Rede tradicional do Vale do Aço aciona a Justiça para reorganizar passivos; causa foi fixada em R$ 62,237 mi e perícia prévia já foi determinada
O Supermercado Degrau, com nome fantasia Brasil Supermercados, protocolou pedido de recuperação judicial em 22 de setembro de 2025 na 2ª Vara Cível da Comarca de Timóteo (MG). A empresa atribuiu valor de causa de R$ 62.237.055,09 e pediu tutela de urgência para manter operações enquanto negocia dívidas.
Com 43 anos de atividade e presença histórica no Vale do Aço, a rede informou que o resultado operacional antes das despesas financeiras é positivo, mas a pressão do endividamento impõe risco à continuidade.
No dia 23 de setembro, o juízo determinou perícia prévia e designou a administradora judicial Silveira Unes Assis & Carvalho. O processo tramita sob o nº 5006105-70.2025.8.13.0687.
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A decisão ocorre após anos de aumento de receita, de R$ 97 milhões para R$ 202 milhões, porém com despesas operacionais e financeiras em alta e retenção de recebíveis de cartões por cessão fiduciária, o que asfixia o capital de giro. Vencimentos iminentes somam cerca de R$ 71,2 milhões entre créditos sujeitos e não sujeitos à RJ.
Por que o Supermercado Degrau pediu recuperação judicial
A petição relata um plano de expansão em 2019, contratado num cenário de juros baixos. Com a virada do ciclo, a Selic saiu de ~2% a.a. e chegou a ~15% a.a., elevando o custo das dívidas pós-fixadas. Resultado: pressão direta no fluxo de caixa.
A pandemia intensificou custos de insumos, logística e medidas sanitárias, erodindo margens. A concorrência de atacarejos e grandes redes na região também comprimiu preços e volumes.
Outro ponto crítico é a cessão fiduciária de recebíveis de cartões, que retém automaticamente parte do caixa diário. A empresa descreve esse mecanismo como um “estrangulamento financeiro” para o capital de giro.
O que muda agora para clientes, empregos e fornecedores no Vale do Aço
A recuperação judicial permite que a empresa siga operando enquanto apresenta um plano de reestruturação, com suspensão temporária de execuções e proteção de contratos essenciais. Objetivo declarado: preservar empregos e assegurar o abastecimento local.
A rede tem relevância econômica e social no Vale do Aço, o que amplia o impacto sobre postos de trabalho e a cadeia de fornecedores. Veículos locais ressaltam a importância da continuidade do atendimento.
Para clientes, a expectativa é de funcionamento regular das lojas. Para fornecedores, o foco recai sobre negociações e condições de pagamento previstas no plano. A fase inicial ainda é de diagnóstico e preservação de caixa.
Concorrência regional e efeitos no mercado de supermercados
O documento cita a entrada e consolidação de redes como Assaí, Mineirão Atacarejo, Mart Minas, Coelho Diniz e Supermercados BH no entorno, acirrando a “guerra de preços”. Esse ambiente pressiona margens de operadores locais.
Especialistas lembram que recuperações bem-sucedidas podem estabilizar cadeias de suprimento e evitar demissões, reduzindo o efeito-dominó em transporte, hortifrúti e indústria alimentícia.
Em paralelo, o mercado observa rearranjos de portfólio, possíveis vendas de ativos e otimização de lojas, ações comuns em planos de RJ do varejo alimentar.
Você acha que a recuperação judicial é o melhor caminho para salvar empregos e proteger consumidores, ou prolonga o problema e penaliza fornecedores? Comente com sua opinião.
Eu tive a infelicidade de fechar uma churrasqueira no Centro do Rio de Janeiro e sei bem o que é lutar pra manter a chama acesa e ver apagando até fechar as portas
Infelizmente, tem fanático que diz que o governo não tem culpa, se vc foi um comerciante sabe muito bem o porque que a economia vai ruim