Brasil pode ser excluído do Swift? Entenda como funciona o sistema e quais são as regras para sanção. Swift descarta sanções unilaterais contra bancos brasileiros, mas alerta que decisões dependem da União Europeia
A dúvida sobre se o Brasil pode ser excluído do Swift ganhou força em grupos políticos nos últimos dias, após rumores de que o governo de Donald Trump poderia aplicar medidas diretas contra o país. No entanto, representantes do sistema confirmaram em reunião com o Ministério da Fazenda que uma eventual sanção não pode ser decidida de forma unilateral pelos Estados Unidos.
Segundo Hayden Allan, líder global de assuntos corporativos do Swift, o sistema é sediado na Bélgica e segue o marco legal europeu. Ou seja, qualquer exclusão de bancos brasileiros do Swift dependeria de uma decisão conjunta da União Europeia (UE), e não apenas da vontade de um governo específico. Esse modelo já foi aplicado em 2022, quando bancos russos foram desconectados após a invasão da Ucrânia.
O que é o Swift e por que ele é tão importante?
O Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é a principal rede de comunicação entre bancos para transações financeiras internacionais. Atualmente, conecta 11.500 instituições em mais de 200 países.
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Na prática, ele funciona como um “WhatsApp dos bancos”, transmitindo mensagens seguras sobre transferências, pagamentos e operações financeiras. Não é exclusivo para o dólar, já que as transações podem ser feitas em qualquer moeda acordada entre as instituições.
Brasil pode ser excluído do Swift?
De acordo com o representante do sistema, o Brasil só poderia ser cortado se houvesse uma decisão legal da União Europeia, o que envolve negociações multilaterais. A exclusão seria considerada uma medida extrema, aplicável apenas em cenários de forte conflito geopolítico ou sanções internacionais coordenadas.
Isso significa que rumores sobre sanções automáticas ou unilaterais dos Estados Unidos não têm fundamento. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, destacou que a reunião trouxe clareza: “O Swift não está sujeito a sanções arbitrárias de países específicos”, disse em nota.
Como funcionam as sanções no Swift?
O exemplo mais recente foi a Rússia, em 2022, quando bancos do país foram removidos do sistema após decisão da União Europeia, em resposta à guerra na Ucrânia. O impacto foi imediato: os bancos russos ficaram praticamente isolados do comércio internacional, dificultando pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira.
Para o Brasil, uma exclusão teria efeitos semelhantes: encareceria importações, reduziria a competitividade das exportações e limitaria o acesso ao sistema financeiro global. Contudo, o cenário atual mostra que não há qualquer movimento formal nesse sentido.
Representatividade brasileira no sistema
Durante o encontro em Brasília, Allan destacou que o Swift vem ampliando a presença de países emergentes em sua governança e que há planos para incluir bancos brasileiros no conselho de administração. Esse movimento é visto pelo governo como um reforço da soberania financeira do país.
Durigan também ressaltou que o Brasil é “um país soberano, democrático e autônomo”, e que o diálogo busca garantir mais espaço para a economia nacional dentro das regras globais.
Apesar dos rumores, o Brasil não corre risco imediato de ser excluído do Swift. Qualquer medida nesse sentido dependeria de um processo jurídico e político complexo dentro da União Europeia. A participação brasileira no sistema, ao contrário, tende a crescer com maior representatividade nos órgãos de decisão.
E você, acredita que o Brasil deveria se preparar para alternativas ao Swift como forma de proteção? Ou considera que a integração plena ao sistema garante maior estabilidade? Deixe sua opinião nos comentários — seu ponto de vista ajuda a enriquecer o debate.