isso torna imprescindível o início imediato de esforços exploratórios para mitigar o impacto da queda na produção futura.

Em razão de tempos que podem variar de 3 a 5 anos (onshore) ou de 7 a 10 anos (offshore) entre o início da fase de exploração e o início da produção, em áreas de novas fronteiras, há necessidade imediata do esforço exploratório para conter o declínio da produção prevista para os próximos anos”, ressalta o PDE 2034.

Riscos de dependência externa

A falta de ação pode levar o Brasil a se tornar novamente um importador líquido de petróleo. Apesar de ser um dos maiores exportadores atualmente, o país enfrenta o risco de depender de mercados externos para suprir suas necessidades energéticas.

A redução na produção não afeta apenas a balança comercial. Também coloca em risco a segurança energética do país, aumentando a vulnerabilidade a choques externos e oscilações no mercado global de petróleo.

O alerta de Sérgio Sacani sobre o preço da gasolina

Em entrevista ao canal AchismosTV, o físico Sérgio Sacani fez um alerta preocupante sobre o futuro da economia brasileira. Ele destacou que, caso o Brasil NÃO explore novas reservas de petróleo, o preço da gasolina pode disparar, chegando a R$ 40 por litro na bomba. Assista o vídeo abaixo.

Alerta de Sacani sobre o preço da gasolina

Com esse cenário, a Margem Equatorial surge como a principal aposta para o futuro da produção de petróleo no país, mantendo o preço da gasolina baixo.

A região, que se estende entre os estados do Rio Grande do Norte e do Amapá, pode esconder ao menos 10 bilhões de barris de petróleo comercialmente viáveis.

Esse potencial é visto como uma grande oportunidade econômica. O governo estima que a exploração dessa área pode gerar um retorno de mais de R$ 1 trilhão para os cofres públicos.

A Petrobras aguarda uma autorização do Ibama para iniciar as atividades. Essa licença, segundo a CNN, deve ser liberada entre março e abril do próximo ano.

Para os especialistas, esse desenvolvimento é crucial para a economia nacional. Contudo, o assunto envolve uma série de questões complexas, como os impactos ambientais que podem afetar o ecossistema local.

A região da Margem Equatorial é sensível e ainda pouco estudada, o que gera apreensão entre os ambientalistas.

A proximidade com a foz do rio Amazonas aumenta o risco de danos irreversíveis ao meio ambiente, que abriga diversas espécies ameaçadas e desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático global.

O debate sobre os benefícios e riscos dessa exploração se intensificou em 2023. Durante esse período, a Petrobras solicitou ao Ibama licenças para perfuração na área, mas o órgão negou, apontando a falta de estudos adequados sobre os impactos ambientais.

A decisão gerou um confronto direto com a empresa e reacendeu a discussão sobre como o Brasil deve conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.

  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
76 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
21 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Renato Luís Baseggio
Renato Luís Baseggio
05/12/2024 09:08

Ônibus irmão! Transporte coletivo irmãos,resolveria muitos problemas do nosso país!!

Leandro
Leandro
05/12/2024 09:30

Como sempre, quando o país tem a chance de se superar, acaba andando para trás…..
AQUI É O BRASIL !!!!!!!

Dimas Bianco
Dimas Bianco
05/12/2024 10:15

Arabia Saudita, Irã, Iraque, EAU será que fizeram estudo de impacto? Na Rússia tenho certeza que não… Burocracia demais dá nisso… Atraso… O petróleo já está ali… E o que impacta é o estímulo ao uso do petróleo misturado com biocombustíveis … O IBAMA está caolho…

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x