Camex aprova redução da tarifa de importação, fortalece indústria nacional e garante equilíbrio frente à China e Coreia do Sul.
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, aprovou nesta terça-feira (23/09/25) a redução da tarifa de importação para 15 produtos não fabricados no Brasil.
A decisão foi tomada durante a 229ª reunião ordinária do Comitê Executivo de Gestão (Gecex-Camex), em Brasília, e busca fortalecer a competitividade da indústria nacional ao facilitar o acesso a insumos estratégicos.
Segundo a Camex, os itens contemplados são essenciais para diversas cadeias produtivas e, portanto, terão impacto direto em setores como tecnologia, saúde e indústria de base.
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A medida também reflete a necessidade de equilibrar custos de produção no cenário atual de pressão internacional, marcado pela concorrência com países como China e Coreia do Sul.
Quais produtos terão redução da tarifa de importação?
Entre os produtos beneficiados pela redução estão insumos de alto valor tecnológico e industrial. A lista inclui:
Bateria de íons de lítio – cuja taxa de importação caiu de 18% para zero;
Sistema de ressuscitação com compressões torácicas automáticas – que passou de 12,6% para zero;
Conector elétrico para placas de circuito impresso – de 16% para zero;
Tubos de aço cromo-molibdênio de alta temperabilidade – de 14,4% para zero.
Esses itens, segundo o governo, não possuem produção nacional equivalente e são cruciais para garantir o bom funcionamento de cadeias industriais estratégicas.
Redução da tarifa de importação: impacto para a indústria
O principal objetivo da medida é reforçar a competitividade da indústria brasileira. Ao diminuir custos de importação de insumos essenciais, empresas terão acesso facilitado a tecnologias que permitem modernizar a produção, reduzir gastos operacionais e expandir a capacidade de inovação.
De acordo com a Camex, a redução tarifária também atende a demandas de setores que vinham enfrentando dificuldades para manter preços competitivos diante da concorrência global.
Renovação de proteções comerciais
Além da redução da tarifa de importação, a Camex aprovou a renovação de medidas de proteção contra surtos de importação que poderiam prejudicar a produção nacional.
Ficaram mantidos, por mais 12 meses, os aumentos de imposto de importação para:
30 tipos de produtos químicos;
Dois tipos de papel cartão;
Um tipo de pneus para automóveis de passeio.
Essa estratégia busca resguardar segmentos vulneráveis frente às oscilações do mercado internacional.
China e Coreia do Sul no foco da Camex
A Camex também decidiu manter medidas antidumping, que evitam práticas desleais de comércio. Entre elas, a renovação da defesa para:
Laminados planos de baixo carbono – contra importações da Coreia do Sul e da China;
Laminados planos de aço inoxidável – contra produtos da China e de Taipé Chinês;
Alhos frescos ou refrigerados da China – com exceção de empresas chinesas que se comprometeram a vender a preços que não afetam a competitividade nacional.
Essas ações reforçam o posicionamento do Brasil em proteger setores estratégicos frente à concorrência de grandes exportadores asiáticos.
O que muda para o consumidor e para o mercado?
Na prática, a redução da tarifa de importação deve trazer reflexos positivos para a economia brasileira.
A expectativa é que o acesso a insumos importados mais baratos estimule a produção local, gere empregos e promova avanços tecnológicos.
Por outro lado, a renovação de barreiras comerciais protege segmentos internos contra importações em excesso, garantindo equilíbrio no mercado e segurança para produtores nacionais.