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Relógio de R$ 1,17 milhão tem só 25% do custo em materiais e trabalho; 62% do preço é marketing e escassez criada, revelam especialistas

Publicado em 09/09/2025 às 09:58
Especialistas revelam que 62% do preço de um relógio de luxo vai para marketing, exclusividade e escassez criada artificialmente
Especialistas revelam que 62% do preço de um relógio de luxo vai para marketing, exclusividade e escassez criada artificialmente
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O preço de um relógio de luxo como o Patek Philippe Nautilus não reflete apenas tecnologia ou materiais 62% do valor vai para marketing, boutiques e exclusividade artificial, enquanto só 25% cobre a produção real.

O preço de um relógio de luxo como o Patek Philippe Nautilus surpreende pela discrepância entre valor de mercado e custo real de produção. Segundo o Canal Elementar, apenas 25% do valor cobre materiais e mão de obra, enquanto 62% está ligado a marketing, boutiques e à escassez criada artificialmente pelas marcas.

Essa dinâmica expõe como o mercado de luxo é sustentado mais pela construção de desejo do que pela engenharia.

O exemplo de um Nautilus de ouro branco, avaliado em R$ 1,17 milhão, mostra que status, exclusividade e narrativa cultural são os principais componentes do preço final.

Quem compra e o que sustenta o valor

O Canal Elementar lembra que, historicamente, relógios eram ferramentas de navegação e símbolos de poder reservados à aristocracia.

A partir da Primeira Guerra Mundial, tornaram-se práticos para soldados e, mais tarde, acessórios de status para civis.

Hoje, marcas como Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet transformaram seus modelos em troféus de conquistas pessoais.

O mecanismo por trás desse valor é explicado pelo efeito Veblen, fenômeno econômico que mostra como certos produtos aumentam de valor justamente por serem caros.

Quanto maior o preço, maior a percepção de exclusividade, o que reforça o desejo do consumidor.

Quanto custa realmente um relógio de luxo

Os dados apresentados pelo Canal Elementar mostram que a estrutura de preços é clara: 25% cobre produção e materiais, 62% vai para marketing, lojas e salários, e 13% corresponde ao lucro líquido.

Para comparação, gigantes da tecnologia como Apple e Microsoft operam com margens de 32% a 38%, bem acima das relojoarias.

Do ponto de vista técnico, não se pode ignorar a sofisticação. Um relógio de luxo envolve ouro, platina, vidro de safira e centenas de micropeças ajustadas à mão, podendo levar meses para ser produzido.

Ainda assim, especialistas ressaltam que a maior parte do valor é sustentada por exclusividade e não apenas pela engenharia.

Onde entra a escassez criada

Um dos pilares da estratégia é o controle de acesso. Relógios icônicos não estão disponíveis para qualquer cliente disposto a pagar.

Marcas mantêm listas de espera, limitam a produção e até recusam vendas diretas. O

influenciador financeiro Thiago Nigro relatou que tentou comprar um Patek Philippe na Suíça e foi negado, mesmo com o dinheiro em mãos, só conseguindo o modelo após contatos e insistência.

Esse mecanismo cria a sensação de pertencimento a um clube fechado. A escassez, mais do que os materiais, é o que transforma o relógio em símbolo de status.

Por que os preços continuam subindo

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O Canal Elementar também aponta fragilidades. Muitas marcas elevam preços sem oferecer melhorias reais.

O exemplo citado é o Jaeger-LeCoultre Reverso, que passou a custar € 11 mil mantendo o mesmo movimento e materiais. Isso mostra que a narrativa de exclusividade muitas vezes pesa mais que a inovação.

Ainda assim, modelos como o Rolex Daytona e o Patek Nautilus se valorizam no mercado secundário, disputados por colecionadores.

Em contrapartida, microbrands independentes desafiam as gigantes, vendendo relógios com movimentos suíços ou japoneses por preços mais acessíveis e com proposta de autenticidade.

Vale a pena pagar R$ 1,17 milhão em um relógio?

Para os críticos, comprar um relógio desse valor é ceder a um jogo de manipulação de desejo. Para os colecionadores, é investir em um ativo que pode até se valorizar.

No fim, trata-se menos de marcar as horas e mais de marcar posição social em um grupo restrito.

O Canal Elementar resume: um relógio milionário não é sobre tecnologia, mas sobre tradição, status e acesso a um clube exclusivo.

A dúvida que fica é se o símbolo de prestígio compensa a discrepância entre preço e custo real.

O mercado de luxo continua crescendo, mesmo com críticas à sua lógica de exclusividade.

O relógio de R$ 1,17 milhão ilustra como marketing e escassez pesam mais que materiais ou engenharia.

E você, acredita que vale a pena pagar por um relógio milionário como símbolo de status, ou considera um exagero diante da diferença entre custo real e preço final?

Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive ou acompanha esse mercado.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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