Com mais de 6 milhões de quilômetros percorridos, esse megaprojeto de rede rodoviária dos EUA é atualmente a mais extensa do mundo
A rede de Rodovias dos Estados Unidos é gigantesca, com mais de 6 milhões de quilômetros, representando 14% das estradas do mundo. Dentro desse megaprojeto, a Cat Freeway, no Texas, se destaca com suas 26 pistas. A jornada para construir essa rede começou no início do século XX e continua até hoje, com extensões e renovações constantes.
Desde 1918, o número de carros nos Estados Unidos cresceu vertiginosamente. Naquela época, apenas uma família em cada 13 possuía um veículo. Em dez anos, esse número saltou para quatro em cada cinco famílias. Essa explosão no uso de carros foi impulsionada por avanços na produtividade, com Henry Ford e seu modelo T tornando o automóvel acessível e confiável.
Megaprojeto de criar um sistema de autoestradas interestaduais
Para acomodar esse crescimento, o país adotou seu primeiro sistema de rodovias numeradas em 1926. No entanto, cada estado financiava e mantinha suas próprias estradas, sem padrões nacionais de projeto, sinalização ou segurança. Isso começou a mudar com o governo de Aidan Howard, que em 1953 embarcou no megaprojeto de criar um sistema de autoestradas interestaduais. Em 1956, a lei Federal Railway foi aprovada, estabelecendo uma rede de estradas com acesso controlado e sinalização padronizada em escala nacional.
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O custo inicial foi estimado em 114 bilhões de dólares e, quando concluída em 1992, os custos ultrapassaram 535 bilhões, ajustados pela inflação. Em 2022, o governo federal dos EUA gastou 52 bilhões de dólares na manutenção desse megaprojeto, com a previsão de que, até 2033, serão necessários 61 bilhões anuais para manter a qualidade das estradas.
Highway Trust Fund
A maior parte desse financiamento vem do Highway Trust Fund, alimentado por pedágios e impostos sobre combustíveis. Em 2022, o fundo arrecadou 48 bilhões, dos quais 42 bilhões foram destinados às rodovias. No entanto, as receitas têm sido insuficientes para cobrir os gastos, prevendo-se que o fundo se esgote em 2028, gerando um déficit de 241 bilhões entre 2024 e 2033.
Apesar dos altos custos, o retorno econômico das rodovias é significativo. Um estudo da American Road and Transportation Builders Association mostra que cada dólar investido gera um retorno de 5 dólares. A rede de Rodovias dos Estados Unidos permitiu a distribuição eficiente de produtos, redução de tempos de entrega e crescimento das empresas, com exemplos notáveis como o McDonald’s, que expandiu rapidamente ao longo das novas rodovias.
Em Chicago, motoristas perderam 155 horas em engarrafamentos em 2022
Essa rede também transformou as cidades americanas, promovendo a descentralização urbana. As autoestradas facilitaram a migração de residências e negócios para longe dos centros urbanos, criando áreas suburbanas. Contudo, isso trouxe problemas como congestionamentos. Em Chicago, motoristas perderam 155 horas em engarrafamentos em 2022.
Para enfrentar esses desafios, a lei de infraestrutura bipartidária de 2022 alocou mais de 550 bilhões para projetos de transporte alternativo. Um dos principais projetos é o Gateway, que visa melhorar a linha ferroviária entre Nova Jersey e Nova York, com um subsídio inicial de 292 milhões e um custo total estimado em 16 bilhões.
Apesar da importância das ferrovias e aviação, o carro continua sendo o meio de transporte mais utilizado nos Estados Unidos. A extensa rede de Rodovias dos Estados Unidos, parte do megaprojeto mais caro do mundo, ainda tem muito a oferecer e a surpreender.