Segundo a investidora Cindy Chojniak, a Receita Federal já tem informações de hospedagens no Airbnb entre 2021 e 2025 e pode aplicar multas de até 150% sobre o imposto devido.
Hospedar pelo Airbnb deixou de ser “renda extra sem burocracia”. De acordo com a engenheira e administradora Cindy Chojniak, que investe há mais de 10 anos, a Receita Federal passou a cruzar dados de 2021 a 2025 (CPF, endereço, valores e períodos de locação) para verificar se os rendimentos foram declarados corretamente. Quem ignorou a obrigação pode enfrentar multas que chegam a 150% do imposto devido, além de malha fina e outras sanções.
Para Cindy, a mensagem é clara: não se trata de criminalizar a atividade, mas de um ambiente de fiscalização mais rigoroso. A Receita Federal prioriza tecnologia de cruzamento de dados; omitir rendimentos virou alto risco. O objetivo desta matéria é explicar, de forma prática e imparcial, o que isso significa para anfitriões, como se prevenir e quais erros custam mais caro.
Quem a Receita mira — e por quê
O alvo são pessoas físicas e jurídicas que obtiveram renda com locações via plataformas como Airbnb entre 2021 e 2025, segundo Cindy.
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A Receita Federal possui dados suficientes para conferir se essa receita apareceu na declaração e se houve pagamento do imposto correspondente.
Cindy destaca que o foco não é “punir quem prospera”, e sim reduzir a omissão de rendimentos.
Em um cenário de digitalização do fisco, a probabilidade de o contribuinte “passar despercebido” diminuiu drasticamente.
A recomendação dela é tratar receitas de locação temporária como renda tributável, observando regras e prazos aplicáveis.
Quanto está em jogo: multas de até 150%
Segundo Cindy, a consequência mais pesada é a multa que pode chegar a 150% do imposto devido quando a Receita caracteriza infração grave.
Há malha fina, bloqueio de restituição, tributação por arbitramento e, em casos extremos, representação ao Ministério Público.
Na prática, cada mês não declarado pode acumular imposto, multa e juros, inflando rapidamente a dívida.
O custo de regularizar é sempre menor do que o custo de ser autuado.
Por isso, agir preventivamente é a estratégia mais eficiente.
Onde os dados “aparecem” para a Receita
Conforme explica Cindy, plataformas reúnem informações padronizadas: CPF/CNPJ do anfitrião, endereço do imóvel, valor recebido por reserva e datas de hospedagem.
A Receita Federal usa esses registros para cruzar com declarações de rendimentos do contribuinte.
Esse encadeamento permite identificar inconsistências entre o que a plataforma reporta e o que foi declarado.
Quanto mais organizado estiver o histórico do anfitrião (comprovantes, extratos e relatórios), mais simples é comprovar a origem e o tratamento tributário dado a cada período.
Por que a Receita intensificou a fiscalização
Para Cindy, três vetores explicam a mudança:
(1) crescimento do mercado de hospedagem por aplicativo,
(2) capacidade tecnológica do fisco para cruzar dados em larga escala e
(3) necessidade de “fechar o cerco” à omissão de rendas pulverizadas.
A Receita Federal enxerga a locação de curta temporada como atividade econômica relevante e, portanto, sujeita às mesmas exigências de transparência que outros setores já cumprem.
Quem se antecipar, organiza e declara corretamente, reduz risco e imprevistos.
Vale a pena regularizar agora?
Sim — e quanto antes. De acordo com Cindy, regularizar espontaneamente costuma ser mais barato do que esperar uma autuação.
Isso inclui revisar períodos de 2021 a 2025, conferir se toda a receita aparece no histórico e corrigir eventuais omissões por meio dos mecanismos disponíveis para retificação.
Outra vantagem: um histórico limpo facilita obter crédito, vender patrimônio e evitar travas na restituição.
Em um ambiente de fiscalização mais denso, compliance não é custo: é proteção do patrimônio.
Como reduzir riscos daqui para frente
Organize a documentação: mantenha relatórios mensais de reservas, comprovantes de repasses, notas/recibos e controle de despesas dedutíveis compatíveis com o regime tributário adotado.
Cindy enfatiza que registros consistentes são a melhor defesa.
Padronize o processo: estabeleça rotina de conferência dos valores recebidos e calcule o imposto do período antes do prazo.
Evite “acumular para ver depois” — é assim que nascem omissões e multas.
Revise anos anteriores: quem já operou entre 2021 e 2025 deve conferir o histórico e retificar se necessário.
Segundo Cindy, a iniciativa do contribuinte pesa positivamente e tende a reduzir o impacto financeiro caso haja divergências.
E você, é anfitrião ou pensa em começar? Já revisou 2021–2025 e montou seu checklist de documentação? Quais dúvidas mais pegam no seu caso — registrar tudo mês a mês, calcular o imposto ou retificar anos anteriores? Conte nos comentários: sua experiência real ajuda outros anfitriões a decidir o que fazer agora.