Relatório mostra que a China já ultrapassa os EUA em diversos setores produtivos e tecnológicos, enquanto americanos apostam na força das alianças para conter o avanço asiático
A disputa entre China e Estados Unidos já não se resume à geopolítica. A nova fase da rivalidade é baseada em escala, capacidade produtiva e domínio tecnológico, segundo um artigo recente de Rush Doshi e Kurt Campbell, publicado na Foreign Affairs Magazine.
A análise aponta que a China já superou os EUA em diversos setores estratégicos, com produção massiva e avanço em áreas como energia, inteligência artificial, robótica, comunicação quântica, armamentos e semicondutores. O alerta é claro: os desafios econômicos enfrentados por Pequim não devem ser confundidos com fragilidade estratégica.
China já ultrapassa os EUA em diversos setores industriais
A China produz atualmente:
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- 2× mais que os EUA em geração de energia
- 3× mais automóveis
- 13× mais aço
- 20× mais cimento
- 200× mais navios
- 80% dos drones globais
- 90% dos painéis solares e terras raras
A liderança chinesa se estende a tecnologias do futuro: 50% dos robôs industriais, dezenas de reatores nucleares planejados e destaque em comunicação hipersônica e quântica. Na produção militar, a China está construindo cerca de 100 caças de 4ª geração por ano e deve alcançar 435 navios de guerra até 2030, superando os cerca de 300 da frota americana.
China e Estados Unidos disputam influência com blocos globais distintos
Apesar do avanço chinês, os Estados Unidos ainda lideram quando somam os recursos de seus aliados. O chamado “bloco ocidental” formado por EUA, União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Índia, Austrália, Canadá, México e Nova Zelândia supera a China em:
- 3× o PIB nominal
- 2× os gastos com defesa
- Mais patentes e publicações científicas
- Presença como principal parceiro comercial da maioria dos países
O desafio, segundo Doshi e Campbell, é transformar essa vantagem teórica em ações concretas. Isso inclui produção integrada de navios, compartilhamento de chips e tecnologia militar, e barreiras comerciais coordenadas contra a supercapacidade industrial da China.
China e Estados Unidos entram em guerra de escalas – e não há espaço para neutralidade
Para os analistas, a estratégia americana precisa mudar: só alianças diplomáticas não são suficientes. É preciso construir plataformas produtivas integradas, blindadas contra a competição desleal chinesa, e acelerar a inovação em setores-chave.
A China e Estados Unidos estão em uma corrida onde a quantidade virou qualidade, e quem controlar a escala produtiva e tecnológica terá poder real sobre os rumos da economia global.