Estudo revela que há ouro suficiente no núcleo da Terra para cobrir todo o planeta, mas essa riqueza permanece fora do alcance humano
Um grupo de cientistas da Universidade de Göttingen, na Alemanha, fez uma descoberta impressionante. Eles identificaram o que pode ser o maior depósito de ouro do mundo.
Segundo os pesquisadores, trata-se de uma quantidade tão gigantesca que faz o famoso cofre de Fort Knox parecer insignificante. De acordo com dados do portal New Atlas, representa 99,999% de todo o metal precioso do planeta. O problema? Esse ouro está no núcleo da Terra — inacessível com a tecnologia atual.
O fascínio eterno pelo ouro
O ouro sempre ocupou um papel especial na história humana. Desde impérios antigos até o mercado financeiro moderno, ele é símbolo de poder, segurança e riqueza.
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Muito mais do que um metal brilhante, o ouro é visto como um meio de liberdade e proteção. Nas palavras de Ralph Waldo Emerson: “O desejo por ouro não é por ouro. É por meios de liberdade e benefício.”
Esse fascínio não é apenas cultural. O ouro tem propriedades únicas. É fácil de refinar, resistente à corrosão, não tóxico e sólido em temperaturas estáveis. Além disso, conduz bem eletricidade e calor. Essas características fazem dele um recurso valioso tanto na indústria quanto na economia.
Quanto ouro já foi extraído?
Desde os tempos antigos, a humanidade extraiu cerca de 216 mil toneladas de ouro. Isso daria um cubo maciço com 22 metros de lado. A maior parte desse ouro ainda está em circulação, já que é quase indestrutível.
Muito do que usamos hoje pode ter sido moldado há milhares de anos. Mesmo assim, ainda é uma quantidade pequena perto do que existe no interior do planeta.
Esse ouro “conhecido” não leva em conta depósitos secretos, joias familiares acumuladas por gerações ou estoques escondidos. Mas todos esses acervos juntos representam apenas uma fração do ouro existente no núcleo terrestre.
A descoberta no núcleo do planeta
A pesquisa liderada pela equipe de Göttingen analisou rochas vindas de locais como o Havaí, Galápagos, Ilha de Baffin e Ilhas Reunião. Os cientistas estudaram os isótopos de rutênio e tungstênio encontrados nessas formações. Um resultado chamou atenção: a presença inesperada do isótopo rutênio-100.
Essa discrepância indicava algo incomum. As rochas, segundo os especialistas, pareciam ter origem na fronteira entre o núcleo e o manto da Terra. A conclusão foi direta: parte do material do núcleo está migrando, ainda que lentamente, para regiões mais acessíveis.
O ouro pode subir à superfície
O ouro, como outros metais pesados, se concentra no núcleo da Terra. Isso aconteceu durante a formação do planeta, há 4,5 bilhões de anos. O ouro é um elemento “siderófilo” — ou seja, gosta de ferro — e acabou se unindo a ele, mergulhando nas profundezas da Terra.
Mas há um processo em andamento. A pesquisa sugere que elementos como o ouro não estão completamente presos no centro do planeta.
Eles se movimentam lentamente por meio de plumas térmicas. Essas correntes carregam materiais do núcleo para o manto e, eventualmente, para a crosta, por meio da atividade vulcânica.
Segundo os dados levantados, há ouro suficiente no núcleo para cobrir toda a superfície terrestre com uma camada de quase meio metro de profundidade. Mas, por ora, essa riqueza continua fora do alcance humano.
Um plano alternativo: os asteroides
Para quem não quer esperar milhões de anos até que o ouro suba sozinho à crosta, existe outro caminho: o espaço. Alguns asteroides são compostos por altos níveis de metais preciosos. Um dos mais famosos é Psique, que contém tantos recursos minerais que seu valor teórico chega a US$ 10.000 quatrilhões.
Diferente da Terra, esses corpos celestes não têm um núcleo denso cobrindo o ouro. Isso os torna potenciais fontes para mineração espacial no futuro.
O valor inacessível de um tesouro real
A descoberta feita pela Universidade de Göttingen lança uma nova luz sobre os recursos escondidos no centro do planeta. Embora não possamos alcançá-los agora, saber que há tanto ouro ali embaixo transforma a forma como entendemos a geologia da Terra — e o potencial escondido sob nossos pés.
Por enquanto, o maior depósito de ouro do mundo continua intocável, mas os dados obtidos reforçam a ideia de que o planeta ainda guarda muitos segredos. E, talvez, esse ouro que parece inalcançável hoje, um dia possa vir à tona — mesmo que leve algumas centenas de milhões de anos.
Com informações de New Atlas.