Em 1939, a tragédia do submarino Squalus marcou a maior operação de resgate de submarinos da história. Este incidente levou a Marinha dos EUA a tomar decisões históricas e inovadoras, transformando os procedimentos de salvamento marítimo.
Embora criados por volta de 1620, os submarinos não eram considerados veículos seguros no início do século XX. Entre 1921 e 1938, aproximadamente 825 homens morreram a bordo de submarinos. Em 1939, a tragédia do submarino Squalus marcou a história, forçando a Marinha dos EUA a tomar decisões cruciais que mudariam a indústria naval para sempre. Este incidente, a maior operação de resgate de submarino da época, destacou os perigos dos submarinos e a necessidade de avanços significativos na segurança e nos procedimentos de resgate.
Conheça o submarino Squalus da Marinha dos EUA
Em 1939, comandado pelo tenente Oliver Francis, o submarino Squalus estava realizando seu 19º teste de mergulho. Em sua tripulação estavam 4 oficiais, 51 homens alistados e 3 civis. Este era um dos submarinos mais avançados e caros de sua época.
Sua construção teve início em 1937 e ao longo de 11 meses, foram investidos cerca de 2 milhões de horas de trabalho e mais de US$ 4 milhões, cerca de US$ 70 milhões nos dias atuais.
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As 18 tentativas anteriores de mergulho da Marinha dos EUA, haviam sido bem sucedidas, e a expectativa era que esta também fosse. O plano era testar a capacidade do submarino de submerger rapidamente, também conhecido como mergulho forçado. Antes de mergulhar, o comandante verificou o painel de segurança para determinar o estado das válvulas e outras aberturas.
A verificação mostrou que todos os indicadores críticos do submarino Squalus estavam verdes. Então o comandante tocou a buzina e ordenou que a tripulação executasse a manobra. Contudo, quando o submarino começou a nivelar cerca de 18 metros, um evento catastrófico ocorreu devido ao mau funcionamento do sistema.
Entenda o que ocasionou a tragédia do submarino Squalus
A válvula principal de indução de ar estava aberta, permitindo que a água do mar entrasse pelos tubos, os quais tinham cerca de 1m de diâmetro.
Ambas as casas de máquinas começaram a se encher de ar. O comandante tentou emergir explodindo os tanques de lastro e por um momento a proa do submarino emergiu à superfície. Contudo, o peso da água na popa era muito grande.
O submarino começou a descer pela popa em um ângulo de 45º. Com os compartimentos traseiros inundando, o comandante ordenou que todas as escotilhas que dividiam as salas fossem fechadas. Foi então que Oliver se viu diante de uma decisão que nenhum oficial da Marinha dos EUA gostaria de tomar: Salvar a todos ou salvar uma parte de sua tripulação.
Desta forma, para evitar que a tragédia do submarino Squalus fosse ainda maior, Oliver ordenou que o compartimento da sala de controle fosse selada, trancando parte da tripulação.
O resgate da tripulação da Marinha dos EUA
O submarino Squalus afundou e repousou no fundo do mar a aproximadamente 73 metros abaixo da superfície. 26 homens se afogaram nos compartimentos traseiros, mas 33 permaneceram vivos nas áreas dianteiras.
Os sobreviventes, amontoados no escuro e no frio, tentavam conservar o ar restante enquanto refletiam sobre seu destino, visto que nenhuma tripulação havia sido resgatada abaixo de uma profundidade de 18 metros.
Uma boia de comunicação foi lançada ao mar para marcar o local. Essa boia geralmente é ligada a um cabo de aço e possui um sistema de flutuação para mantê-la na superfície da água emitindo ondas de rádio para entrar em contato com o resgate.
Percebendo o atraso do submarino Squalus, a Marinha dos EUA enviou um navio de resgate Falcon que contava com uma câmara de resgate. Esta câmera foi responsável por resgatar 33 tripulantes, fazendo da tragédia do submarino Squalus o maior resgate da história.
A intricada operação de resgate do Submarino Squalus
A tragédia do submarino Squalus, ocorrida em 1939, destacou-se não apenas pelo desastre em si, mas pela complexidade da operação de resgate subsequente. O Squalus, um submarino da Marinha dos Estados Unidos, afundou durante testes de mergulho ao largo da costa de New Hampshire, após uma falha catastrófica em uma válvula.
A resposta ao acidente foi rápida, com equipes de resgate utilizando o inovador sino de resgate McCann-Erickson, um dispositivo especialmente desenvolvido para emergências submarinas. Este sino permitiu a evacuação segura de 33 tripulantes presos no fundo do oceano, a uma profundidade de aproximadamente 74 metros. A operação de resgate foi extremamente perigosa e desafiadora, exigindo precisão e coragem dos mergulhadores e operadores.
Apesar das condições adversas e da tecnologia limitada da época, o resgate foi bem-sucedido, marcando um marco significativo na história das operações de salvamento submarino e mostrando o valor da inovação e do treinamento rigoroso.
Os avanços tecnológicos impulsionados pelo Squalus
A tragédia do Squalus não só foi um evento dramático, mas também catalisou importantes avanços tecnológicos e de segurança na operação de submarinos. Antes do incidente, os protocolos de resgate submarino eram rudimentares e pouco eficazes.
A experiência com o Squalus levou à introdução de melhorias substanciais na segurança dos submarinos. Por exemplo, o sino de resgate McCann-Erickson, utilizado na operação de salvamento, foi aprimorado e se tornou um equipamento padrão na Marinha dos Estados Unidos. Além disso, o incidente levou ao desenvolvimento de válvulas mais seguras e sistemas de controle mais robustos para submarinos, reduzindo o risco de falhas semelhantes.
Os procedimentos de treinamento para tripulações de submarinos também foram intensificados, garantindo que os marinheiros estivessem melhor preparados para situações de emergência. Esses avanços não só aumentaram a segurança das operações submarinas, mas também influenciaram o design e a construção de submarinos futuros, ajudando a prevenir desastres similares.
Heróis esquecidos: As histórias de coragem e sacrifício
Por trás da tragédia do Squalus, existem histórias individuais de coragem e sacrifício que muitas vezes são esquecidas. Os mergulhadores de resgate, enfrentando condições extremamente perigosas, desempenharam um papel crucial na operação de salvamento.
Um dos heróis foi o Tenente Comandante Charles “Swede” Momsen, um pioneiro no campo do resgate submarino, cuja liderança e inovação foram vitais para o sucesso da missão. Ele e sua equipe de mergulhadores, enfrentando águas frias e turvas, realizaram repetidas descidas ao submarino afundado, arriscando suas vidas a cada mergulho.
Outro herói foi o Chefe de Máquinas William Badders, que recebeu a Medalha de Honra por suas ações destemidas durante o resgate. As histórias desses indivíduos e de outros envolvidos no resgate destacam o espírito humano de perseverança e bravura diante da adversidade. Suas contribuições não só salvaram vidas naquele dia fatídico, mas também inspiraram melhorias contínuas nas práticas de segurança e resgate submarino.