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Receita cria “Google Maps” dos imóveis para cruzar dados e elevar base de cálculo: IPTU, heranças e aluguéis mudam em 2026, com multas retroativas e cadeia

Publicado em 08/09/2025 às 11:58
A Receita Federal prepara um “Google Maps dos imóveis” que promete mudar a forma de cobrança de impostos no Brasil a partir de 2026. O sistema cruza dados de cartórios, prefeituras, estados e União para calcular tributos pelo valor real de mercado, segundo alerta do especialista Ben Zruel.
A Receita Federal prepara um “Google Maps dos imóveis” que promete mudar a forma de cobrança de impostos no Brasil a partir de 2026. O sistema cruza dados de cartórios, prefeituras, estados e União para calcular tributos pelo valor real de mercado, segundo alerta do especialista Ben Zruel.
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Sem aumentar a alíquota, o governo muda a base de cálculo: passa a usar valor de mercado em “tempo real” e cruzamento automático de dados para cobrar mais em IPTU, heranças/doações e aluguéis a partir de 2026.

A iniciativa não altera alíquotas, mas amplia a base de cálculo. Isso significa que o IPTU, o ITCMD (heranças e doações) e até os aluguéis informais passarão a ser fiscalizados com base em informações atualizadas em tempo real. Na prática, quem antes declarava valores abaixo do mercado verá a cobrança aumentar e com risco de multas, retroatividade e até processo criminal.

Como funciona o “Google Maps” dos imóveis

Segundo Ben Zruel, o projeto envolve dois pilares: o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB) e um sistema nacional de informações territoriais criado pelo Decreto nº 11.208/2022.

Cada imóvel terá um código único e um valor de referência alinhado ao preço de mercado.

Esses dados serão alimentados por cartórios, prefeituras, estados e a própria Receita Federal, formando uma base unificada.

O objetivo é reduzir fraudes e acabar com discrepâncias entre o que é declarado e o que realmente vale no mercado.

Na prática, o governo passa a enxergar em “tempo real” quem é dono, quanto vale e o que mudou em cada propriedade.

O que muda no IPTU

As prefeituras deixarão de usar plantas genéricas defasadas e adotarão o valor de mercado como base do cálculo.

Isso pode elevar significativamente o IPTU de imóveis valorizados nos últimos anos, já que o imposto passará a refletir o preço real.

Quem tem imóveis em áreas de forte crescimento imobiliário deve se preparar para aumentos consideráveis na cobrança.

O impacto será maior justamente para quem vinha pagando abaixo do valor de referência.

Heranças e doações mais caras

Para o ITCMD, que incide sobre heranças e doações, a mudança elimina o espaço para subavaliação.

Se o imóvel vale R$ 1 milhão no mercado, o imposto será calculado sobre esse valor e não sobre valores artificialmente reduzidos em declarações.

Isso significa que, mesmo sem alteração de alíquotas, o custo sucessório ficará mais alto a partir de 2026, dificultando planejamentos patrimoniais baseados em valores defasados.

Aluguéis: fim da informalidade

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Outro ponto de impacto será a tributação de aluguéis informais. O cruzamento de dados permitirá identificar quando um imóvel está ocupado por alguém que não é o proprietário.

Se não houver contrato declarado, o sistema presumirá a existência de locação.

Isso deve acabar com os contratos de gaveta e obrigar proprietários e inquilinos a formalizar os acordos.

Quem omitir informações corre risco de multa de até 20% e cobrança retroativa de cinco anos, corrigida pela Selic.

Multas, retroatividade e crime fiscal

As sanções previstas incluem:

  • Multa de 75% sobre o imposto não pago, chegando a 150% em caso de fraude.
  • Retroatividade de até cinco anos, com juros pela taxa Selic.
  • Possibilidade de enquadramento na Lei nº 8.137/1990, que define crimes contra a ordem tributária.

Ou seja, além do impacto financeiro, há risco de responsabilização criminal para quem tentar burlar o sistema.

Impactos e alternativas

De acordo com Zruel, o “Google Maps dos imóveis” representa um cerco total ao patrimônio.

Proprietários devem se preparar para oscilações no IPTU, custos mais altos em heranças e fim da informalidade nos aluguéis.

Especialistas recomendam estratégias como planejamento sucessório, holdings patrimoniais, diversificação em fundos imobiliários ou ativos no exterior, a fim de reduzir riscos fiscais e manter liquidez.

A criação do “Google Maps dos imóveis” marca um divisor de águas no sistema tributário brasileiro.

Sem alterar alíquotas, o governo deve ampliar a arrecadação pela base de cálculo real, impactando diretamente quem tem imóveis urbanos, rurais ou em locação.

E você, acredita que essa mudança vai trazer mais justiça fiscal ou apenas aumentar o peso para quem já paga impostos?

Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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