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Descubra como surgiu a Rota Pan-Americana, a rodovia mais longa do mundo, com mais de 30 mil km. Veja por onde passa, seus desafios ambientais e geopolíticos e os países conectados.
Com mais de 30 mil quilômetros de extensão, a Rota Pan-Americana é a estrada mais longa do mundo, ligando o Alasca à Argentina e atravessando 14 países nas Américas. O projeto começou a ganhar força na década de 1920 e hoje se tornou um símbolo da integração continental — mas também um campo de disputas geopolíticas e desafios ambientais.
Criada para estreitar laços entre os países do continente, a rodovia teve seu primeiro marco na 1ª Conferência da Rodovia Pan-Americana, em Buenos Aires, em 1925.
Apesar da grandiosidade, a rota não é uma estrada única e contínua.
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Pelo contrário: trata-se de um conjunto de trechos nacionais e estaduais interligados, com qualidade variável e um obstáculo natural praticamente intransponível — o Darién Gap, na fronteira entre o Panamá e a Colômbia.
Como surgiu a ideia da Rota Pan-Americana?
A proposta de construir uma via continental surgiu em 1889, durante a Primeira Conferência Pan-Americana, realizada em Washington.
O objetivo inicial era estratégico: facilitar parcerias militares e interesses comerciais, especialmente dos Estados Unidos.
Com o passar das décadas, a ideia evoluiu. Em 1923, no Chile, o plano ganhou nova força, até que em 1925, na Argentina, foi aprovada oficialmente a construção da Rota Pan-Americana.
A intenção era conectar o extremo norte ao sul do continente por vias terrestres.
Por onde passa a Rota Pan-Americana?
Atualmente, a rodovia principal percorre os seguintes países:
América do Norte e Central:
- Canadá (via Corredor CANAMEX)
- Estados Unidos
- México
- Guatemala
- El Salvador
- Honduras
- Nicarágua
- Costa Rica
- Panamá
América do Sul:
- Colômbia
- Equador
- Peru
- Chile
- Argentina
Além disso, ramificações conectam outros países como Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
O “buraco” da estrada: o impasse do Darién Gap
A Rota Pan-Americana apresenta uma interrupção crítica de cerca de 160 km na selva entre o Panamá e a Colômbia.
Essa região, conhecida como Darién Gap, permanece sem estrada por razões ambientais e logísticas.
Qualquer tentativa de construir nesse trecho afetaria ecossistemas sensíveis e envolveria custos altíssimos.
Hoje, quem percorre a rota precisa enviar o veículo por navio até a Colômbia ou Venezuela para seguir viagem.
Mesmo com esse obstáculo, a estrada continua sendo usada por aventureiros, caminhoneiros e turistas de todos os cantos.
Uma estrada envolvida em tensões políticas
Apesar de seu papel integrador, a Rota Pan-Americana também esbarra em conflitos geopolíticos. Um exemplo recente envolve as tensões entre Estados Unidos e Panamá.
Em 2025, o presidente panamenho José Raúl Mulino acusou o governo norte-americano de manipular informações sobre o Canal do Panamá, insinuando que navios militares dos EUA passariam a transitar gratuitamente.
A polêmica, impulsionada por declarações do então presidente Donald Trump, reacendeu o debate sobre o domínio e o uso estratégico de infraestruturas essenciais nas Américas — como a própria rodovia Pan-Americana.
As condições da rodovia ao longo do continente
A qualidade do pavimento da Rota Pan-Americana é bastante irregular. Em regiões próximas a capitais, as condições são boas, mas em áreas mais isoladas, trechos ficam intransitáveis durante as chuvas, com deslizamentos e enchentes.
Na Colômbia, além das dificuldades geográficas, há o agravante da presença de grupos armados, como guerrilhas e milícias. Isso torna alguns trechos arriscados para quem pretende atravessar o continente por terra.
Uma das maiores obras viárias do planeta
Mesmo com seus desafios, a Rota Pan-Americana figura no topo da lista das maiores rodovias do mundo, superando:
- National Highway (Austrália) – 14.500 km
- Transiberiana (Rússia) – 11.000 km
- TransCanadá – 7.821 km
- China National Highway – 5.700 km
Seu tamanho e abrangência a tornam um verdadeiro marco da engenharia e da geopolítica nas Américas.
Uma estrada com futuro incerto, mas grande simbolismo
A Rota Pan-Americana continua sendo uma promessa de integração continental. Ao mesmo tempo, reflete as desigualdades e os desafios logísticos e políticos entre os países das Américas.
Seja para quem viaja de ponta a ponta ou apenas sonha com a aventura, essa estrada continua despertando o imaginário e revelando o complexo retrato das relações interamericanas.
Com informações da Revista Fórum.
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