Renault Alaskan sai de linha em 2025: entenda os motivos do fim da picape baseada na Nissan Frontier e por que o modelo nunca chegou ao mercado brasileiro.
A montadora japonesa Nissan anunciou, no dia 28 de março, que irá encerrar a produção da picape Frontier na Argentina. A partir de agora, uma nova geração do modelo será fabricada exclusivamente no México, com foco em abastecer os mercados da América Latina. Com essa mudança, a fábrica da Nissan em Córdoba, que operava em parceria com a Renault, deixará de produzir veículos e passará a atuar apenas como centro de importação — um modelo de negócios semelhante ao adotado pela Ford no Brasil, desde que encerrou suas operações industriais no país.
Essa decisão traz incertezas sobre o futuro da planta argentina e já teve como consequência direta o fim da produção da Renault Alaskan, picape derivada da Frontier que compartilhava a mesma linha de montagem. A medida representa uma reestruturação estratégica da Nissan na região e pode ter impactos significativos na cadeia produtiva automotiva do Mercosul.
O fim da picape francesa
Com isso, também sairá de linha a Renault Alaskan, picape média derivada da Nissan Frontier que chegou a ser cogitada para o mercado brasileiro há alguns anos, quando a parceria formada entre as duas fabricantes e a Mercedes-Benz anunciou um acordo para fabricar picapes em Córdoba, na Argentina. Segundo a Renault, o modelo sairá de linha em novembro.
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A Argentina era o único país onde a picape ainda era produzida, uma vez que a produção na Espanha e México foi finalizada há alguns anos. Segundo uma nota emitida pela montadora da Argentina, a Alaskan foi concebida como um projeto em conjunto com a Nissan. O acordo estabelecia que a duração da produção seria estendida até dezembro deste ano. A decisão foi não renovar e nem dar continuidade ao acordo, desta forma, a Renault Alaskan sai de linha.
Produzida em Córdoba, na Argentina, desde 2020, a picape era nada mais que uma Nissan Frontier com os emblemas da marca francesa. Pelo fato de não ter nenhum equipamento ou motorização que a diferenciava da Frontier, a Alaskan nunca conseguiu alcançar um número de vendas expressivos e nem chegar a ser exportada para outros países da América Latina.
Saiba quanto custa a Renault Alaskan em 2025
A Renault Alaskan sai de linha neste ano, contudo, é importante mencionar que o modelo está sendo vendido no mercado argentino com preços sugeridos entre 38,3 milhões e 56,1 milhões de pesos argentinos, o equivalente a cerca de R$ 206 mil e R$ 301.800 em conversão direta na cotação atual, respectivamente.
O acordo entre as marcas também originou a Mercedes-Benz Classe X, outra picape média com base na Nissan Frontier, que tinha o objetivo de trazer uma marca alemã ao segmento, contudo, com um uma proposta mais luxuosa.
Apesar de ter versões equipadas com um motor V6 turbodiesel da Mercedes-Benz, a Classe X se mostrou um fracasso de vendas por conta de seu preço elevado e saiu de linha em 2019, apenas um ano após seu lançamento.
A fábrica da parceria entre as montadoras na Argentina receberá atualizações para receber a produção da picape Niagara, que contará com uma estrutura monobloco para competir na América Latina contra a Fiat Toro, Ford Maverick e Ram Rampage.
Por que o Renault Alaskan não vem para o Brasil?
A Alaskan segue o mesmo padrão desses modelos concorrentes. Na Argentina, o motor 2.3 turbo diesel possui duas versões, com uma 160 cv e 403 Nm e outra com 190 cv e 450 Nm. Para o Brasil, o Renault Alaskan de 190 cv com câmbio automático de 7 marchas seria competitivo. Sua carga útil chega a 1.100 kg, dependendo da versão.
Segundo o Head de Comunicação Latam do Groupe Renault, Carlos Henrique Ferreira, a picape Renault Alaskan sempre está sobre as suas mesas de reunião, mas ainda não encontraram o momento ideal para trazê-la ao Brasil. Explicando em detalhes, o executivo da Renault afirma que a economia argentina ainda está muito instável, com alguns picos de inflação muito altos. Sendo assim, não há uma certeza sobre os custos.