Você pode economizar ou entrar numa cilada: veja os riscos ocultos ao trocar um carro zero quilômetro nacional por um importado de luxo usado.
Aparência de negócio vantajoso pode esconder riscos financeiros a longo prazo
Adquirir um carro de luxo usado, como uma Mercedes‑Benz na faixa de R$ 100 mil, parece uma oportunidade imperdível.
No entanto, especialistas do setor automotivo alertam que a comparação com modelos nacionais zero quilômetro, como o Renault Kwid 0 km, exige cautela.
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Segundo o engenheiro e jornalista automotivo Boris Feldman, o risco de prejuízo futuro é grande.
O que começa como uma decisão baseada no status ou na performance superior pode rapidamente se transformar em um encargo financeiro elevado, especialmente com manutenção, peças e seguros.
Importado usado x nacional novo: diferença vai além do preço
A dúvida entre comprar um Renault Kwid 0 km ou uma Mercedes usada é recorrente entre consumidores que buscam unir economia e sofisticação.
No entanto, Feldman é categórico ao afirmar: “Não compre nunca um carro importado usado pelo mesmo preço que um nacional barato, porque você pode se arrepender no futuro.”
O argumento principal envolve os custos ocultos de manutenção.
Um exemplo prático: a substituição de um para-brisa em um Kwid pode custar cerca de R$ 400.
Já no caso de uma Mercedes importada, o mesmo serviço pode ultrapassar os R$ 4.000, mesmo que o carro esteja desvalorizado.
Isso ocorre porque as peças seguem com o valor original da época de lançamento, quando o veículo custava mais de R$ 400 mil.
Serviços especializados elevam o custo total de propriedade
O problema não se restringe às peças.
A mão de obra especializada para reparar modelos de luxo também mantém preços elevados, independentemente da idade do veículo.
“A mão de obra do mecânico especializado no carro importado vai custar a mesma coisa, tanto faz se o carro é zero ou se é usado”, reforça Feldman.
Esse cenário transforma o que parece uma economia inicial em um potencial pesadelo financeiro.
Modelos de luxo demandam cuidados técnicos específicos e peças originais.
Como são veículos menos populares, muitas vezes as peças precisam ser importadas, com prazos longos de espera e valores altos, sem contar a dificuldade em encontrar oficinas confiáveis.
Custo-benefício do Kwid 0 km ganha força
O Renault Kwid 0 km, por sua vez, desponta como uma das opções mais acessíveis e econômicas do mercado brasileiro.
Segundo a Tabela Fipe de junho de 2025, o modelo Zen 1.0 tem valor médio de R$ 58.648.
Já versões completas, como a Intense Pack Biton, ultrapassam os R$ 80 mil.
Ainda assim, o investimento é inferior ao de uma Mercedes usada e vem com garantias de fábrica, revisões programadas e suporte nacional.
Outro diferencial é o consumo: o Kwid entrega médias próximas a 15 km/l com gasolina.
Além disso, possui seguro mais acessível e um dos menores custos de manutenção da categoria.
Com revisões fixas e rede de concessionárias espalhadas por todo o Brasil, o carro se mostra ideal para quem busca previsibilidade e baixo custo no dia a dia.
Segurança e praticidade: evolução após críticas
Apesar de críticas no passado, principalmente em relação à segurança, o Renault Kwid passou por melhorias estruturais.
Após avaliações negativas do Latin NCAP, a marca reforçou a estrutura e adicionou itens como controle eletrônico de estabilidade e quatro airbags de série, elevando o padrão do veículo para a categoria.
Com produção em São José dos Pinhais (PR), o Kwid atende às exigências do consumidor brasileiro.
O modelo se mostra mais preparado para o cenário urbano, com manutenção simples e cobertura em todo o território nacional.
A tentação do luxo acessível pode sair caro
Muitos consumidores sonham em dirigir um modelo de prestígio como a Mercedes-Benz.
O problema surge quando esse desejo se sobrepõe à análise racional dos custos.
“Esse é o problema de quem fica quase que alucinado para comprar um Mercedes pelo preço de um nacional zero quilômetro. O sonho se desfaz na primeira vez que ele leva o carro para a oficina”, alerta Feldman.
Além das revisões caras, a ausência de garantias e o seguro elevado agravam o custo total de propriedade.
Em muitos casos, o comprador acaba gastando mais do que pagaria por um carro novo e ainda enfrenta dificuldades na revenda futura, já que veículos de luxo usados têm menor liquidez.
Escolha consciente de um carro envolve mais do que estética ou potência
Quem se depara com a escolha entre um Renault Kwid 0 km ou uma Mercedes usada deve considerar não só o valor da compra, mas também os gastos ao longo da vida útil do veículo.
O Kwid oferece garantia de fábrica, baixo consumo de combustível, manutenção acessível e menos risco de surpresas mecânicas.
Já o importado, embora ofereça conforto e sofisticação, exige planejamento financeiro robusto para lidar com revisões, peças e eventual desvalorização.
Para quem depende do carro no cotidiano ou possui orçamento limitado, a opção por um nacional novo é quase sempre mais vantajosa.
A ilusão do luxo acessível pode custar caro e comprometer o orçamento familiar.
Diante disso, vale a reflexão: você prefere investir em um carro novo com garantia e economia, ou está disposto a bancar os custos invisíveis de um importado usado com aparência de bom negócio?