Roque Quagliato, o “Rei do Gado”, transformou terras inexploradas da Amazônia em um império agropecuário de impacto, deixando um legado de inovação e desafios.
Com uma visão arrojada e estratégica, o pecuarista Roque Quagliato, também conhecido como o “Rei do Gado”, se tornou um dos principais nomes do agronegócio brasileiro.
Ele transformou terras isoladas da Amazônia em um dos maiores e mais impactantes projetos agropecuários do país.
Sua trajetória não só inspirou gerações de pecuaristas, como também gerou um legado de pioneirismo, crescimento acelerado e diversas controvérsias.
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Nos bastidores do agronegócio brasileiro, poucos nomes têm o mesmo peso que o de Roque Quagliato.
Ele é uma verdadeira lenda viva da pecuária de corte no Brasil.
Sua história é marcada por uma coragem inabalável para desbravar a Amazônia, uma visão de futuro e uma forte capacidade empreendedora.
Ao longo de mais de cinquenta anos de trabalho, Roque construiu um império que, com o tempo, se consolidou como referência no setor agropecuário nacional.
A origem do “Rei do Gado” remonta à sua infância em São Paulo, onde sua família estava envolvida no setor sucroalcooleiro, administrando a Usina São Luiz em Ourinhos.
No entanto, foi durante a década de 1970, no auge da política de incentivo à ocupação da Amazônia pelo governo militar, que Roque identificou uma oportunidade que mudaria sua vida.
A mudança do interior de São Paulo para o Pará não foi uma decisão simples, mas, como ele mesmo dizia, foi uma chance única de construir algo grandioso a partir do zero.
A chegada ao Pará e a fundação da Fazenda Rio Vermelho
Em 1973, aos 33 anos, Roque Quagliato chegou a Sapucaia, no sul do Pará, uma região praticamente inexplorada.
Segundo o próprio pecuarista, “não tinha cidade, não tinha estrada… não tinha nada”.
Com apoio de incentivos fiscais da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), ele fundou a Fazenda Rio Vermelho, que se tornaria a maior e mais icônica de seu império.
A Fazenda Rio Vermelho foi pioneira na transformação da floresta amazônica em pastagens produtivas, seguindo o lema que ficou eternizado na entrada da propriedade: “Desenvolvendo o Pará na pata do boi”.
Esse lema reflete a visão de Roque de que a ocupação da Amazônia poderia ser feita de forma planejada e responsável, buscando sempre a eficiência produtiva sem descuidar do meio ambiente.
O crescimento e a consolidação do império
Com o passar dos anos, Roque Quagliato foi expandindo suas operações para outras regiões do sul do Pará, estabelecendo o Grupo Quagliato, que se tornaria um dos maiores complexos agropecuários do Brasil.
Durante a década de 2000, o grupo já possuía cerca de 150 mil cabeças de gado, distribuídas por mais de 85 mil hectares de terras no estado.
O império agropecuário de Roque não parou de crescer.
Em 2023, o Grupo Rio Vermelho protagonizou uma das maiores negociações imobiliárias do agronegócio brasileiro ao adquirir 27 mil hectares adicionais na região de Xinguara, o que ampliou para cerca de 112 mil hectares a área controlada pelo grupo.
Hoje, o Grupo Rio Vermelho é responsável por aproximadamente 240 mil cabeças de gado de corte, consolidando Roque Quagliato como o maior pecuarista individual do Brasil.
Roque Quagliato: Pioneirismo e inovações na pecuária
A trajetória de Roque Quagliato é marcada não só pelo tamanho de seu império, mas também pelas inovações que ele trouxe para o setor agropecuário.
Ele foi um dos primeiros pecuaristas a adotar o conceito de intensificação sustentável da produção.
Seu lema “Intensificar a pasto para preservar o meio ambiente” reflete uma filosofia que busca aumentar a produtividade sem avançar para novas áreas desmatadas.
Nas suas fazendas, práticas como o manejo rotacionado de pastagens e o controle rigoroso da lotação dos animais são comuns.
Além disso, Quagliato firmou parcerias com empresas de tecnologia para o controle de plantas invasoras, garantindo uma produção mais eficiente e sustentável.
Uma de suas maiores inovações foi a implementação da integração lavoura-pecuária (ILP), uma técnica que permite a recuperação de áreas degradadas e a otimização do uso da terra.
O foco em melhorar a qualidade do rebanho também é um dos pontos-chave da gestão de Roque.
Desde o início de suas atividades na Amazônia, ele investiu na formação de um rebanho Nelore de alta linhagem, o que se tornou um modelo para outros pecuaristas.
A busca pela excelência genética, combinada com práticas sustentáveis e eficientes, ajudou a consolidar o Grupo Rio Vermelho como uma referência no setor.
Gestão e filosofia empresarial
Além da eficiência produtiva, Roque Quagliato também se destacou pela gestão sólida e profissional de seus negócios.
Com um olhar atento para a liquidez e o capital próprio, ele construiu uma empresa resiliente, capaz de sobreviver mesmo nos momentos mais difíceis do mercado.
Sua capacidade de adaptação aos desafios do setor, somada à gestão cuidadosa das finanças, tornou o Grupo Rio Vermelho um império multissetorial, com presença não só no setor pecuário, mas também no sucroalcooleiro, em estados como São Paulo, Paraná e Goiás.
Roque Quagliato: Legado e reconhecimento no agronegócio
Aos 80 anos, Roque Quagliato continua sendo uma figura de grande respeito no agronegócio brasileiro.
Seu perfil discreto não impede que ele seja constantemente homenageado em feiras e eventos do setor.
Em 2023, ao completar 50 anos de atividades do Grupo Rio Vermelho, Roque foi amplamente reconhecido como um dos maiores nomes da pecuária brasileira.
Além de sua contribuição para o setor agropecuário, Quagliato também teve um papel importante em iniciativas políticas e regionais.
Ele foi um dos principais apoiadores da criação do Estado do Carajás, uma proposta para fortalecer a representatividade política dos produtores do sul do Pará.
Ao longo dos anos, manteve um diálogo constante com sindicatos e entidades do setor, sendo citado por lideranças como exemplo de sucesso e pioneirismo.
O futuro do agronegócio brasileiro e a inspiração deixada por Roque Quagliato
Hoje, Roque Quagliato é visto não só como um empresário de sucesso, mas também como um exemplo de inovação e responsabilidade no agronegócio.
Sua história, marcada pelo espírito empreendedor, pelo pioneirismo e pela busca constante pela eficiência, segue inspirando gerações de pecuaristas.
O legado de Roque vai além das terras que ele ocupou e das riquezas que ajudou a gerar.
Sua visão do futuro e seu compromisso com a sustentabilidade deixam uma marca indelével no agronegócio brasileiro.
O que você acha do impacto da pecuária na Amazônia? Será que a expansão sustentável, como a defendida por Roque Quagliato, é o modelo ideal para o futuro do agronegócio na região? Deixe sua opinião nos comentários!