Robôs humanoides desenvolvidos pela Persona AI com tecnologia da NASA chegam aos estaleiros em acordo com a ABS para transformar a construção naval.
Robôs humanoides estão prestes a transformar a forma como estaleiros funcionam. A American Bureau of Shipping (ABS) firmou um acordo com a empresa de engenharia robótica Persona AI, de Houston, para iniciar uma colaboração inédita.
O objetivo é adaptar máquinas de nível industrial para executar tarefas em estaleiros e mudar, de forma radical, as operações de construção naval.
Robôs desenhados para ambientes humanos
Os estaleiros foram projetados para receber trabalhadores humanos, e isso limita a eficiência de robôs industriais tradicionais. Os humanoides da Persona AI chegam para ocupar esse espaço.
-
Marinha precisa de submarinos nucleares, afirma diretor-geral ao citar dependência de 95% do comércio pelo mar: “Se quiserem inviabilizar o Brasil, será pelo mar”
-
FUJIAN: conheça o porta-aviões chinês que tem chamado a atenção de observadores militares após sessão de testes. Expectativa é que sua entrada oficial na Marinha do PLA esteja próxima
-
Do diesel ao combustível limpo: Porto do Açu começa fase de testes com biocombustíveis em embarcações e vira exemplo de descarbonização no setor marítimo brasileiro
-
Com parceria que dura quase 20 anos, Damen e Serco se unem novamente para fornecer 24 embarcações à Royal Navy, no Reino Unido
Eles oferecem flexibilidade, mobilidade e conseguem atuar em locais confinados, complexos ou ergonômicos demais para pessoas.
John McDonald, presidente e diretor de operações da ABS, reforçou esse caráter inovador. Segundo ele, a parceria garante a integração segura de tecnologias emergentes na indústria marítima.
McDonald destacou ainda que o projeto cria novos padrões e protocolos de segurança, permitindo que humanoides executem tarefas complexas de forma confiável em ambientes que exigem precisão máxima.
Um momento decisivo para a construção naval
Os memorandos assinados entre ABS e Persona AI vão além da simples aplicação de robôs em canteiros. Eles buscam definir novos parâmetros sobre o tipo e a qualidade dos dados que esses sistemas podem coletar. Essa padronização é essencial para aplicar técnicas digitais e remotas de levantamento e certificação de navios.
Nic Radford, CEO e cofundador da Persona AI, chamou a iniciativa de um “momento decisivo” para o setor. Para ele, a parceria mostra que humanoides deixaram de ser um conceito distante e passaram a ser um recurso real, pronto para transformar a construção naval. “É um caminho rumo à realidade certificada”, afirmou.
Humanoides como companheiros de equipe
A Persona AI insiste em um ponto: seus robôs não vão substituir pessoas. A empresa diz que a missão é aliviar trabalhadores humanos em locais desafiadores, atuando como companheiros de equipe. A ideia é proteger e capacitar, não substituir.
Para isso, a companhia aposta em plataformas robóticas de nível industrial, equipadas com tecnologia que comercializa a propriedade intelectual da mão robótica da NASA. Essa solução garante destreza superior em trabalhos qualificados e amplia as possibilidades de atuação em tarefas críticas.
Resposta à alta rotatividade nos estaleiros
Um dado chama atenção. Os estaleiros enfrentam taxas de rotatividade de 20% a 22% entre os trabalhadores médios. Em setores críticos, o índice pode chegar a 30% ou mais. Além disso, até 60% dos novos funcionários deixam o emprego no primeiro ano. Essa dificuldade em reter pessoas compromete a eficiência das operações.
Os humanoides da Persona AI surgem como resposta direta a esse desafio. Projetados para suportar condições de trabalho intensas, eles garantem destreza e resistência em tarefas críticas. Ao assumirem atividades que exigem esforço repetitivo ou exposição prolongada, evitam que trabalhadores precisem lidar com essas condições.
Futuro mais inteligente e seguro
ABS e Persona AI apostam que a combinação de robótica avançada com a experiência em certificação e segurança vai moldar um futuro mais eficiente para os estaleiros. A colaboração representa mais do que inovação tecnológica: sinaliza uma nova forma de pensar a construção naval, onde humanos e máquinas compartilham o mesmo espaço, cada um com seu papel bem definido.