Santa Catarina alcança marca de 256 mil empresas abertas em 2025, consolidando ambiente de negócios aquecido e puxado por comércio, transporte e construção civil.
Santa Catarina ultrapassou a marca de 256 mil empresas abertas em 2025 entre janeiro e outubro e atingiu o maior volume de novos CNPJs já registrado na série histórica da Junta Comercial do Estado. O resultado confirma o dinamismo da economia catarinense, que cresce acima da média nacional, mantém alto nível de formalização e vem ampliando o número de atividades com abertura simplificada. Trata-se de um movimento de base ampla, liderado por micro e pequenos negócios e muito concentrado em setores ligados ao consumo e à logística.
O número de 256 mil empresas abertas em 2025 não é isolado. Ele está diretamente conectado ao bom momento econômico, à decisão do governo estadual de reduzir burocracias e à capacidade do empreendedor catarinense de ocupar rapidamente nichos de mercado. Comércio, transporte, indústria de transformação, atividades administrativas e construção civil aparecem entre os segmentos que mais registraram novos CNPJs, indicando uma economia que não apenas cresce, mas diversifica seus serviços e amplia sua rede de fornecedores.
Recorde histórico e contexto econômico
O volume de empresas constituídas até outubro já torna 2025 o ano com maior número de aberturas de empresas em Santa Catarina. Esse desempenho é compatível com a informação de que a atividade econômica do estado acumula alta de 4,9% no ano, com indústria, comércio e serviços crescendo de forma coordenada.
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Em um ambiente assim, novas empresas surgem tanto para atender à demanda final do consumidor quanto para prestar serviços de apoio às cadeias produtivas.
Outro ponto relevante é a elevada formalidade do estado. Santa Catarina é apontada como o mais formalizado do país, o que significa que grande parte da atividade econômica aparece nos registros oficiais.
Isso torna o dado de 256 mil empresas abertas em 2025 ainda mais expressivo, pois reflete negócios que de fato entraram no radar tributário, trabalhista e administrativo.
Predomínio de micro e pequenos negócios
A maior parte das 256 mil aberturas está concentrada em empreendimentos de menor porte. MEIs, microempresas e Empresas de Pequeno Porte respondem por cerca de 95% dos novos CNPJs.
Esse recorte mostra que o impulso empreendedor catarinense ocorre de baixo para cima, com pessoas físicas e pequenos grupos organizando operações de comércio, prestação de serviços, transporte e atividades profissionais.
Esse perfil é coerente com a função do MEI como porta de entrada. Muitos empreendedores iniciam formalização com faturamento reduzido e baixo risco, testam o modelo de negócios e, a partir de assessoria contábil e financeira, sobem de faixa.
Ao dar sustentação normativa e agilidade para essa jornada, o estado garante que o crescimento ocorra dentro da legalidade e com menor custo de conformidade para o empresário.
Setores que mais abriram empresas
Os dados da Jucesc mostram distribuição bastante clara entre os segmentos que puxaram o recorde. O comércio e reparação de veículos liderou as aberturas em 2025, com cerca de 45 mil novos CNPJs até outubro. Trata-se de um setor sensível ao consumo e à circulação de mercadorias, e que se beneficia da expansão das vendas, da reposição de peças e da manutenção de frotas.
Na sequência aparece o setor de transporte, com 37,8 mil empresas criadas no período. Esse avanço está ligado ao crescimento do comércio eletrônico, ao dinamismo portuário e à necessidade de capilarizar entregas dentro do estado.
Logo depois vêm a indústria de transformação e as atividades administrativas, ambas com 25,5 mil aberturas, seguidas da construção civil, com 23,1 mil registros, e das atividades profissionais, científicas e técnicas, com 22,7 mil novos negócios.
A presença simultânea de construção, indústria e serviços técnicos indica um ecossistema econômico que se retroalimenta.
Ambiente de negócios mais simples e ágil
O recorde de 256 mil empresas abertas em 2025 também é consequência direta da agenda de desburocratização conduzida pelo governo estadual.
O Programa de Modernização do Ambiente de Negócios, sancionado em outubro, ampliou o rol de atividades consideradas de baixo risco. Na prática, isso permite que diversas empresas iniciem suas operações mediante autodeclaração, sem depender de licenças prévias de órgãos públicos.
Uma medida desse tipo reduz tempo de espera, baixa custos de abertura e gera sensação de previsibilidade para quem decide empreender. Em paralelo, o Programa Descomplica CBMSC reduziu para um dia o tempo de análise de projetos de prevenção e segurança contra incêndio.
Ao padronizar e agilizar procedimentos, o estado remove um dos gargalos mais sensíveis para pequenos negócios que atuam em pontos comerciais, gastronomia ou serviços presenciais.
Caso prático e profissionalização
O exemplo da cafeteria aberta em Florianópolis em 2025 ilustra a dinâmica por trás dos números. O empreendedor estruturou o negócio com assessoria financeira, contábil e de marketing, mostrando que mesmo empresas de pequeno porte já nascem com preocupação de controle e posicionamento.
Além disso, o estabelecimento integrou diferenciais de produto, como cafés especiais e torra controlada, e diferenciais de experiência, como vista para um ponto turístico e espaço para trabalho remoto.
Essa combinação de formalização rápida, atendimento segmentado e apoio técnico ajuda a explicar por que Santa Catarina consegue registrar tantos CNPJs sem que isso signifique apenas negócios informais ou de sobrevivência. Há um componente de oportunidade e de qualificação que está por trás do crescimento.
Perspectivas para o fechamento do ano
Como o dado de 256 mil empresas abertas em 2025 considera apenas o período de janeiro a outubro, há tendência de que o ano seja concluído com número ainda maior.
Meses finais tradicionalmente concentram ajustes de cadeia de suprimentos, preparação para alta de consumo e formalizações necessárias para prestação de serviços ao poder público e a grandes empresas. Em um estado que já opera com economia aquecida, esse efeito de cauda longa pode consolidar 2025 como referência para os próximos anos.
O avanço simultâneo de comércio, transporte e construção civil também sinaliza que o ecossistema de negócios catarinense segue dependente de setores reais da economia, e não apenas de serviços digitais ou operações financeiras. Isso dá mais solidez ao dado e reduz a chance de que o recorde seja apenas um pico estatístico.
O resultado de 256 mil empresas abertas em 2025 mostra um estado que cresce, formaliza e simplifica ao mesmo tempo, com participação decisiva de micro e pequenos negócios e forte presença de setores ligados ao consumo e à infraestrutura.
Esse é um movimento que impacta emprego, arrecadação e ocupação urbana. Na sua avaliação, que fator mais pesou para Santa Catarina atingir esse recorde em 2025: o ambiente econômico aquecido ou a desburocratização do processo de abrir empresa?



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