Relatório internacional revela impacto direto de bancos globais e amplia alerta sobre ponto de não retorno do bioma
Primeiramente, um relatório divulgado em 29 de setembro de 2024 expôs o financiamento bilionário de combustíveis fósseis na América Latina e Caribe. Além disso, a publicação “The Money Trail Behind Fossil Fuel Expansion in Latin America and the Caribbean” reuniu organizações da Alemanha, Argentina, Brasil, México e Peru. Assim, o documento mostrou que 290 bancos financiaram novos projetos de petróleo e gás entre 2022 e 2024, pressionando ecossistemas e comunidades.
Bancos no centro do financiamento fóssil
De início, o Santander lidera com US$ 9,9 bilhões em combustíveis fósseis. Em seguida, aparecem JPMorgan Chase (US$ 8,1 bilhões), Citigroup (US$ 7,9 bilhões) e Scotiabank (US$ 7,1 bilhões). Além disso, embora publique relatórios de sustentabilidade, o Santander mantém protagonismo na expansão fóssil. Ademais, em 2023, o banco anunciou € 220 bilhões em financiamentos verdes até 2030. Porém, esse anúncio contrasta com a prática de apoio à exploração na região.
Petrobras como maior beneficiária no Brasil
No Brasil, a Petrobras concentra 29% da expansão exploratória regional. Além disso, o capítulo brasileiro, elaborado pelo Instituto Internacional Arayara, utilizou dados do Monitor Amazônia Livre de Petróleo e Gás e do Monitor Oceano. Desse modo, a análise apontou risco para 78% da biodiversidade amazônica. Além disso, o avanço ameaça 2,7 milhões de indígenas que dependem da floresta. Por fim, 10 milhões de hectares estão em risco, equivalentes a 1 milhão de campos de futebol.
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Declarações de especialistas expõem contradições
Conforme Nicole Figueirêdo, CEO do Instituto Internacional Arayara, a Petrobras aposta em perfurações ultraprofundas. Além disso, a executiva afirma que a narrativa sobre exaustão do pré-sal não procede. Assim, ao menos duas grandes reservas seguem disponíveis para exploração. Entretanto, a estatal expande operações na Guiana e na Costa Amazônica, alegando, sem provas, qualidade superior do petróleo. Portanto, segundo Nicole, as ações de transição energética permanecem mínimas e insuficientes diante da crise climática.
Amazônia próxima do ponto de não retorno
Sobretudo, o relatório alerta para o ponto de não retorno da Amazônia. Entre 1980 e 2030, o Brasil perderá 81% de 55 milhões de hectares por desmatamento. Além disso, projeções indicam perda de até 25% da cobertura em breve. Assim, o bioma comprometerá a capacidade de regeneração. Ademais, a floresta absorve entre 20% e 30% do CO₂ mundial. Portanto, a perda dessa função afetará chuvas, agricultura e segurança hídrica em escala continental. Por conseguinte, o impacto climático atingirá milhões de pessoas na região.
Ferramenta interativa amplia transparência
Paralelamente, um monitor interativo ficará disponível a partir de 1º de outubro de 2024. Além disso, a ferramenta permitirá consultar financiadores, valores por país e empresas beneficiadas. Assim, jornalistas e pesquisadores acessarão dados centralizados para acompanhamento público. Desse modo, a sociedade terá mais transparência sobre a expansão do petróleo e gás.
O dilema entre lucro e preservação
Por um lado, bancos internacionais reforçam compromissos públicos com a transição verde. Por outro lado, os números ainda direcionam bilhões a combustíveis fósseis. Portanto, a mudança energética atrasará e a pressão sobre comunidades aumentará. Além disso, o modelo atual fortalece economias externas e fragiliza a sustentabilidade local.
Assim, o debate central permanece: acelerar a exploração para lucros imediatos ou investir em transição responsável para preservar a Amazônia e garantir segurança climática?