Rodovia federal segue tendência nacional e extingue cédulas, adotando o sistema de pagamento eletrônico e o modelo free flow sem cancelas
Uma mudança histórica começa a transformar a BR-101 Sul, no Rio Grande do Sul. A CCR ViaSul, concessionária responsável pela administração da via, confirmou em setembro de 2024 que os pagamentos em dinheiro serão totalmente extintos até 2026. A partir dessa data, os pedágios aceitarão apenas cartões por aproximação, TAGs, dispositivos móveis e o sistema eletrônico free flow, que elimina cabines e cancelas.
Essa decisão faz parte de um plano nacional de modernização das rodovias federais, coordenado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Desde 2022, a CCR registrou um aumento de 156% nas transações eletrônicas, reflexo da adesão dos motoristas aos meios digitais e da modernização do sistema rodoviário.
Transformação tecnológica na BR-101 Sul impulsiona agilidade e segurança
Atualmente, apenas 13% das transações nos pedágios da CCR ainda são feitas com dinheiro vivo, conforme dados da empresa. Por esse motivo, todas as praças da BR-101 Sul/RS eliminarão o uso de cédulas até 2026, substituindo cabines tradicionais por sistemas automáticos e ATMs.
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A CCR já possui 61 cabines automáticas em operação em suas rodovias federais. Deste total, 24 estão no Rio Grande do Sul, 16 em Santa Catarina, 17 em São Paulo e Rio de Janeiro, e 4 na ViaLagos (RJ). Essa última foi a primeira a adotar o modelo totalmente eletrônico, em 2021, iniciando a revolução digital nas estradas brasileiras.
Além de oferecer mais rapidez, a digitalização reduz custos operacionais e aumenta a segurança dos motoristas, evitando o manuseio de dinheiro e reduzindo filas nas praças de pedágio.
Sistema free flow avança e redefine a mobilidade rodoviária
Enquanto a BR-101 Sul avança, outras rodovias do país já operam com tecnologia 100% eletrônica, consolidando a tendência nacional. Em São Paulo, desde 2024, várias praças de pedágio da CCR aceitam apenas pagamentos por aproximação, como cartões, celulares e smartwatches.
O sistema free flow, implantado em larga escala no Brasil em 2022, já representa 85% das transações eletrônicas do grupo CCR, segundo dados de setembro de 2024. Esse modelo elimina a necessidade de parar o veículo para o pagamento e garante fluidez ao tráfego.
Mesmo assim, parte dos motoristas ainda questiona a falta de opções para quem não utiliza meios digitais. A ANTT estuda políticas de inclusão tecnológica e tarifária para ampliar o acesso e permitir que todos os usuários possam circular com segurança.
Espírito Santo segue a modernização com isenções e tarifas dinâmicas
Enquanto o Sul acelera o processo de digitalização, o trecho da BR-101 no Espírito Santo, administrado pela Ecovias Capixabas, passou por mudanças em agosto de 2025. O novo contrato firmado com a ANTT estabeleceu benefícios e tarifas progressivas que incentivam o uso de tecnologia.
Entre as medidas estão:
- Isenção total para motociclistas, com faixas exclusivas sinalizadas em azul;
- Desconto de 5% para motoristas que utilizam TAGs eletrônicas, o que estimula o uso de pagamento automático;
- Tarifas reduzidas para usuários frequentes, que ganham descontos adicionais por uso contínuo.
O plano prevê investimentos de R$ 10,3 bilhões ao longo de 24 anos, sendo R$ 3,3 bilhões destinados à operação, manutenção e atendimento aos motoristas. A medida foi confirmada em nota conjunta da Ecovias Capixabas e da ANTT, que acompanha o cronograma de execução.
Modernização desafia inclusão e acessibilidade digital
Embora o avanço tecnológico seja evidente, especialistas alertam para a importância da inclusão digital nas rodovias. Em locais com menor conectividade, motoristas ainda enfrentam dificuldades para adotar meios eletrônicos de pagamento, o que exige soluções adaptadas.
A ANTT reforça que as concessionárias devem oferecer canais de atendimento alternativos, conforme a Lei nº 14.157/2021, que regula a cobrança eletrônica nas rodovias federais. Dessa forma, os motoristas terão tempo e estrutura para se adaptar à nova realidade.
Segundo engenheiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a transição digital é um marco para o transporte rodoviário. No entanto, é necessário planejamento cuidadoso para que a inovação caminhe junto com a acessibilidade e a segurança operacional.
O que muda para os motoristas brasileiros até 2026?
Com a BR-101 Sul totalmente digitalizada até 2026, a CCR ViaSul pretende tornar a experiência nas estradas mais fluida, segura e moderna. A eliminação das cabines físicas e das filas representa uma revolução na forma de dirigir e pagar pedágios.
Essa mudança segue uma tendência global de automação viária, já adotada em países como França, Espanha e Estados Unidos. Além disso, marca o fim do dinheiro nas estradas brasileiras e inaugura uma nova era para o transporte rodoviário.
E diante dessa virada tecnológica, a pergunta inevitável é: você está preparado para trafegar em um Brasil sem pedágios que aceitam dinheiro em espécie?