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Redução global de emissões de CO2 pode chegar a 25% até 2029

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 03/11/2025 às 07:40
Painéis solares refletindo a luz do sol em um dia claro.
A imagem mostra um campo de painéis solares iluminados pelo sol intenso do meio-dia, simbolizando energia limpa e sustentável.
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Saiba como o avanço das energias renováveis pode reduzir as emissões de CO2 em todo o planeta e impulsionar uma transição energética sustentável.

A expectativa de uma redução global de emissões de CO2 em até 25% até 2029 mostra o quanto o mundo se move em direção a uma economia mais limpa e equilibrada.

De acordo com o relatório da Juniper Research, intitulado “Mercado global de tecnologia de energia renovável 2024-2029”, o avanço das tecnologias de geração renovável pode diminuir 2,4 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono em apenas cinco anos.

Esse volume equivale, portanto, às emissões de cerca de 12 milhões de voos de Jumbo Jet entre Londres e Nova York.

Além disso, o estudo ressalta que acordos internacionais, como o Acordo de Paris, continuam fundamentais para manter o foco dos países nas metas de neutralidade de carbono.

Desde sua assinatura em 2015, esse tratado tem impulsionado políticas públicas e investimentos privados voltados à substituição dos combustíveis fósseis por fontes limpas de energia.

Ao longo das últimas décadas, a consciência sobre o impacto ambiental das emissões aumentou significativamente.

Nos anos 1990, os debates sobre aquecimento global ainda encontravam resistência política e científica.

No entanto, o início do século XXI marcou uma virada decisiva, pois o Protocolo de Quioto e, posteriormente, o Acordo de Paris consolidaram o compromisso mundial com a mitigação das mudanças climáticas.

Energias renováveis e a corrida pela descarbonização

Segundo o relatório, os avanços tecnológicos na geração de energia renovável podem, de fato, mudar o cenário global de emissões.

À medida que os países reduzem sua dependência de combustíveis fósseis, eles passam a investir em energia solar, eólica e biomassa para diminuir o impacto ambiental.

Essa transição ocorre não apenas por razões ecológicas, mas também por motivos econômicos, já que o custo da energia solar e eólica caiu mais de 80% nos últimos 15 anos.

Além disso, o documento enfatiza que o foco não está em um aumento abrupto dos investimentos, mas sim em um crescimento contínuo e em uma gestão energética eficiente.

Assim, cada nação busca ampliar sua capacidade de geração de energia limpa de forma planejada e sustentável, garantindo que o avanço tecnológico caminhe em harmonia com a estabilidade econômica.

Dessa forma, países em desenvolvimento, como o Brasil e a Índia, têm papel essencial nesse processo.

Ambos possuem condições naturais favoráveis e uma base energética em rápida expansão.

O Brasil, por exemplo, já produz mais de 85% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis, entre elas hidrelétricas, solares e eólicas, o que o coloca entre as lideranças mundiais em energia limpa.

Por outro lado, a Índia vem ampliando de maneira acelerada sua capacidade solar e eólica, impulsionando uma transformação que combina inovação tecnológica, geração de empregos e segurança energética.

Energia solar: a força crescente na redução de emissões

A energia solar deve, portanto, liderar a redução das emissões de CO2 nos próximos anos.

O estudo projeta que sua contribuição aumentará 58% entre 2024 e 2029, evitando a liberação de 0,61 Gt de dióxido de carbono até o fim do período.

Esse avanço decorre da expansão do investimento privado e dos incentivos governamentais voltados à transição energética.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a Lei de Redução da Inflação criou um ambiente altamente favorável para investidores, oferecendo crédito fiscal e apoio técnico à instalação de sistemas solares.

Como resultado, o país tornou-se um dos maiores geradores de energia solar do planeta.

Além disso, inovações tecnológicas continuam a ampliar a eficiência dos sistemas.

Um exemplo marcante é o uso das lentes piramidais, que concentram a luz solar em uma única célula e eliminam a necessidade de painéis motorizados.

Assim, essa tecnologia reduz custos de instalação e aumenta significativamente a captação de energia.

No Brasil, o setor solar também avança de forma consistente.

Em 2022, segundo a Absolar, a geração solar atingiu 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada — número equivalente à potência da Usina de Itaipu.

Dois anos depois, o país ultrapassou essa marca e consolidou-se como uma das nações com maior crescimento no setor solar.

Enquanto isso, em janeiro de 2024, dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostraram que o Brasil gerou 27.909 MWh de energia solar, quantidade suficiente para atender 30,4% da demanda elétrica nacional naquele mês.

Assim, o sol tornou-se o protagonista da matriz energética brasileira, contribuindo diretamente para a redução das emissões de CO2 e o fortalecimento da sustentabilidade.

Um olhar histórico sobre o combate às emissões de CO2

Historicamente, o debate sobre emissões de CO2 reflete a evolução da sociedade industrial.

Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, o uso intenso do carvão, petróleo e gás natural garantiu o crescimento econômico, mas também provocou consequências ambientais severas.

Entretanto, nas últimas décadas, a preocupação com o futuro do planeta levou governos e cientistas a agir de forma mais consciente.

A concentração de CO2 na atmosfera, que era de 280 partes por milhão (ppm) antes da Revolução Industrial, ultrapassou 420 ppm em 2024, segundo a NASA.

Nesse contexto, os anos 1970 marcaram as primeiras conferências ambientais globais, que discutiram a relação entre desenvolvimento e meio ambiente.

Porém, foi apenas nas décadas seguintes que o tema se consolidou como prioridade mundial.

O surgimento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 1988, e a divulgação de seus relatórios impulsionaram a criação de políticas públicas em escala global.

Com o passar dos anos, governos e empresas passaram a reconhecer o impacto das emissões e agiram de maneira prática para reduzi-las.

Dessa forma, a descarbonização tornou-se sinônimo de inovação e competitividade.

Setores como o automotivo, siderúrgico e de transporte marítimo já investem em hidrogênio verde, biocombustíveis avançados e tecnologias de captura e armazenamento de carbono.

Caminhos futuros para um planeta mais limpo

A expectativa é que, até 2029, o planeta alcance uma redução de 2,4 gigatoneladas de CO2 nas emissões globais.

Para isso, será necessária uma cooperação internacional efetiva, aliada a incentivos econômicos e à disseminação de tecnologias limpas.

Por conseguinte, alcançar a neutralidade de carbono até meados do século dependerá da integração de soluções energéticas diversas, como o uso de baterias avançadas, o desenvolvimento de redes inteligentes e o fortalecimento das políticas de eficiência energética.

Além disso, a jornada rumo a um mundo com menos emissões exige engajamento social e consciência coletiva.

Cada ação individual — como o uso consciente de energia, o consumo sustentável e a preferência por fontes limpas — reforça um movimento global que ultrapassa fronteiras.

Assim, mais do que uma meta técnica, reduzir as emissões de CO2 é um compromisso civilizatório.

Essa transformação une ciência, economia e ética ambiental.

Portanto, o futuro de um planeta habitável depende de decisões tomadas hoje.

O avanço das energias renováveis mostra que a humanidade possui as ferramentas necessárias para trilhar esse novo caminho.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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