Relâmpago gigante percorreu 829 km entre Texas e Kansas, batendo recorde anterior e revelando o poder dos megaflashes em tempestades severas
Um único raio que cruzou o céu entre o Texas e o Kansas, nos Estados Unidos, quebrou o recorde mundial de maior relâmpago já registrado.
O fenômeno aconteceu durante uma tempestade em outubro de 2017, mas só foi oficialmente reconhecido anos depois, após análise detalhada dos dados.
A descarga elétrica percorreu 829 quilômetros, ultrapassando o recorde anterior em 61 quilômetros.
-
Novo Realme Note 70 promete surpreender com bateria gigante, Android 15 e preço abaixo de R$600
-
Naufrágio de 250 anos é encontrado por menino na Escócia e revela navio da Revolução Americana
-
Relâmpago gigante cruza 827 km e quebra recorde mundial
-
Drone inteligente da USP capta 4 tipos de dados atmosféricos e pode reduzir área queimada em até 70%
Megaflash nas Grandes Planícies
Esse tipo raro de relâmpago é chamado de megaflash. Ele ocorre quando a descarga elétrica percorre grandes distâncias na horizontal, saltando de nuvem em nuvem.
O evento de 2017 aconteceu nas Grandes Planícies da América do Norte, uma região propensa a tempestades de grande escala.
Esse tipo de sistema, chamado de tempestade convectiva de mesoescala, cria as condições ideais para relâmpagos gigantescos.
A marca anterior era de abril de 2020, quando um megaflash atravessou 768 quilômetros pelos estados do Texas, Louisiana e Mississippi. A diferença entre os dois eventos foi de 61 quilômetros.
Como se mede um relâmpago desses
Medir um megaflash é um trabalho complexo. Ele exige o cruzamento de dados vindos de satélites e sensores terrestres.
O objetivo é reconstruir o trajeto do raio em três dimensões, confirmando se ele é realmente um único evento e determinando sua extensão.
Como esses relâmpagos são horizontais e muitas vezes ficam escondidos pelas nuvens, podem passar despercebidos com facilidade.
Os responsáveis por identificar o novo recorde foram os satélites meteorológicos GOES-16 e GOES-17, da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA).
Eles possuem sensores chamados GLMs (Mapeadores Geoestacionários de Raios), que observam continuamente o céu em busca de relâmpagos extremos.
O GOES-16 havia sido lançado pouco antes da tempestade de 2017. No entanto, o megaflash só foi identificado posteriormente, quando o cientista Michael Peterson e sua equipe revisaram os dados no Instituto de Tecnologia da Geórgia.
A maioria dos raios é bem menor
Em geral, os raios são bem menores que os megaflashes. A maioria tem até 16 quilômetros de extensão e segue um caminho mais vertical.
Já os megaflashes percorrem longas distâncias na horizontal, saltando por nuvens dentro de um sistema climático maior. Qualquer relâmpago com mais de 100 quilômetros já é considerado um megaflash.
Outro recorde impressionante: duração
Além da extensão, os cientistas também monitoram a duração dos relâmpagos. Em 2022, foi confirmado o raio mais duradouro já registrado: ele brilhou no céu por 17,102 segundos. O fenômeno ocorreu em junho de 2020, durante uma tempestade sobre o Uruguai e a Argentina.
Por que acontecem nessas regiões
Não é coincidência que os maiores megaflashes tenham ocorrido nas Grandes Planícies da América do Norte.
Essa área costuma abrigar grandes tempestades, especialmente as chamadas de sistema convectivo de mesoescala. Esse tipo de sistema oferece as condições perfeitas para raios extremos.
Segundo o pesquisador Randy Cerveny, da Universidade Estadual do Arizona e da Organização Meteorológica Mundial, ainda há muito a ser descoberto sobre os megaflashes. “É provável que extremos ainda maiores existam”, afirmou.
Mais dados, mais descobertas
Michael Peterson destaca que as observações estão avançando graças à tecnologia dos satélites. “Adicionar medições contínuas a partir da órbita geoestacionária foi um grande avanço”, explicou.
Segundo ele, os dados atuais já cobrem os principais pontos do planeta onde ocorrem megaflashes.
A expectativa é que, com o acúmulo contínuo de dados, seja possível encontrar relâmpagos ainda maiores no futuro. E também entender melhor como esse fenômeno raro afeta o planeta.
Com informações de Science Alert.