Com túnel subaquático na Baía de Guanabara e integração entre três municípios, projeto da Linha 3 promete alterar o transporte no Rio, atrair investimentos e acelerar deslocamentos, com previsão de atender centenas de milhares de usuários por dia.
Nesta segunda-feira (09), o Governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou um plano de ampliação do sistema metroviário que envolve três grandes frentes de obras.
Entre os destaques do projeto estão a criação da Linha 3, conectando o Rio de Janeiro a Niterói e São Gonçalo, a implantação de um novo traçado entre Estácio e Praça XV, e a extensão da Linha 4 até o Recreio dos Bandeirantes.
A previsão de investimento é de R$ 28,8 bilhões, com recursos provenientes de parcerias público-privadas.
-
Weg aposta R$ 160 milhões no ES. O que está por trás desse investimento milionário?
-
O segredo das ‘estradas submersas’ do Ceará não é a maré
-
Entrou em vigor nesse mês: Estado aprova salário mínimo regional até R$ 2.267, um dos maiores do Brasil
-
Férias antecipadas podem virar dor de cabeça se você ignorar essa regra da CLT
As primeiras licitações devem ocorrer no primeiro semestre de 2026.
Linha 3 integrará Rio, Niterói e São Gonçalo por túnel subaquático
Com 28 quilômetros de extensão e 15 estações, a futura Linha 3 será a primeira ligação metroviária entre municípios da Região Metropolitana do Rio.
O projeto inclui um túnel submerso sob a Baía de Guanabara, que conectará a estação Praça XV, no centro do Rio, à estação Arariboia, em Niterói.
De acordo com estimativas oficiais, o novo trajeto poderá transportar até 650 mil passageiros diariamente.
Hoje, o deslocamento entre Niterói e São Gonçalo pode ultrapassar duas horas.
A expectativa, com a nova linha, é que esse tempo seja reduzido para cerca de 40 minutos.
O custo previsto para a execução da Linha 3 é de R$ 14,6 bilhões, valor incluído no total anunciado para o pacote de obras.
Prevista para o bairro de Guaxindiba, em São Gonçalo, a estação terminal será construída próxima à BR-101, possibilitando integração com linhas de ônibus intermunicipais e demais modais regionais.
Nova ligação entre Estácio e Praça XV eliminará gargalo
Outra frente do pacote envolve a criação de um ramal direto entre as estações Estácio e Praça XV, com custo estimado de R$ 4,4 bilhões.
A proposta tem como finalidade eliminar o atual compartilhamento de trilhos entre as Linhas 1 e 2 nas estações Central e Botafogo.
Conforme a Secretaria Estadual de Transportes, a mudança deve permitir uma operação mais eficiente, reduzindo os intervalos e aumentando a capacidade da Linha 2.
O novo trecho contará com uma estação no bairro do Catumbi, situado nas imediações da Praça da Apoteose.
Segundo as estimativas do governo, aproximadamente 450 mil passageiros por dia deverão ser beneficiados pela nova configuração operacional.
Linha 4 será ampliada até o Recreio dos Bandeirantes
A expansão da Linha 4 prevê a extensão do trecho hoje operado entre Ipanema e Barra da Tijuca até o Recreio dos Bandeirantes.
Com orçamento de R$ 9,8 bilhões, a obra incluirá o Terminal Alvorada como ponto de integração entre o metrô e o sistema BRT.
A área contemplada registra crescimento populacional e urbanização intensa, justificando a ampliação do modal de alta capacidade.
Projeções do governo estadual indicam que o novo trecho atenderá até 360 mil usuários diariamente.
O projeto também busca melhorar a conexão entre os bairros da Zona Oeste e o restante da malha metroviária da capital.
Financiamento e cronograma das obras
Os recursos destinados às intervenções virão de Parcerias Público-Privadas (PPPs), com participação do Governo do Estado, prefeituras, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e União.
A execução será coordenada pela Secretaria Estadual de Transportes em conjunto com a empresa pública Riotrilhos.
Conforme o cronograma preliminar, o início das obras está previsto para 2026, com entregas escalonadas até 2032.
Durante anúncio oficial, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, destacou que o plano reflete um esforço conjunto entre entes federativos para melhorar o transporte coletivo urbano.
Ampliação do sistema metroviário e dados técnicos
Atualmente, o metrô do Rio de Janeiro opera três linhas, com 51 quilômetros de extensão e 41 estações.
Caso o pacote de obras seja executado conforme o planejado, a malha metroviária poderá chegar a 92 quilômetros, com 82 estações no total.
A expansão adicionaria 44 quilômetros de trilhos e 31 novas estações ao sistema.
Essa ampliação busca atender à crescente demanda por transporte de alta capacidade na Região Metropolitana, especialmente em áreas com baixa cobertura metroviária.
O projeto da Linha 3, embora inédito em execução, está previsto nos planos de mobilidade desde a década de 1960, tendo sido retomado por diversas gestões ao longo dos anos.
Integrações previstas e desafios de engenharia
Além de expandir a cobertura geográfica, o pacote também amplia os pontos de integração com outros modais.
Em Guaxindiba, por exemplo, haverá conexão com rodovias e linhas de ônibus que atendem municípios como Itaboraí, Magé, Rio Bonito e Tanguá.
Já o Terminal Alvorada deve funcionar como polo intermodal na Zona Oeste, conectando metrô e BRT.
A estação do Catumbi ampliará o acesso ao centro e à região do Sambódromo.
Entre os principais desafios do projeto estão a complexidade técnica das escavações subaquáticas e a necessidade de obras em áreas densamente povoadas.
Estudos de viabilidade técnica e de demanda subsidiaram a elaboração do plano, segundo a Secretaria de Transportes.
Diante de promessas antigas e obras paradas há décadas, você acredita que esse novo plano metroviário realmente sairá do papel — ou será mais uma proposta eleitoreira para adiar soluções reais na mobilidade do Grande Rio?