1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Veneza: a cidade que flutua há mais de 1.000 anos e desafia o tempo 
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Veneza: a cidade que flutua há mais de 1.000 anos e desafia o tempo 

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 04/10/2025 às 10:27
Veneza; História; Engenharia; Cidade.
Fonte: IA.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Conheça os segredos de engenharia que mantêm de pé a rainha do Adriático, uma cidade construída sobre lama e madeira, e descubra como seus habitantes convivem com turismo, desafios ambientais e o peso da própria história 

Poucos lugares no mundo carregam uma aura tão única quanto Veneza. Sua origem remonta ao século V, quando povos fugiam das invasões bárbaras após o colapso do Império Romano. Destruídas as cidades do norte da Itália, muitas famílias buscaram refúgio em pequenas ilhas pantanosas da lagoa. 

A solução para transformar pântano em cidade foi surpreendente: milhares de estacas de madeira trazidas da Croácia foram cravadas até 5 metros no solo mole. Sobre elas, assentaram pranchas e a resistente pedra Ístria, impermeável à água. O segredo da durabilidade? A madeira nunca entrou em contato com o ar, permanecendo submersa por séculos, endurecida como pedra. 

Assim, nasceu uma metrópole sustentada por uma “floresta invisível” submersa, uma façanha de engenharia medieval que resiste há 1.500 anos. 

Vida cotidiana: entre cafés, barcos e pontes 

Viver em Veneza é como estar em um filme, mas o cotidiano é muito real. Não há ruas para carros: barcos fazem tudo. O “ônibus” local é o vaporetto, que percorre os canais transportando moradores e turistas. Até o lixo é recolhido por embarcações específicas e levado para o continente. 

As ilhas da cidade são ligadas por 176 canais e mais de 400 pontes. Entre elas, a mais famosa é a Ponte de Rialto, erguida no século XVI. Já a Ponte da Liberdade, com 3,85 km, conecta a cidade histórica ao continente. 

Mas a vida também pulsa nos detalhes. Veneza abriga o café mais antigo do mundo, com mais de 300 anos, onde moradores tomam espresso de pé — tradição local. Há também restaurantes à beira dos canais e o icônico Teatro La Fenice, um dos mais renomados da Europa, construído literalmente sobre a água. 

Não faltam curiosidades: até o corpo de bombeiros e a defesa civil usam barcos, e a universidade funciona em prédios acessíveis apenas de gôndola ou a pé. 

A água que sustenta e ameaça 

Cercados pelo mar, os venezianos precisavam de água doce. A saída foi transformar praças em grandes coletores de chuva: o chão era construído para direcionar a água para aberturas, que filtravam o líquido por camadas de areia e argila até chegar a cisternas subterrâneas. Assim, existiam cerca de 600 poços espalhados pela cidade. 

Hoje, a distribuição de água é feita por tubulações modernas, mas os antigos poços ainda decoram as praças, lembrando a engenhosidade do passado. 

Já o esgoto é outro ponto crítico. Desde o século XVI, a cidade usa túneis subterrâneos chamados gatoli, que despejam a água suja diretamente nos canais. Embora na década de 1990 alguns prédios tenham recebido tanques, ainda hoje parte significativa do esgoto vai direto para os canais, problema que gera mau cheiro em dias quentes ou de maré baixa. 

Turismo: motor econômico e desafio social 

Veneza vive um dilema: depende do turismo, mas sofre com ele. O passeio de gôndola, símbolo da cidade, custa em média 90 euros por 30 minutos, valor que ajuda a sustentar a economia local. Casas com vista para canais chegam a ser alugadas por 450 euros por noite em plataformas como o Airbnb. 

Esse movimento tem afastado moradores: muitos preferem alugar seus imóveis a turistas em vez de viver na cidade. Jovens, em especial, partem em busca de melhores oportunidades em outros lugares da Itália. Resultado: a população local encolhe, enquanto o fluxo de visitantes cresce. 

Veneza entre passado e futuro 

Ao caminhar por suas vielas estreitas e cruzar suas pontes históricas, o visitante percebe: Veneza é, ao mesmo tempo, uma relíquia viva e uma cidade que luta contra o tempo. O aumento do nível do mar, as mudanças climáticas e a pressão turística ameaçam um patrimônio de valor inestimável. 

E, sob seus palácios e igrejas, continua escondida aquela floresta submersa de milhões de troncos que, há mais de mil anos, sustenta a cidade mais improvável da história. 

E você, o que faria? Se tivesse a chance, moraria em Veneza, convivendo com o alto custo de vida, a ausência de ruas e os problemas ambientais? 

Deixe sua opinião nos comentários.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x