Entenda como os carros por assinatura estão crescendo no Brasil e por que muitos consumidores estão preferindo pagar uma mensalidade a financiar um veículo
Uma grande transformação está acontecendo no mercado automotivo brasileiro. A ideia de ter um carro como um bem e um investimento está dando lugar a um novo modelo de consumo focado na praticidade. Conhecido como carros por assinatura, nele sai o dono e entra o assinante, que paga uma mensalidade para ter um carro 0km na garagem, sem se preocupar com os custos e a burocracia da posse.
Montadoras como Fiat, Volkswagen e Renault já embarcaram nessa tendência com seus próprios serviços. A promessa é simples: ter um carro novo sem as “dores de cabeça” de pagar IPVA, seguro, manutenção ou de se preocupar com a desvalorização. Esse modelo tem crescido de forma exponencial e, em 2025, já é uma realidade consolidada.
O crescimento exponencial do mercado brasileiro de carros por assinatura em 2025
Os números confirmam a ascensão dos carros por assinatura. Segundo a ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), o setor deve fechar 2024 com 200.000 contratos ativos, um aumento de 25% em relação a 2023. Em apenas quatro anos, o crescimento foi de 150%, saltando de 80.000 contratos em 2020.
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Mesmo com um cenário econômico desafiador, com juros altos, a projeção do setor para 2025 continua sendo de crescimento. O carro por assinatura já representa cerca de 10% de toda a frota de veículos do Brasil, um sinal claro de que o modelo deixou de ser um nicho para se tornar uma força no mercado.
Como funcionam os planos das montadoras da Fiat Flua!, VW Sign&Drive e Renault on Demand
As grandes montadoras entraram de vez no mercado de assinaturas. O serviço da Stellantis, chamado Flua!, oferece modelos da Fiat e da Jeep. Um Jeep Commander, por exemplo, pode ser assinado em planos que partem de R$ 5.399,00 mensais, com pacotes de quilometragem que vão de 500 a 3.000 km por mês.
A Volkswagen oferece o VW Sign&Drive, com quase toda a sua linha de veículos, do Polo ao elétrico ID.Buzz. Um Nivus Comfortline, por exemplo, sai por R$ 2.799,00 ao mês em um contrato de 48 meses. Já o Renault on Demand se destaca por incluir vários modelos elétricos, como o Kwid E-Tech e o Megane E-Tech, com planos que começam em R$ 1.999,00 mensais para o Kwid Zen.
As vantagens de assinar, sem IPVA, seguro ou preocupação com a desvalorização
A principal atração dos carros por assinatura é a conveniência. A mensalidade fixa geralmente inclui todos os custos que um proprietário teria: IPVA, licenciamento, emplacamento, seguro e todas as manutenções preventivas. Isso elimina surpresas no orçamento.
Outra grande vantagem é não se preocupar com a desvalorização, um custo “invisível” que pode chegar a 6% ao ano. O assinante apenas usa o carro e o devolve no final do contrato, sem o trabalho de ter que revendê-lo. Além disso, o custo inicial é muito menor, já que não há necessidade de dar uma grande entrada.
As desvantagens e os custos ocultos sobre os carros por assinatura, o que as montadoras não contam?
Apesar das vantagens, o modelo de assinatura tem seus pontos negativos. A longo prazo, se a necessidade do carro for permanente, assinar pode sair mais caro do que comprar. Ao final do contrato, o cliente não tem um ativo, apenas o custo da mensalidade. Além disso, há limites de quilometragem que podem ser um problema para quem roda muito.
A falta de clareza em alguns contratos também é uma preocupação. Em discussões online, usuários do VW Sign&Drive, por exemplo, relatam dúvidas sobre como são cobrados os danos ao veículo em caso de acidente ou qual é a política para a troca de pneus, o que contradiz a promessa de “zero preocupações”.
Assinar, comprar ou financiar? A mudança de mentalidade do consumidor brasileira
A ascensão dos carros por assinatura reflete uma mudança cultural. O carro está deixando de ser visto como um investimento para se tornar um serviço de mobilidade. Fatores econômicos aceleram essa tendência. Com as taxas de juros para financiamento chegando a 25,98% ao ano em 2023, a compra parcelada se tornou inviável para muitos.
Para um número crescente de brasileiros, a assinatura se tornou a única forma de ter acesso a um carro 0km. A prioridade mudou da posse para a conveniência, e o consumidor moderno prefere não imobilizar seu capital em um bem que perde valor, optando pela flexibilidade de ter um carro sempre novo e sem as complicações da propriedade.