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Reforma Tributária pode transferir novos impostos para o inquilino: contratos vencem em 2025 e custo pode dobrar com CBS e IBS

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 09/10/2025 às 09:08
A Reforma Tributária altera contratos até 2025 e pode repassar novos impostos ao inquilino, com impacto direto de CBS e IBS no aluguel.
A Reforma Tributária altera contratos até 2025 e pode repassar novos impostos ao inquilino, com impacto direto de CBS e IBS no aluguel.
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Com a entrada em vigor da Reforma Tributária e a criação da CBS e do IBS, contratos de locação precisarão ser revistos até dezembro de 2025; especialistas alertam que o inquilino pode arcar com parte dos novos impostos

A Reforma Tributária promete simplificar o sistema de impostos no Brasil, mas também traz incertezas para o setor imobiliário. Com a criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), novas alíquotas poderão incidir sobre os contratos de locação — e parte desse custo tende a ser repassada ao inquilino.

Segundo especialistas do setor, os contratos que vencem ou forem renovados em 2025 deverão se adaptar às novas regras, o que pode elevar significativamente o valor final dos aluguéis. “No final do dia, o inquilino pode ser impactado com aumento de aluguel. As margens dos proprietários já são ajustadas, e dificilmente conseguirão absorver todo o novo imposto”, explica Fábio Gozzi, fundador da plataforma Compre & Alugue Agora.

A disputa sobre quem paga a conta

O ponto mais delicado da Reforma é definir quem será responsável pelo novo encargo.

As regras não determinam de forma objetiva se o imposto deve ser pago pelo locador, pela imobiliária ou pelo inquilino, abrindo espaço para disputas e renegociações.

De acordo com Marina Venegas, advogada tributarista do BTLAW, essa indefinição exige maior clareza nos contratos:

“O custo pode ser absorvido pelo locador ou repassado ao inquilino, e isso vai depender do poder de barganha de cada parte. Os contratos precisam deixar isso claro para evitar litígios.”

A falta de padronização pode gerar conflitos judiciais e insegurança no mercado.

“Se não houver clareza contratual, os conflitos vão parar na Justiça. É fundamental que locadores, imobiliárias e inquilinos negociem de forma transparente já neste período de transição”, alerta Gozzi.

Contratos vencem em 2025 e exigem revisão imediata

A legislação prevê que até 31 de dezembro de 2025 todos os contratos vigentes deverão ser revisados para se adequar ao novo modelo tributário.

Essa atualização é essencial para que o contribuinte possa aderir ao regime de transição, que terá alíquotas reduzidas temporariamente.

Para Andressa Sehn da Costa, tributarista e sócia do escritório Rafael Pandolfo Advogados, o momento é de preparação:

“O setor precisa se organizar para revisar contratos e incluir cláusulas específicas sobre CBS e IBS, sob pena de pagar mais do que o necessário durante a transição.”

Além dos contratos, as empresas e administradoras de imóveis terão que atualizar sistemas contábeis e de faturamento, já que a cobrança dos novos tributos será feita dentro da lógica do IVA (Imposto sobre Valor Agregado).

“As empresas terão de adaptar seus sistemas para refletir corretamente a incidência do IVA nas operações imobiliárias, sob risco de autuações”, reforça Marcelo Costa Censoni Filho, CEO da Censoni Tecnologia Fiscal e Tributária.

Planejamento patrimonial será crucial para investidores

Para quem possui vários imóveis para locação, a Reforma Tributária representa não apenas uma mudança contábil, mas também um desafio de planejamento patrimonial.

Pessoas físicas com três ou mais imóveis ou receita anual de locação acima de R$ 240 mil passarão a recolher o IVA, além do Imposto de Renda.

Esse novo cenário pode reduzir a rentabilidade dos investimentos imobiliários, tornando o setor menos atrativo se não houver um planejamento tributário detalhado.

“Essa mudança representa um impacto significativo na rentabilidade e exige uma estratégia para manter a viabilidade dos investimentos”, explica Gozzi.

Andressa reforça que o prazo para adaptação será determinante:

“Sem revisar cláusulas e alinhar a tributação corretamente, o investidor pode acabar pagando mais do que o necessário, comprometendo o retorno do aluguel.”

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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