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Revolução na Amazônia: O Barco Elétrico Sustentável que Transforma a Mobilidade Urbana e Reduz CO₂

Escrito por Corporativo
Publicado em 18/09/2024 às 10:11
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Primeiro Barco Elétrico e Sustentável da Amazônia Promove Mobilidade Urbana e Redução de CO₂’. – FOTO: ©2024|pedro.pinheiro@fsb.com.br

UFPA e Norte Energia desenvolvem o Poraquê, primeiro barco elétrico e sustentável da Amazônia, movido a energia limpa e mobilidade urbana, reduzindo emissões de CO₂.

A UFPA, em parceria com a Norte Energia, anunciou o desenvolvimento do primeiro barco elétrico na Amazônia, destacando o compromisso com a energia limpa e a mobilidade urbana. Este barco elétrico representa um avanço significativo na descarbonização do transporte fluvial na região, contribuindo para a redução das emissões de CO₂.

Além do barco elétrico, o projeto inclui um catamarã sustentável e outros veículos fluviais, como a embarcação elétrica, capazes de transportar até 2 mil passageiros diariamente. Este significativo passo, além de promover a sustentabilidade, demonstrou que é possível integrar inovação tecnológica e preservação ambiental na mobilidade urbana da região amazônica.

Belém Inaugura o Poraquê, um Catamarã Sustentável

A cidade de Belém, no Pará, apresenta o Poraquê, um moderno catamarã sustentável totalmente elétrico. Movido por energia limpa e renovável, o barco elétrico é fruto de um projeto colaborativo entre a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e a Universidade Federal do Pará (UFPA). O nome ‘Poraquê’ é uma referência ao peixe elétrico, típico dos rios amazônicos, enfatizando o poder e a inovação do veículo fluvial elétrico.

Contexto e Importância do Projeto na Amazônia

A opção pelo desenvolvimento dessa embarcação elétrica pela Norte Energia está diretamente ligada ao fato de a maior bacia hidrográfica do mundo estar na Amazônia. Nessa vasta região, os barcos desempenham um papel crucial, sendo o principal meio de transporte para populações ribeirinhas. No entanto, muitas dessas embarcações ainda dependem de combustíveis fósseis, como o diesel, que resultam na emissão de toneladas de CO₂ e elevam os custos financeiros para as comunidades locais. ‘Ao apoiar o projeto, promovemos o avanço científico na região e oferecemos à população alternativas eficientes de gestão energética‘, afirma Andréia Antloga, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Norte Energia. A viagem inaugural do Poraquê ocorreu no Rio Guamá, que passa pelo campus da UFPA, e contou com a presença de professores e alunos.

Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia: Integração Ecológica

Este barco elétrico faz parte do SIMA (Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia), que inclui também dois ônibus elétricos operando no campus da universidade. A combinação desses dois modos de transporte promete atender a 2 mil pessoas diariamente e prevê a diminuição de 161 toneladas de emissões de CO₂ anualmente, equivalentes à poluição gerada por 30 carros populares em um ano. Especificamente, o catamarã sustentável evitará a emissão de 100 toneladas de gases de efeito estufa por ano. O barco é movido por energia solar fotovoltaica e incorpora avanços tecnológicos como dois motores elétricos de 12 KW cada, três conjuntos de baterias de 47 kW e 22 placas fotovoltaicas instaladas na sua cobertura.

Especificações e Inovação Tecnológica do Barco Elétrico

A embarcação mede 12 metros de comprimento, 6 metros de largura e 72 centímetros de calado, com uma autonomia de 8 horas sem necessitar de recarga. Para apoiar esse projeto sustentável, foi estabelecida uma estação de recarga elétrica no píer do campus, alimentada pela energia das miniusinas construídas pela universidade. O estudo para o desenvolvimento do SIMA começou em 2019, envolvendo cerca de 30 pesquisadores, professores e estudantes da UFPA, e faz parte de um programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Norte Energia, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O design do casco, feito de alumínio naval, considerou o peso adicional dos sistemas de baterias e motores para sua operação nos rios amazônicos, resultando em um barco com um peso total de 7 toneladas, uma delas apenas de baterias.

Contribuições e Desafios Científicos do Projeto

O vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, destaca que além de ser uma conquista tecnológica, o barco elétrico representa um laboratório para a universidade. ‘Nossa expectativa é que esse projeto estimule o desenvolvimento de novos veículos e que, em breve, de 10% a 20% dos barcos da nossa região sejam movidos por energia limpa’, afirma. O professor Emanuel Loureiro, que liderou o projeto na UFPA, ressalta os desafios enfrentados para integrar tecnologias disponíveis no mercado que atendessem às necessidades de peso, autonomia, velocidade e capacidade de transporte. O barco também dispõe de um centro de comando para gerenciamento da energia das baterias e do sistema fotovoltaico, garantindo potência eficiente para a locomoção.

Inclusão e Acessibilidade no Catamarã Sustentável

O Poraquê tem capacidade para transportar 25 pessoas, incluindo 23 passageiros e dois tripulantes, e conta ainda com espaço para cadeirantes, com plataformas de acesso nos três pontos de embarque e desembarque. A expectativa é atender mil passageiros por dia, incluindo estudantes, funcionários da universidade e usuários dos serviços da instituição. O barco navegaria 750 metros do Rio Guamá, parando no edifício Mirante do Rio, nos restaurantes universitários e no setor de saúde da UFPA. A travessia deverá durar 15 minutos, percorrendo 40 km ao longo do dia, com uma velocidade média de 13 km/h.

O Primeiro Corredor Verde da Amazônia

Além de operar dentro do campus da UFPA, os dois ônibus elétricos atualmente transportam professores e alunos da capital ao campus de Castanhal, contribuindo para formar o primeiro corredor verde da Amazônia. A bateria dos coletivos elétricos é carregada em estações de recarga elétrica instaladas em ambos os campos. O SIMA inclui ainda o aplicativo Norte Rotas, permitindo aos usuários acessar informações em tempo real para planejar seus deslocamentos de ônibus ou barco elétrico. Complementando o projeto, foi implementado um sistema fotovoltaico no edifício Mirante do Rio, projetado para ser autossuficiente em energia, conforme o conceito de Edifício ‘Zero Energy’.

Fonte: © pedro.pinheiro@fsb.com.br

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