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Algo cruzou o céu com tamanha velocidade que nem os sensores dos satélites do Google conseguiram acompanhar

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 17/05/2025 às 13:33
satélite - google - imagens
Algo cruzou o céu com tamanha velocidade que nem os sensores dos satélites do Google conseguiram acompanhar

Registro raro feito por satélite europeu mostra o efeito visual causado por um Starlink em alta velocidade durante processo multiespectral de imageamento. Fenômeno viraliza e gera debates sobre a nova geração de satélites em órbita baixa.

Uma imagem curiosa e visualmente impactante capturada sobre o Texas, nos Estados Unidos, despertou a atenção de usuários do Reddit e intrigou astrofísicos e entusiastas da observação espacial. O registro foi feito em 30 de novembro de 2024 pelo satélite de observação francês Pleiades Neo, operado pela Airbus, e mostra um objeto em alta velocidade cruzando a atmosfera terrestre, com cinco sombras coloridas em sequência, um verdadeiro “rastro fantasmagórico” flutuando sobre o solo.

Segundo o astrofísico Jonathan McDowell, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, trata-se muito provavelmente do Starlink 31147, uma versão V2 Mini dos satélites de internet da SpaceX, parte da constelação orbital que hoje já conta com mais de 6.000 satélites ativos.

“Esse efeito visual é típico do imageamento multiespectral. O satélite-alvo se moveu tão rápido em relação ao Pleiades que foi captado em posições diferentes por cada sensor do espectro eletromagnético”, explicou McDowell em entrevista ao Space.com.

Como o fenômeno foi registrado?

O Pleiades Neo não faz uma única fotografia instantânea como câmeras comuns. Em vez disso, ele captura imagens em múltiplas faixas espectrais, como o infravermelho próximo, vermelho, azul, verde e uma imagem pancromática em tons de cinza. Essas faixas são combinadas digitalmente em um processo conhecido como pansharpening, que gera imagens coloridas de alta resolução.

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No caso específico, porém, a alta velocidade do objeto, cerca de 27.000 km/h, causou uma defasagem entre as capturas, resultando em cinco silhuetas levemente deslocadas, cada uma com uma cor distinta. A imagem final parece mostrar um satélite “fantasma” se replicando no espaço.

A sequência de cores segue a ordem de captação: o preto representa o infravermelho, seguido por vermelho, azul, verde e, por fim, a silhueta mais nítida em cinza. Em termos técnicos, isso é uma demonstração vívida da limitação temporal dos sensores frente a objetos orbitais em deslocamento angular acelerado.

Starlink Block v2-Mini-D2C. Fonte: space.skyrocke

O modelo V2 Mini é a nova aposta da SpaceX para expandir sua rede global de internet. Diferente dos satélites da primeira geração, esses dispositivos contam com dois grandes painéis solares laterais, atingindo cerca de 30 metros de envergadura, quase o dobro dos V1.

Além disso, trazem melhorias em capacidade de transmissão de dados, maior autonomia e potência de processamento local, além de sistemas mais robustos para evitar colisões espaciais, conforme exigências atualizadas da FCC (Federal Communications Commission) e da ESA (Agência Espacial Europeia).

De acordo com o último relatório da SpaceX divulgado em abril de 2025, a constelação Starlink já ultrapassou a marca de 2,6 milhões de usuários globais, com forte crescimento no Brasil, onde a empresa já cobre todas as regiões da Amazônia Legal com serviços de internet em escolas públicas e unidades de saúde remotas.

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Por que esses satélites intrigam tanto?

Os satélites Starlink operam em órbita terrestre baixa, entre 340 e 550 quilômetros de altitude, o que representa uma vantagem decisiva sobre os satélites geoestacionários tradicionais, que operam a cerca de 36 mil quilômetros. Essa proximidade permite baixa latência, ideal para aplicações que exigem resposta rápida, como telemedicina, aulas ao vivo, jogos online e comunicações militares.

Por outro lado, a presença de milhares de satélites na órbita baixa tem gerado preocupação entre astrônomos e ambientalistas. Um artigo recente da Revista Nature Astronomy alertou que os rastros deixados por constelações como a da Starlink podem comprometer a visibilidade de observações astronômicas fundamentais e interferir em pesquisas científicas.

“Estamos vivendo uma nova era de poluição luminosa orbital. É um desafio que precisa ser regulamentado com urgência”, afirmou a astrofísica Samantha Lawler, da Universidade de Regina, no Canadá.

Um futuro hiperconectado, e cada vez mais vigiado

O episódio da imagem “fantasmagórica” é apenas um símbolo visual do momento atual: um planeta que se torna, literalmente, cada vez mais coberto por satélites. Em 2025, a corrida por cobertura global de internet via espaço não envolve apenas a SpaceX. A Amazon, com o projeto Project Kuiper, e a China, com suas redes G60 StarNet e Hongyun, também competem pela dominância orbital.

Enquanto isso, a União Europeia planeja lançar a constelação IRIS² a partir de 2026, com foco em segurança cibernética, comunicação estratégica e apoio à defesa. Essa nova era espacial, marcada por satélites em massa, promete benefícios para a conectividade global — mas também levanta questões sobre segurança de dados, lixo espacial e privacidade global.

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Luna Rio
Luna Rio
23/05/2025 06:40

Essas experiências nunca serão a favor em prol do bem ,isso eu tenho a certeza..
Boa materia.

Kelvin
Kelvin
23/05/2025 06:32

Sem dúvida nenhuma que é o Superman tentando voltar no tempo….

Alex
Alex
22/05/2025 22:22

Os Power Rangers existem

Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, actualmente radicado en Río de Janeiro, Brasil, con trayectoria enfocada en la cobertura de temas militares, defensa, ciencia, tecnología, energía y geopolítica. Mi objetivo es traducir información técnica y compleja en contenidos accesibles y relevantes para un público amplio, siempre manteniendo el rigor periodístico. Sou apaixonado por explorar como a tecnologia y defensa impactam a sociedade eo desenvolvimento econômico. https://muckrack.com/noel-budeguer?

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