A CSN deseja comprar a mineradora da Vale, Samarco, que está passando por uma recobra judicial após o rompimento da barragem em Mariana
A CSN (CSNA3) admitiu um assessor para auxiliar na preparação de um plano tendo como objetivo a compra da mineradora Samarco, joint venture, que pertence a Vale (VALE3) e a BHP. De acordo com fontes ligadas ao assunto, a mineradora Samarco se encontra em recuperação judicial.
A estratégia que estaria sendo estudada pela RK Partnes para a CSN, seria a chamada oferta de “stalking-horse”, um componente para que os demais compradores interessados não ofereçam valores abaixo do estipulado pela Samarco. A expectativa da assessoria da CSN é que através da estratégia estipulada pela mesma as disputas entre os detentores de títulos da dívida e acionistas da Samarco cessem.
Através de uma mensagem de email, a BHP e a Vale declararam que “a Samarco não está à venda” e ainda destacaram seu apoio ao plano de reestruturação registrado pelos sindicatos de empregados da Samarco em 18 de maio.
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A mineradora Samarco ficou inapta para pagar suas dívidas após o rompimento de barragem de resíduos em 2015, que atingiu fatalmente 19 pessoas e quase arruinou duas vilas em Mariana, no estado de Minas Gerais. Desde então a empresa interrompeu a sua produção e assim permaneceu até dezembro de 2020, antes de poder reiniciar parcialmente as suas operações. Com isso, a mineradora listou cerca de R$ 50 bilhões em dívidas inadimplentes em seu pedido de recuperação judicial de abril de 2021.
Após anos de negociações malsucedidas, a Samarco mostrou planos de reestruturação de sua dívida que foram desprezados pelos detentores de títulos. Na sexta-feira, 17, a Samarco entrou com uma petição julgando a proposta de reestruturação da dívida, apresentada em maio.
CSN e diversas mineradoras e siderúrgicas têm suas ações decaídas após recuo do minério de ferro
As ações de mineradoras e siderúrgicas estão ocupando o lugar das maiores perdas da bolsa devido à queda das commodities, ou seja, devido à queda da valorização dos minérios.
Em torno das 11h25, desta quarta-feira, 22, os papéis da CSN (CSNA3) e da sua mineradora CSN Mineração (CMIN3), caíram 6,63% e 1,86%, respectivamente, cotadas a R$ 15,63 e R$ 4,22. Já a Gerdau (GGBR4) decaiu 5,7%, negociada a R$ 22,50, ao passo que a Usiminas (USIM5) perdia mais de 4%. A Vale registrou uma desvalorização de quase 2%, a R$ 74,52.
Preços do minério de ferro caem exponencialmente em 16 semanas
Segundo a revista Exame, valorização do minério de ferro despencou para o menor nível em 16 semanas, nesta quarta, 22. O contrato de minério de ferro mais visado na Bolsa de Dalian, para setembro, cessou 6% de 709,50 yuanes (US$ 105,57) a tonelada, representando a nona sessão consecutiva de queda.
O contrato decaiu para 698,50 iuanes, o menor nível desde 1º de março, por exemplo na na Bolsa de Cingapura, o contrato para julho da commodity cessou 5,6%, a US$ 108,45 a tonelada.
Em consequência disso, os traders estão cada vez mais exaltados com o excesso de oferta de aço na China. Ainda, o país asiático tenta reprimir os surtos de Covid-19. A imposição da política de “Covid Zero” tem colocado diversos distritos sob lockdown, elevando as incertezas sobre a normalização da atividade chinesa em um futuro próximo.
Os lockdowns colocam em xeque as expectativas de crescimento da segunda maior potência econômica mundial. As restrições nas principais cidades da China afetaram diversas cadeias do país, em especial a indústria, que não está rodando em plena capacidade.