Revolut anuncia plano de US$ 13 bilhões para superar o Nubank e se tornar o maior banco digital do mundo. Entenda a estratégia e os impactos.
A corrida pela supremacia no setor de bancos digitais acaba de ganhar um novo capítulo histórico. A Revolut, fintech britânica que já atua em mais de 30 países, anunciou que vai investir US$ 13 bilhões nos próximos anos em um plano ambicioso de expansão global. O objetivo é claro: superar o Nubank e conquistar o posto de maior banco digital do mundo.
Segundo informações divulgadas pela Reuters e pelo Financial Times no dia 23/09/2025, o valor será distribuído entre diferentes frentes de atuação. Só no Reino Unido, mercado de origem da empresa, estão previstos US$ 4 bilhões em investimentos para ampliar serviços, reforçar a base tecnológica e expandir a oferta de crédito e produtos de investimento. O restante será destinado à abertura de operações em novas geografias e ao fortalecimento da infraestrutura global da companhia.
Nubank x Revolut: os dois gigantes do setor
Para entender a magnitude da disputa, basta comparar números. O Nubank encerrou 2024 com mais de 100 milhões de clientes no Brasil e na América Latina, tornando-se um dos maiores bancos digitais do planeta em número de usuários.
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Já a Revolut, embora ainda atrás nesse indicador, se destaca pela diversificação dos serviços — incluindo criptomoedas, corretora de ações internacionais, cartões de viagem multimoeda e seguros digitais.
Essa diferença de posicionamento explica a nova estratégia da fintech britânica: conquistar escala global não apenas pelo número de clientes, mas pelo volume de ativos geridos e pela rentabilidade dos produtos oferecidos.
O plano para dominar o mercado global
De acordo com executivos ouvidos pelo Financial Times, o plano de US$ 13 bilhões da Revolut será direcionado para três eixos principais:
- Expansão territorial – Entrada em mercados estratégicos, como os Estados Unidos, a América Latina (incluindo o Brasil) e países do Oriente Médio e Ásia.
- Tecnologia e segurança – Investimentos pesados em inteligência artificial, infraestrutura de blockchain para pagamentos e sistemas de proteção contra fraudes.
- Ampliação de portfólio – A fintech quer ir além de cartões e contas digitais, oferecendo soluções completas em crédito, investimentos, seguros e câmbio.
Um dos objetivos declarados da companhia é se tornar o “superapp financeiro” global, reunindo no mesmo ecossistema todos os serviços que hoje o cliente precisa buscar em instituições diferentes.
O impacto no Brasil
O Brasil, maior mercado do Nubank, também está no radar da Revolut. Analistas de mercado apontam que a fintech britânica deve acelerar sua entrada no país nos próximos anos, aproveitando o ambiente regulatório favorável às instituições digitais e o interesse crescente da população por alternativas ao sistema bancário tradicional.
Se o plano se concretizar, o consumidor brasileiro pode assistir a uma verdadeira batalha de titãs, com duas das maiores fintechs do planeta disputando espaço no mesmo território. Isso deve gerar efeitos positivos, como mais inovação, queda de tarifas e maior oferta de crédito digital.
A dimensão do investimento
Os US$ 13 bilhões anunciados pela Revolut equivalem a mais de R$ 70 bilhões. Para efeito de comparação, o valor é superior ao PIB anual de países como Guiné-Bissau e também supera o orçamento de diversos ministérios brasileiros.
O montante reflete não apenas o poder de fogo da fintech, mas também a confiança de investidores internacionais na sua capacidade de desafiar players já estabelecidos, como Nubank, Chime (EUA) e N26 (Alemanha).
O que dizem os especialistas
Especialistas em fintechs acreditam que o setor está entrando em uma nova fase. Se no início a disputa era pelo número de clientes e pelo apelo junto aos desbancarizados, agora a luta é por rentabilidade, diversificação de produtos e presença global.
Segundo analistas citados pela Reuters, a aposta da Revolut é ousada, mas pode mudar o equilíbrio de forças.
“Se a empresa conseguir transformar sua base de clientes em uma comunidade global com múltiplos serviços financeiros, tem chances reais de superar o Nubank em valor de mercado e presença internacional até o fim da década”, avalia um economista ouvido pela agência.
Nubank sob pressão?
Apesar da ofensiva da Revolut, o Nubank segue forte. A empresa mantém altos índices de fidelização no Brasil, continua expandindo sua atuação no México e na Colômbia e vem ampliando suas linhas de crédito e investimento.
Contudo, o desafio está lançado. Pela primeira vez, um concorrente com recursos bilionários e presença em vários continentes declara abertamente a intenção de se tornar o maior banco digital do planeta, título que hoje muitos já atribuem ao Nubank.
A corrida bilionária dos bancos digitais
O anúncio da Revolut deixa claro que a próxima década será marcada por uma corrida bilionária entre bancos digitais. Com consumidores cada vez mais digitais e menos dependentes das agências físicas, a disputa se dará pela capacidade de oferecer tecnologia, segurança, crédito acessível e inovação constante.
Para os clientes, a boa notícia é que essa competição promete acelerar a transformação do setor financeiro, tornando os serviços mais baratos, rápidos e globais.
Com a apresentação do seu plano de US$ 13 bilhões, a Revolut não esconde mais suas ambições. O alvo é claro: superar o Nubank e assumir o título de maior banco digital do mundo. Resta saber se, nessa batalha de gigantes, o Brasil será apenas um campo de disputa ou também um dos grandes vencedores com a chegada de mais concorrência e inovação.