Mais de 314 mil toneladas de carne bovina exportadas em setembro consolidam o Brasil como líder global
As exportações de carne bovina in natura do Brasil atingiram, em setembro de 2025, o maior volume já registrado em um único mês, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados em 6 de outubro de 2025. Mesmo com as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos em agosto, o país manteve o ritmo e obteve crescimento expressivo nas vendas externas.
O volume exportado chegou a 314,7 mil toneladas, superando o recorde anterior, registrado em julho do mesmo ano, quando foram exportadas 276,9 mil toneladas. Esse avanço representa um aumento de 25,1% em relação a setembro de 2024, consolidando o Brasil como o maior exportador mundial de carne bovina, segundo o levantamento oficial.
Setor bovino mostra força mesmo com barreiras comerciais
O resultado surpreendeu o mercado, principalmente porque foi alcançado apenas um mês após os Estados Unidos anunciarem novas tarifas sobre o produto brasileiro. Em agosto de 2025, o governo americano elevou em 50% as taxas de importação, somando um total de 76,4% de alíquota sobre a carne brasileira.
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Apesar do aumento, os embarques não pararam. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a diversificação dos mercados foi decisiva para compensar as perdas com os EUA. Países como o México ampliaram as compras, enquanto a China, principal cliente do Brasil, aumentou as importações durante o período.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que, mesmo com o impacto das tarifas, a competitividade da carne brasileira continua sendo um diferencial, principalmente por causa da qualidade e do custo menor de produção.
Tarifas americanas afetam, mas não freiam as exportações
As tarifas impostas pelos Estados Unidos surgiram em um momento delicado, já que o país enfrenta um ciclo de baixa produção pecuária e tem dependido de importações para atender sua demanda interna. Por isso, embora os volumes embarcados para o mercado americano tenham caído, o fluxo comercial foi mantido para atender contratos antigos e cortes premium.
Em julho de 2025, o Brasil já havia exportado 276,9 mil toneladas, recorde que durou pouco. No mês seguinte, com o impacto inicial das tarifas, as exportações caíram para 268,6 mil toneladas, mas logo se recuperaram em setembro, alcançando o novo pico histórico de 314,7 mil toneladas.
Esse comportamento confirma a resiliência do agronegócio brasileiro, que, mesmo sob pressão, se adapta rapidamente às mudanças globais. A combinação de diversificação de destinos e eficiência produtiva garantiu que o setor não apenas resistisse, mas alcançasse desempenho superior.
A força da carne brasileira no cenário internacional
A carne bovina do Brasil continua sendo uma referência mundial em qualidade e volume exportado. A China, principal compradora, manteve ritmo acelerado de aquisições, e o México consolidou-se como novo mercado de destaque. Além disso, outros países da América Latina e do Oriente Médio aumentaram as compras, atraídos pelos preços competitivos e pelo fornecimento estável.
De acordo com a Secex, a demanda global segue firme, impulsionada pela queda na oferta de rebanhos nos Estados Unidos e na Europa. Esse contexto favoreceu o Brasil, que reafirma sua posição de liderança, sustentando o crescimento mesmo diante de tensões comerciais.
Especialistas do setor apontam que o bom desempenho das exportações em 2025 é resultado de gestão eficiente, investimentos em tecnologia e controle sanitário rigoroso, fatores que reforçam a confiança internacional no produto brasileiro.
Perspectivas para o mercado e desafios à frente
O recorde de setembro mostra que o Brasil se consolidou como potência exportadora, mesmo em um cenário de instabilidade econômica global e restrições comerciais. Entretanto, o setor precisa manter o foco na diversificação de destinos e na sustentabilidade das operações, temas cada vez mais exigidos pelos compradores internacionais.
Segundo a Abiec, o desafio agora é manter o ritmo, sem comprometer o equilíbrio interno de oferta e demanda. Para isso, investimentos em inovação, rastreabilidade e novos acordos comerciais serão essenciais.
Ao mesmo tempo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) reforça que o desempenho recorde reflete o trabalho conjunto entre governo e iniciativa privada, que conseguiram proteger o setor dos efeitos mais severos das tarifas americanas.
Com base nos resultados de setembro, especialistas avaliam que o Brasil deve fechar 2025 com exportações superiores a 2,6 milhões de toneladas, o que representaria um crescimento histórico em meio a um cenário internacional desafiador.