Evento reúne especialistas internacionais no Brasil
O Rio de Janeiro recebe entre 25 e 29 de agosto de 2025 o 24º Congresso da Rede Mundial de Renda Básica (BIEN).
O encontro será sediado em Maricá e Niterói e contará com a presença de Philippe Van Parijs e Eduardo Suplicy.
Ambos são pioneiros na defesa da renda básica incondicional como instrumento de dignidade e proteção social.
A edição é organizada pela Rede Mundial de Renda Básica, com apoio de instituições brasileiras e internacionais.
Debates sobre renda básica e desigualdade
Durante os cinco dias de congresso, representantes de 40 países discutirão as transformações da renda mínima como política pública.
Van Parijs, professor da Universidade Católica de Lovaina, destacou em declaração ao Brasil de Fato que o Brasil possui papel central na luta contra a desigualdade.
Ele lembrou o Bolsa Família, criado em 2003 e ampliado ao longo dos anos, como exemplo de avanço no combate à pobreza.
O economista ressaltou que o país foi pioneiro ao incluir a renda mínima no debate político, impulsionado por Eduardo Suplicy.
O parlamentar é autor da Lei Federal 10.835, sancionada em 2004 e que instituiu a Renda Básica de Cidadania.
Embora nunca tenha sido plenamente aplicada, a lei influenciou outros programas sociais.
O papel de Eduardo Suplicy
Para Suplicy, a universalização da renda básica é um passo fundamental para eliminar estigmas e ampliar a liberdade individual.
Em suas falas, o parlamentar enfatizou que um programa universal elimina a vergonha de precisar justificar a renda e combate os ciclos de pobreza.
Ele afirmou que a proposta coloca a dignidade humana no centro, pois evita que a sociedade empurre pessoas vulneráveis para a exclusão social.
Segundo Suplicy, esse direito garante maior estabilidade e incentiva o progresso coletivo.
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A escolha do Brasil como sede
O congresso retorna à América Latina após 15 anos.
A primeira edição no continente ocorreu em 2010, na Universidade de São Paulo.
A última reunião da BIEN aconteceu em 2024, na Inglaterra, e consolidou a expansão global do debate.
Em 2025, a escolha de Maricá e Niterói tem relação direta com experiências inovadoras de renda básica municipal.
Essas experiências incluem as moedas sociais locais e políticas de economia solidária, que despertaram interesse internacional.
A expectativa é reunir gestores públicos, ativistas, acadêmicos e estudantes em um espaço de troca de experiências.
Programação e palestrantes confirmados
O congresso contará com palestras, painéis e atividades abertas ao público, promovendo discussões acessíveis. Além disso, os temas abrangem diferentes aspectos da renda básica e economia solidária.
Entre os nomes confirmados, destacam-se Aldaíza Sposati, Joaquim Melo, Ariana Brito e Pablo Yanes, enquanto Verena Löffler, Laura Carvalho e Ugo Gentilini também participarão.
Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 500; porém, para estudantes, há uma taxa simbólica de R$ 50 até 21 de agosto.
O evento é organizado em parceria com a Rede Brasileira de Renda Básica, a UFF e a UFRJ, e, além disso, recebe apoio de instituições como FAPERJ, CAPES e CNPq.
Por fim, a programação completa já está disponível no site oficial do evento, o qual marca mais um capítulo no debate global sobre renda mínima.