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Nos anos 60, a CIA gastou 20 milhões de dólares em um projeto secreto para transformar gatos em espiões, implantando microfones e baterias neles

Publicado em 10/10/2025 às 21:29
Durante a Guerra Fria, o projeto secreto da CIA “Acoustic Kitty” tentou criar o gato espião, símbolo da espionagem tecnológica mais inusitada da história.
Durante a Guerra Fria, o projeto secreto da CIA “Acoustic Kitty” tentou criar o gato espião, símbolo da espionagem tecnológica mais inusitada da história.
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Durante a Guerra Fria, a CIA criou um projeto secreto de 20 milhões de dólares chamado “Acoustic Kitty”, no qual gatos receberam implantes de microfones, transmissores e baterias em uma tentativa de usá-los como agentes de espionagem contra alvos soviéticos.

Nos anos 60, em pleno auge da Guerra Fria, a CIA desenvolveu um projeto secreto que uniu tecnologia, biologia e espionagem em um dos experimentos mais inusitados da história: o “Acoustic Kitty”. O plano pretendia transformar gatos em agentes infiltrados, equipando-os com microfones e transmissores embutidos no corpo, com o objetivo de captar conversas de oficiais soviéticos em áreas sensíveis de Washington D.C.

Com um orçamento equivalente a 20 milhões de dólares da época valor que hoje ultrapassaria 180 milhões o programa envolveu cirurgias experimentais, treinamento de comportamento e testes de campo. Apesar do alto investimento e do sigilo, o projeto terminou em fracasso absoluto, tornando-se um exemplo de até onde a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética podia chegar.

Como nasceu a ideia do “gato espião”

A concepção do projeto secreto Acoustic Kitty surgiu dentro da Divisão de Ciência e Tecnologia da CIA, em um contexto em que a espionagem eletrônica era uma das principais armas políticas.

A agência acreditava que gatos, por sua natureza silenciosa e discreta, poderiam circular entre diplomatas e agentes soviéticos sem levantar suspeitas.

Para isso, os animais passaram por cirurgias complexas nas quais receberam implantes de microfone no canal auditivo, transmissor na base do crânio, antena disfarçada no rabo e bateria inserida no corpo.

O objetivo era simples e ambicioso: permitir que os gatos se aproximassem de conversas estratégicas e transmitissem em tempo real os diálogos captados.

O treinamento e o desastre da primeira missão

Durante anos, engenheiros e veterinários da CIA tentaram condicionar os gatos a seguir trajetos e obedecer comandos algo que já se mostrava difícil até mesmo em condições normais.

O treinamento incluía reforços alimentares, sons de estímulo e obstáculos, mas a natureza independente dos felinos logo se revelou incompatível com o controle exigido por uma operação de inteligência.

A primeira missão real foi realizada em Washington D.C., perto de um complexo diplomático soviético.

O gato equipado foi liberado nas proximidades de um banco público, onde deveria se aproximar de dois alvos.

No entanto, o animal se distraiu, desviou da rota e foi atropelado por um táxi poucos minutos após o início da operação. O episódio selou o destino do projeto.

O fim de uma operação de espionagem improvável

Embora o acidente seja frequentemente apontado como o motivo do encerramento, documentos desclassificados da CIA mostram que o “Acoustic Kitty” foi encerrado em 1967 por razões técnicas e comportamentais.

O relatório final reconhece que, apesar de “avanços significativos em miniaturização e transmissão”, o comportamento imprevisível dos gatos inviabilizava qualquer uso operacional.

A agência concluiu que seria impossível garantir que os animais se dirigissem ao ponto certo, permanecessem imóveis ou reagissem adequadamente em ambientes urbanos.

Assim, após cinco anos de pesquisa e milhões de dólares investidos, o projeto foi oficialmente descontinuado um fracasso que se tornou uma lenda nos bastidores da inteligência norte-americana.

Um símbolo da corrida tecnológica da Guerra Fria

O projeto secreto Acoustic Kitty é hoje citado como um exemplo extremo da competição científica e tecnológica que marcou a Guerra Fria.

Em meio à corrida espacial e ao desenvolvimento de armas nucleares, as agências de inteligência buscavam soluções de espionagem cada vez mais criativas e, em alguns casos, absurdas.

Mesmo sem resultados práticos, o caso contribuiu para o avanço de técnicas de escuta, miniaturização de transmissores e estudos comportamentais em animais, áreas que mais tarde serviriam de base para dispositivos modernos de vigilância.

O episódio mostra como a obsessão pelo sigilo e pela vantagem estratégica podia ultrapassar limites éticos e científicos.

Você acha que a espionagem tecnológica justificava experiências tão radicais como o projeto secreto da CIA? Ou o Acoustic Kitty foi apenas um exemplo de desperdício na corrida pela superioridade na Guerra Fria? Deixe sua opinião nos comentários queremos saber como você enxerga esse episódio da história.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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