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Relatório médico com data, CID e afastamento: o detalhe que faz o INSS aprovar ou negar o seu auxílio-doença

Publicado em 05/10/2025 às 11:39
Relatório médico com data, CID e afastamento é decisivo no INSS: saiba como garantir seu auxílio-doença com laudo completo e atualizado.
Relatório médico com data, CID e afastamento é decisivo no INSS: saiba como garantir seu auxílio-doença com laudo completo e atualizado.
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Sem laudo completo, o pedido de auxílio-doença costuma naufragar: data recente, CID e recomendação clara de afastamento são os três pontos que o INSS mais observa, orienta a especialista Tais Santos, Advogada Previdenciária.

O auxílio-doença é concedido quando o INSS reconhece que a doença impede o trabalho por um período determinado. Na prática, o ponto de virada quase sempre está em um documento: o relatório médico. Quando ele traz data atual, CID e tempo de afastamento recomendado, as chances de aprovação aumentam de forma decisiva, reforça Tais Santos, Advogada Previdenciária.

Sem esse tripé, mesmo casos graves tropeçam. Não é a doença em si que garante o benefício, e sim a prova da incapacidade para a sua atividade, explica Tais Santos. Relatórios sem data, sem CID ou sem indicar por quanto tempo o paciente deve se afastar tendem a gerar dúvida no perito e dúvida, no INSS, vira indeferimento.

Por que o relatório médico decide o auxílio

O INSS precisa de documento atual. Por isso, a data do relatório não é detalhe: é critério.

Laudos antigos, sem atualização, indicam que a situação clínica pode ter mudado e deixam a perícia sem base firme.

O CID (Código Internacional de Doenças) cumpre dois papéis: padroniza a informação clínica e vincula o diagnóstico ao histórico de exames e tratamentos.

Mas o que realmente fecha o raciocínio do perito é a recomendação expressa de afastamento: “15 dias”, “5 meses”, “1 ano”, “sem previsão de alta” clareza aqui evita negativas por “insuficiência de elementos”, destaca Tais Santos.

O que muda entre auxílio-doença, aposentadoria por incapacidade e auxílio-acidente

No auxílio-doença, a incapacidade é total e temporária. O médico deve indicar o período de afastamento. Sem janela de tempo, o INSS tende a negar.

Já a aposentadoria por incapacidade permanente exige comprovação de incapacidade definitiva.

Termos como “sem previsão de alta” ou “afastamento por tempo indeterminado” quando tecnicamente cabíveis orientam a perícia ao benefício correto.

O auxílio-acidente, por sua vez, se aplica quando fica uma sequela que reduz a capacidade laboral, ainda que a pessoa siga trabalhando.

Como montar o laudo perfeito (na visão do perito)

Peça ao especialista que o acompanha (ortopedista, psiquiatra, reumatologista etc.) um relatório datado e assinado, com: diagnóstico com CID, histórico clínico resumido, exames relevantes, tratamentos em curso, limitações funcionais observadas e a recomendação de afastamento.

Objetividade ajuda; excesso de jargão confunde.

Traduza a doença em limitações concretas de trabalho. Ex.: “não consegue permanecer em ortostatismo por mais de 10 minutos”, “não pode carregar peso acima de 2 kg com o membro dominante”, “crises imprevisíveis, uso de medicação sedativa”.

Essa ponte entre clínica e tarefa laboral é o que sustenta a incapacidade.

Dia da perícia: demonstre a incapacidade, não “mascare” sintomas

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Perícia avalia o “como você está para trabalhar hoje”. Ir “no melhor dia”, maquiando limitações, costuma minar o pedido.

Mostre seu pior padrão funcional, com exames, prontuário, receitas e bulas. Leve tudo atualizado.

Explique o que você faz no trabalho e o que não consegue mais fazer por causa da patologia.

Se a limitação é de força, equilíbrio, foco, dor ou crise, demonstre de forma respeitosa e sem exageros. “Quem convence é a coerência entre laudo, exames, medicação e relato”, orienta Tais Santos.

Organização dos documentos: como facilitar a vida do perito (e a sua)

Monte um kit enxuto e lógico:

  • : relatório médico mais recente (o “laudo âncora”)
  • : exames por ordem cronológica decrescente (os mais novos primeiro)
  • : prontuário e atestados de pronto-socorro que mostrem a evolução
  • : receitas e bulas (apontando efeitos colaterais que impactam o trabalho)

Erros que mais derrubam pedidos (e como corrigir)

Relatório sem data, sem CID ou sem tempo de afastamento. Solução: volte ao médico e peça complemento por escrito.

Laudo genérico (“afastamento por motivos de saúde”). Solução: descrever limitações funcionais específicas do trabalho.

Desorganização documental. Solução: separe o essencial, sinalize com post-its o que o perito precisa ver em 1 minuto.

Comportamento incompatível na perícia. Solução: seja fiel à sua rotina real — nem dramatize, nem minimize.

E se o INSS negar?

Peça a cópia do resultado da perícia e verifique o motivo do indeferimento. Muitas negativas são sanáveis com laudo complementar.

Recurso administrativo é caminho e, se persistir, ação judicial costuma permitir nova análise com perícia mais detalhada.

Mantenha acompanhamento médico, atualize exames e registre intercorrências (idas a pronto-socorro, trocas de medicação). Auxílio-doença é dinâmico: provas novas mudam resultados.

No universo do auxílio-doença, o relatório médico é o documento-chave: data recente, CID e afastamento recomendado amarram o caso e dão segurança técnica à perícia.

O resto é consistência entre sintomas, limitações, exames e a realidade do seu trabalho.

Você já teve pedido negado por faltar algum desses itens no laudo? Na sua área, quais limitações mais pesam para trabalhar força, dor, atenção, crises? Conte nos comentários sua experiência com o INSS. Seu relato pode ajudar outras pessoas a não repetir os mesmos erros.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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