Após quase três décadas de espera, o ambicioso projeto de mineração em Simandou, no sudeste da Guiné, finalmente se torna uma realidade. A Rio Tinto, em colaboração com outras mineradoras, lidera esse empreendimento há muito aguardado.
Há mais de 27 anos, a Rio Tinto recebeu a concessão para explorar as riquezas das montanhas de Simandou, situadas no sudeste da Guiné. Naquela época, a visão era concretizar um projeto de mineração ambicioso que abarcava a criação de duas minas de minério de ferro, a construção de uma ferrovia e a edificação de um novo porto, além da construção de dezenas de pontes e túneis. O investimento total estimado foi de cerca de US$ 20 bilhões. Este empreendimento marcante está finalmente tomando forma após quase três décadas de planejamento.
Projeto de mineração em Simandou pode sair do papel em breve
De lá para cá, no entanto, uma série de contratempos, incluindo três golpes de estado no país africano, adiaram os planos da mineradora anglo-australiana e a ideia nunca saiu do papel. Entretanto, agora parece que isso está prestes a mudar.
O Financial Times afirmou hoje que a Rio Tinto planeja começar ainda este ano as obras do projeto de mineração, e que já recebeu a autorização de Beijing para dar a largada. Segundo o FT, alguns operários já estão atuando na ferrovia em Simandou, e a ideia é começar a construção das minas em breve.
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A expectativa da Rio Tinto é que o primeiro despacho de minério de ferro aconteça em 2025, com a produção alcançando sua capacidade máxima de 60 milhões de toneladas por ano em 2028. O BTG Pactual afirmou em um relatório que sempre foi muito cauteloso em relação ao desenvolvimento de Simandou, visto todos os contratempos que o projeto enfrentou.
Devido a isso, o banco está assumindo premissas mais conservadoras, projetando que a extração de minério comece em 2026 e que só alcance a capacidade máxima em 2030. O banco afirmou ainda que os desafios do projeto não devem ser subestimados, já que a Guiné sofreu um golpe militar em 2021 e o país enfrenta uma instabilidade regulatória.
Ferrovia para o projeto de mineração contará com 552 km de extensão
Dado o tamanho do projeto em Simandou, que é caro demais para uma mineradora bancar sozinha, ele será desenvolvido em uma parceria entre a Rio Tinto, o Governo de Guiné e pelo menos sete outras empresas, incluindo cinco chinesas.
O FT afirmou que a Rio Tinto construirá uma das minas, conhecida como projeto Simfer, em parceria com um consórcio liderado pela Chinalco. A segunda mina, conhecida como projeto WCS, será desenvolvida pela Baowu, a maior produtora de aço do mundo, em parceria com um consórcio liderado pela Winning International Group, uma empresa de Singapura.
Ao mesmo tempo, as companhias envolvidas financiaram juntas a construção da ferrovia, que contará com 552 km de extensão e ligará as montanhas de Simandou até o mar, onde será construído um novo porto para escoar a produção. A Rio Tinto e o consórcio da Chinalco também terão que financiar um trecho adicional da ferrovia, de 70 quilômetros, que ligará sua mina com a linha principal da ferrovia.
Rio Tinto aplicará investimento de US$ 6,2 bilhões
A estimativa é que o Share da Rio Tinto no capex do projeto de mineração fique em torno de US$ 6,2 bilhões, mais do que a companhia tem investido por ano nos últimos cinco anos. Além dos números superlativos, o projeto de Simandou é relevante pela qualidade do minério de ferro encontrado lá.
O minério que a Rio Tinto planeja extrair possui uma concentração média de aço de mais de 65%, uma das mais altas do mundo e similar ao minério de Carajás, o maior negócio da Vale. O minério high-grade tem se tornado ainda mais valioso nos últimos anos, visto que é o único que pode ser usado em processos mais sustentáveis de produção de aço, principal aposta das siderúrgicas para reduzir as emissões.