Segundo investigações, a Temu coleta dados em excesso, vende informações pessoais, comercializa produtos com substâncias tóxicas e é acusada de exploração de funcionários.
A Temu, plataforma chinesa de e-commerce, conquistou espaço global com preços baixíssimos, campanhas agressivas de marketing e promessas de produtos grátis. Desde 2022, a empresa vem expandindo operações e chegou ao Brasil com anúncios onipresentes. Porém, relatórios internacionais e denúncias de consumidores apontam que por trás da promessa de democratização do consumo há riscos graves de espionagem digital, produtos tóxicos e exploração de trabalhadores.
Segundo especialistas citados em investigações internacionais, o aplicativo foi classificado como potencialmente malicioso em testes de segurança e acumula reclamações em sites de defesa do consumidor, levantando dúvidas sobre a real confiabilidade do serviço.
Quem investiga a Temu e o que foi descoberto
Relatórios da Grizzly Research e testes da Joe Sandbox revelaram que a Temu solicita praticamente todas as permissões de um celular — câmera, microfone, contatos e localização.
-
Usucapião no Brasil: veja prazos de 2 a 15 anos, custos de até R$ 20 mil e quanto tempo demora para regularizar seu imóvel
-
Motoristas com 70 anos ou mais só conseguem manter a CNH ativa se renovarem o documento com exames médicos mais frequentes; caso contrário, o documento pode ser bloqueado automaticamente
-
A cláusula secreta da UE: um detalhe na reta final do acordo com o Mercosul pode suspender o tratado e travar as exportações do agronegócio do Brasil
-
A reforma tributária cria um dilema: empresas do Simples terão que escolher entre o modelo puro, com preço baixo, ou o híbrido, com mais crédito fiscal
O app foi classificado com 68 de 100 pontos em comportamento de software malicioso, exibindo traços de spyware.
Foram identificados arquivos criptografados e executáveis sem função clara, aumentando a suspeita de que a Temu possa atuar como ferramenta de coleta de dados sensíveis.
O alerta coloca a empresa no mesmo patamar de preocupação que outros aplicativos chineses, mas com um grau de risco ainda maior.
Quanto os consumidores reclamam e por quê
No Brasil, o site Reclame Aqui atribui à Temu nota de apenas 4,9/10. As principais queixas envolvem propaganda enganosa, produtos diferentes dos anunciados e entregas não realizadas.
Muitos consumidores relatam ter recebido versões em miniatura ou até fotos impressas dos itens comprados.
Além disso, a estratégia de “prêmios grátis” funciona como armadilha: para liberar o item, o usuário precisa gastar valores equivalentes em compras.
Casos de influenciadores pagos para fingir satisfação, em troca de comissões de até 30%, também foram denunciados.
Onde estão os maiores riscos à saúde
A União Europeia abriu investigação contra a Temu após detectar brinquedos e utensílios com substâncias tóxicas em níveis alarmantes.
O estudo da Think Chemicals encontrou ftalatos em concentrações até 240 vezes superiores ao limite legal, compostos associados a câncer, danos neurológicos, infertilidade e problemas no fígado e rins.
Esses produtos estavam à venda livremente na plataforma, sem fiscalização adequada, o que levou autoridades a reforçarem alertas contra riscos à saúde pública.
Por que há denúncias de exploração de trabalhadores
Matérias de veículos como o New York Times expuseram denúncias de exploração laboral dentro da Pinduoduo Holdings, controladora da Temu.
Funcionários relataram jornadas que chegavam a 380 horas por mês, em condições mais pesadas que o regime “996” (12 horas por dia, 6 dias por semana).
Casos de desmaios, esgotamento extremo e até suicídios foram registrados, mostrando um cenário de pressão insustentável sobre trabalhadores que viabilizam a logística da plataforma.
Vale a pena arriscar no e-commerce barato?
Apesar do sucesso inicial, os relatórios e denúncias revelam que a Temu envolve riscos que vão muito além de atrasos em entregas.
As acusações de espionagem digital, produtos contaminados e exploração de mão de obra levantam dúvidas sérias sobre o verdadeiro custo do consumo barato.
A própria promessa de preços baixos pode sair cara quando os impactos à saúde, à privacidade e aos direitos trabalhistas são considerados em conjunto.
A imagem da Temu como solução acessível para compras online está cada vez mais desgastada diante de relatórios técnicos, investigações oficiais e milhares de reclamações de consumidores.
O barato, neste caso, pode trazer riscos à saúde, à segurança digital e à dignidade dos trabalhadores.
Você arriscaria seus dados e sua saúde para aproveitar os preços baixos da Temu? Ou acredita que esses riscos tornam a plataforma inviável? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua experiência de perto.