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Russos adaptam motores de caças em caminhões para lançar jatos a 600 °C e limpar pistas congeladas rapidamente

Publicado em 24/08/2025 às 17:25
Motores de caças, Caminhões, jatos
Imagem: Reprodução
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Caminhões na Sibéria usam motores de caças MiG aposentados para soprar ar superaquecido e limpar pistas congeladas em poucos minutos

Na Rússia, especialmente na Sibéria, o frio intenso exige soluções criativas. Uma delas chama a atenção: caminhões equipados com motores de aviões usados para limpar pistas de aeroportos. Essas máquinas inusitadas removem neve e gelo em poucos minutos, soltando jatos de ar quente diretamente sobre a superfície.

O mais curioso é que muitos desses motores vieram de caças MiG-15 aposentados. Produzido em larga escala na União Soviética a partir do fim da década de 1940, o jato se tornou um ícone da Guerra Fria.

Com milhares de unidades fabricadas, restaram peças em abundância após sua retirada gradual de serviço.

Hoje, apenas a Coreia do Norte mantém alguns exemplares ativos, usados apenas em treinamento.

Soprador a jato

O segredo dessas máquinas está nos motores Klimov VK-1, derivados do britânico Rolls-Royce Nene. Adaptados em caminhões pesados de seis rodas, eles foram instalados na carroceria.

O bocal de exaustão foi ajustado para baixo e para trás, de forma a direcionar o ar superaquecido diretamente contra o solo.

Ao ligar o sistema, o jato sopra ar a temperaturas que chegam a 600 °C, em velocidade extrema. Isso derrete o gelo e projeta a neve para longe em questão de segundos.

Portanto, a pista fica limpa rapidamente e sem a necessidade de raspagem agressiva.

Vantagens e desafios

Entre as principais vantagens está a rapidez. Uma área que levaria horas com métodos tradicionais pode ser liberada em poucos minutos.

Além disso, o processo derrete até as camadas de gelo grudadas no asfalto, garantindo maior segurança.

Outro ponto positivo é a preservação da superfície. Como não há contato direto, o asfalto não sofre arranhões e as marcações não são danificadas. Também as luzes de orientação ficam protegidas.

O mais importante é que essa eficiência cobra um preço. Os sopradores consomem quantidades enormes de combustível e produzem ruído altíssimo, típico de motores de jato.

Além disso, emitem grandes volumes de gases poluentes, um desafio para aeroportos que tentam reduzir impactos ambientais.

De onde veio a inspiração

A ideia de reaproveitar motores militares surgiu nos anos 1960. Na época, a União Soviética possuía depósitos cheios de peças aeronáuticas ainda funcionais. Em vez de descartar, engenheiros buscaram aplicações práticas.

Por isso, locomotivas e veículos ferroviários também receberam turbinas para liberar trilhos cobertos de neve. O conceito mostrou-se útil em diferentes áreas.

Outros exemplos

Não só a União Soviética apostou nesse recurso. Nos Estados Unidos, pistas da Nascar passaram a contar com veículos conhecidos como jet dryers. Equipados com turbinas aeronáuticas, eles secam o asfalto após chuvas ou derretem gelo.

Até hoje, versões modernizadas seguem em operação em corridas, mostrando como motores fora de serviço podem ganhar nova utilidade.

Com informações de UOL.

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Romário Pereira de Carvalho

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