Na década de 70, a introdução do motor 2 tempos pela Detroit Diesel nos caminhões da Ford e Chevrolet marcou uma era de inovação no Brasil, enfrentando desafios técnicos e de mercado, e culminando em uma breve, porém significativa, transformação na indústria automobilística nacional.
Na segunda metade da década de 1970, o mercado brasileiro de caminhões experimentou uma significativa revolução tecnológica com a introdução dos motores 2 tempos diesel pela Detroit Diesel, uma subsidiária da General Motors. Este movimento foi liderado por duas gigantes da indústria automobilística, Ford e Chevrolet, que adotaram esta nova tecnologia em um esforço para modernizar suas frotas e aumentar a eficiência energética.
A transição dos motores a gasolina para os mais econômicos e potentes motores diesel de dois tempos representou uma mudança paradigmática, prometendo transformar o setor de transportes pesados no Brasil. Apesar dos desafios iniciais, incluindo questões técnicas e de aceitação do mercado, esse período marcou uma época de inovação e desenvolvimento, cujos efeitos repercutiram na indústria de caminhões do país.
A ascensão do Diesel: Chevrolet e Ford na vanguarda
A Chevrolet, já consolidada no mercado brasileiro, visava superar a Mercedes Benz em vendas de caminhões a diesel. Com a instalação da fábrica de motores Detroit Diesel em São José dos Campos (SP) em 1973, a General Motors almejava produzir 55 mil unidades anualmente, abastecendo não só caminhões Ford e Chevrolet, mas também outros veículos industriais e marítimos.
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A linha de produção iniciada em 1976 focou nos motores da série 53, com cada cilindro possuindo 53 polegadas cúbicas, introduzindo modelos potentes de três, quatro e seis cilindros, alcançando até 202 cavalos de potência.
Inovação e desafios da Ford com motor dois tempos
A Ford, por sua vez, lançou em 1976 o caminhão F 7000 com um motor de quatro cilindros de dois tempos, seguido por modelos mais robustos, como o F 7000 e o F 8500, todos equipados com o motor Detroit de seis cilindros. A Chevrolet atualizou seus modelos com motores Detroit, ganhando breve impulso nas vendas.
No entanto, desafios surgiram rapidamente, incluindo problemas de desgaste e performance dos motores, levando a um recall em 1977. A confiança na exclusividade dos motores Detroit para Ford e Chevrolet foi abalada, resultando em hesitação e eventual retração do mercado.
O declínio da Detroit Diesel no Brasil
Apesar de um início promissor, a Detroit Diesel não conseguiu manter o ritmo de vendas esperado. Com problemas técnicos e de mercado, a produção foi encerrada em menos de dois anos, deixando um rastro de insatisfação entre os compradores. Ford e Chevrolet tiveram que buscar alternativas, redirecionando suas linhas de caminhões para modelos com diferentes especificações.
Este capítulo da indústria automotiva brasileira destaca a inovação e os desafios enfrentados na adoção de novas tecnologias. Os caminhões com motor 2 tempos da Ford e Chevrolet, apesar dos obstáculos, marcaram uma era de transformação e são hoje lembrados por sua raridade e impacto histórico no setor de transporte do país.
Os motores Detroit tiveram uma curta participação no mercado e logo foram substituídos pelos MWM na Ford e Perkins na GM.Hoje os Detroit desapareceram pois os caminhões que os usavam acabaram trocando por motores Mercedes ,MWM e Perkins.
Existiram antes disso caminhoes alemaes da maraca FK – Ford Kaiser, alem claro dos caminhoes e onibus com o famoso motor GMC ” maritimo “…