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Sai o sorvete, entra o gelato? Rede tradicional anuncia falência, fecha 500 lojas e encerra tradição e inovação no segmento de sorvetes

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/06/2025 às 14:51
Atualizado em 25/06/2025 às 10:31
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Tradicional empresa de sorvetes encerra operações, marcando uma transição no mercado de sorvetes e a ascensão dos gelatos.

A falência da rede Rite Aid em outubro de 2024, que resultou no fechamento de cerca de 500 farmácias, desencadeou uma crise para a Thrifty Ice Cream, justamente porque aproximadamente 70% dos seus pontos de venda eram instalados dentro dessas unidades.

Essa interdependência histórica com as farmácias comprometeu drasticamente sua presença física e impacto no varejo de sorvetes nos EUA.

Fundada na Califórnia em 1940, a Thrifty se consolidou como referência por dois elementos: o icônico cone quadrado e os sabores exclusivos, como Pistachio Nut e Rainbow Sherbet, combinações que vão além do trivial baunilha‑chocolate.

Mais do que produtos, os balcões dentro das farmácias representavam um ritual familiar, criando laços afetivos entre gerações de consumidores.

Com o encerramento de centenas de unidades da Rite Aid, muitos desses balcões desapareceram, fragilizando a presença da marca.

A Thrifty passou então a depender de supermercados e outros varejistas de autoatendimento, canais que oferecem alcance, mas não reproduzem o vínculo emocional do atendimento no balcão.

No leilão de ativos realizado durante o processo de falência, a Rite Aid incluiu a marca, a fábrica e a linha de produção da Thrifty Ice Cream.

O futuro pode seguir três trajetórias distintas:

  • Aquisição por grupos dispostos a manter a tradicional linha de produtos.
  • Conversão da fábrica para produção de outros itens alimentícios.
  • Descontinuação completa da marca, se não houver interessados.

Cada cenário impactará fornecedores, colaboradores diretos e indiretos e, em especial, consumidores que perderam o costume afetivo de comprar no balcão.

Para o setor, a eventual saída da Thrifty dos pontos de venda marca o fim de uma era, mas também abre espaço para inovação.

A ascensão do gelato no Brasil

Enquanto uma marca clássica enfrenta desafios nos EUA, no Brasil o mercado de gelato, sobremesa inspirada no modelo italiano, segue em ascensão.

Dados da Abrasorvete apontam um consumo nacional de 438 milhões de litros em 2023, equivalente a um crescimento de 22,4% em relação a 2022, movimentando mais de R$ 13 bilhões e com projeção de ultrapassar R$ 18 bilhões em 2025.

Esses índices refletem uma mudança de comportamento do consumidor, que busca cada vez mais qualidade, novidades e experiências diferenciadas.

No Brasil, o gelato tem se destacado por sua textura cremosa, menor teor de ar, variedade de sabores sofisticados e uso de ingredientes regionais.

Produtos saudáveis, com menos açúcar e versões com proteínas, atendem à demanda por indulgência equilibrada com bem-estar.

Casos locais como o da Sorvetes Frosty, líder de mercado no Nordeste, reforçam a tendência.

Com mais de 200 itens no portfólio, expansão de fábricas e foco em saudabilidade, a marca se reinventou e está entre as cinco mais vendidas no autosserviço nacional.

O mercado global de sorvetes ainda cresce cerca de 4,1% ao ano até o fim de 2025, mas é no segmento premium e artesanal, onde o gelato se insere, que reside a maior disputa.

Transformação global dos sorvetes tradicionais

A disparidade dos cenários evidencia duas tendências interligadas.

Nos EUA, a queda da Thrifty pode ensinar que tradição, por si só, não garante sustentabilidade no varejo moderno.

No Brasil, a valorização do gelato artesanal demonstra que inovação, identidade local e saudabilidade são vetores de crescimento.

A ascensão do gelato no Brasil se dá em um contexto favorável.

Clima tropical, feiras especializadas como SIGEP e Fispal Sorvetes, além de um consumidor mais exigente e conectado, impulsionam o segmento.

Essa transição aponta para um mercado global de sobremesas geladas em reconfiguração.

Formas tradicionais convivem com modelos premium e artesanais, exigindo que marcas históricas se adaptem sem perder essência.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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