Receita Federal investiga fraudes na importação de combustíveis e petróleo. A Operação Cadeia de Carbono expõe lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada
A Receita Federal iniciou a Operação Cadeia de Carbono, uma ação estratégica de fiscalização voltada para o combate a fraudes na importação de combustíveis, petróleo e derivados.
A ofensiva tem como objetivo desarticular esquemas criminosos que envolvem interposição fraudulenta, lavagem de dinheiro e evasão fiscal, com impacto direto na arrecadação tributária e na integridade do comércio exterior brasileiro.
Fraudes na importação de combustíveis: foco da Receita Federal
A importação de combustíveis é uma atividade estratégica para o Brasil, tanto pelo volume financeiro envolvido quanto pela sua relevância energética. No entanto, esse setor tem sido alvo de práticas ilícitas que comprometem a arrecadação de tributos e a concorrência leal.
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A Receita Federal, ao deflagrar a Operação Cadeia de Carbono, busca enfrentar diretamente essas fraudes, que envolvem empresas de fachada, ocultação de beneficiários finais e uso indevido de benefícios fiscais. A ação visa proteger o mercado nacional e garantir que os recursos públicos não sejam desviados por organizações criminosas.
Alvos da Operação Cadeia de Carbono
A operação concentra-se em empresas que, apesar de apresentarem pouca ou nenhuma estrutura operacional, surgem formalmente como importadoras de cargas avaliadas em centenas de milhões de reais. Segundo a Receita Federal, essas empresas são utilizadas como “laranjas” por organizações criminosas que ocultam os verdadeiros responsáveis e os fluxos financeiros das operações.
Foram realizadas diligências simultâneas em 11 alvos distribuídos por cinco estados: Alagoas, Paraíba, Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo.
As ações incluíram:
- Avaliação da estrutura e capacidade operacional das empresas
- Coleta de documentos e depoimentos
- Verificação de requisitos para fruição de benefícios fiscais federais e estaduais
Logística e aparato operacional da Receita Federal
A deflagração da Operação Cadeia de Carbono mobilizou 80 servidores da Receita Federal, apoiados por 20 viaturas terrestres, uma aeronave operacional e um helicóptero de vigilância avançada. O aparato garantiu suporte às diligências fiscais e reforçou a presença institucional em pontos estratégicos ligados à logística e à distribuição de combustíveis.
A operação contou ainda com o apoio de outras instituições públicas, ampliando o alcance e a efetividade das ações.
Cargas retidas e valores envolvidos na importação de petróleo e derivados
Até o momento, foram retidas cargas de dois navios destinados ao porto do Rio de Janeiro, avaliadas em aproximadamente R$ 240 milhões. Os produtos incluem:
- Petróleo bruto
- Combustíveis diversos
- Hidrocarbonetos
- Óleo condensado de petróleo
Essas retenções foram realizadas com base em provas já colhidas que indicam irregularidades nas operações de importação. Os pontos de controle incluem portos, depósitos e terminais de armazenamento em São Paulo e outros estados.
A retenção das cargas é uma medida preventiva que visa impedir o avanço das fraudes e proteger o interesse público.
Crimes investigados pela Receita Federal na Cadeia de Carbono
A Receita Federal identificou indícios de diversos crimes, entre eles:
- Interposição fraudulenta
- Lavagem de dinheiro
- Evasão de divisas
- Sonegação fiscal
A legislação brasileira prevê o perdimento das mercadorias como forma de coibir essas práticas. Além disso, a Receita mantém diálogo permanente com o Poder Judiciário para garantir suporte legal às medidas de retenção e responsabilização.
A operação reforça o compromisso institucional com a proteção do interesse público e a integridade do sistema tributário nacional.
Próximos passos da Operação Cadeia de Carbono
A Operação Cadeia de Carbono não se encerra com as diligências iniciais. Os próximos passos incluem:
- Aprofundamento das auditorias fiscais sobre as empresas envolvidas
- Rastreamento da cadeia de contratos e documentos de importação
- Análise detalhada dos fluxos financeiros utilizados nas operações
- Identificação e responsabilização dos beneficiários finais
Além disso, será publicada uma Instrução Normativa reforçando as regras de controle e fiscalização da importação de combustíveis e hidrocarbonetos. A medida busca impedir a repetição de expedientes fraudulentos e fortalecer a conformidade no setor.
Combate à lavagem de dinheiro e interposição fraudulenta
A lavagem de dinheiro é uma das práticas mais complexas e prejudiciais à economia formal. Na Operação Cadeia de Carbono, a Receita Federal identificou mecanismos sofisticados de ocultação de patrimônio e dissimulação de fluxos financeiros, com uso de empresas de fachada e contratos simulados.
A interposição fraudulenta, por sua vez, consiste na utilização de terceiros para ocultar os verdadeiros responsáveis pelas operações. Essa prática dificulta a fiscalização e compromete a rastreabilidade das transações comerciais.
O combate a esses crimes exige inteligência fiscal, cooperação institucional e uso intensivo de tecnologia.
Boas práticas internacionais no controle da importação de combustíveis
A fiscalização da importação de combustíveis não é uma preocupação exclusiva do Brasil. Outros países já mantêm sistemas rigorosos de controle aduaneiro e rastreamento de fluxos financeiros. A Operação Cadeia de Carbono alinha-se às melhores práticas internacionais, promovendo:
- Transparência nas operações comerciais
- Cooperação entre órgãos públicos
- Fortalecimento da governança tributária
Além disso, o Brasil tem ampliado sua participação em fóruns internacionais de combate à lavagem de dinheiro e crimes fiscais, fortalecendo sua capacidade de resposta e integração com outras jurisdições.
Relevância da Operação Cadeia de Carbono para o futuro do setor energético
A Receita Federal, ao deflagrar a Operação Cadeia de Carbono, deu um passo decisivo no combate às fraudes na importação de combustíveis e derivados de petróleo. A ação demonstra a capacidade institucional de enfrentar esquemas complexos e proteger os interesses do Estado e da sociedade.
Com medidas rigorosas, tecnologia avançada e cooperação interinstitucional, a Receita Federal reafirma seu papel como guardiã da legalidade no comércio exterior.
Segundo a Receita Federal, para o cidadão, essa operação representa mais do que números: é a garantia de que os recursos públicos estão sendo protegidos e que o mercado opera de forma justa e transparente. O fortalecimento da fiscalização no setor de combustíveis é essencial para garantir segurança energética, justiça fiscal e desenvolvimento sustentável.