Banco Master enfrenta crise após veto do Banco Central, queda na confiança de investidores e CDBs negociados a 20% ao ano
O Banco Master ficou conhecido por oferecer CDBs com remuneração muito acima da média, chegando a 150% do CDI em prazos curtos. Em 2025, essa estratégia, antes vista como agressiva, se transformou em um símbolo de fragilidade diante do risco de intervenção do Banco Central. Segundo o especialista Raul Sena, o problema não está apenas nos papéis “turbinados”, mas no veto de R$ 2 bilhões do BRB, sinal de desconfiança regulatória.
Apesar de ter registrado lucro de R$ 57,7 milhões no 1º trimestre de 2025, uma queda de 3% em relação a 2024, o banco vive um impasse. O veto do BC à venda para o Banco de Brasília (BRB) ampliou as dúvidas sobre sua saúde financeira e colocou pressão sobre investidores que hoje veem os papéis do Master como de altíssimo risco.
Por que o Banco Central barrou a venda
O episódio central da crise foi a tentativa frustrada de venda ao BRB.
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O negócio, avaliado em R$ 2 bilhões, teria permitido ao Banco Master reforçar seu capital e afastar temores de solvência.
O Banco Central, no entanto, vetou a operação, alegando falhas na avaliação de ativos e cláusulas que manteriam o controlador Daniel Vorcaro no comando após a venda.
Para Raul Sena, a decisão do BC foi um divisor de águas: ao recusar a transação, a autoridade monetária enviou um recado claro de desconfiança regulatória.
A partir daí, investidores passaram a precificar o risco de quebra como algo real e imediato.
CDBs negociados a 20% ao ano
Após o veto, os CDBs do Banco Master passaram a ser negociados no mercado secundário a taxas de até 20% ao ano.
Essa remuneração não representa ganho, mas sim um alerta vermelho: quanto maior o retorno, maior a percepção de risco de calote.
Investidores correm para se desfazer dos papéis, e isso pressiona ainda mais a instituição.
Os maiores prejudicados são os que aplicaram acima do limite do FGC (R$ 250 mil por CPF e instituição).
Valores acima disso não têm garantia de ressarcimento em caso de liquidação.
O papel do FGC e a exposição dos investidores
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobre até R$ 250 mil por CPF em caso de quebra de uma instituição financeira.
Em crises recentes, como no caso da BRK Financeira, o prazo de devolução variou entre 48 horas e 15 dias, com limite legal de até 5 anos.
Isso significa que pequenos investidores estão relativamente protegidos, mas quem aplicou acima desse valor corre risco elevado de perda.
Para Raul Sena, esse caso é um alerta de que renda fixa não é sinônimo de segurança absoluta.
Existe saída para o Banco Master?
Apesar da gravidade da situação, analistas lembram que a carteira de crédito do Banco Master é considerada atraente.
Rumores apontam interesse do BTG Pactual e até de seguradoras como a JF na compra de fatias dessa carteira.
Nesse cenário, uma reorganização poderia salvar parte dos negócios.
Especialistas reforçam que o Banco Master não é uma pirâmide financeira.
O problema está no modelo de operação: captar caro para emprestar barato é inviável frente a concorrentes maiores.
Em mãos mais sólidas, parte dos ativos pode ser aproveitada, mas a incerteza de curto prazo gera instabilidade crescente.
O risco real de intervenção em 2025
Diante da sequência de eventos — lucro em queda, venda vetada, CDBs negociados a 20% ao ano e investidores expostos acima do limite do FGC — o Banco Master entrou no radar de intervenção do Banco Central em 2025.
Raul Sena alerta que, se o cenário não for revertido, a autoridade monetária pode decretar liquidação ou forçar uma venda fatiada para proteger o sistema financeiro.
Você acredita que o Banco Central deveria intervir no Banco Master ou ainda há espaço para uma recuperação negociada? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.