Entenda como o biometano na segurança energética de Pernambuco fortalece a matriz energética e promove sustentabilidade e desenvolvimento regional.
A segurança energética vem ganhando cada vez mais atenção em Pernambuco e no Brasil.
Nos últimos anos, o mundo viveu uma transição energética significativa, marcada pela busca por fontes renováveis e pela redução da dependência de combustíveis fósseis. Além disso, o biometano surge como uma alternativa estratégica, capaz de fortalecer a matriz energética do Estado e, ao mesmo tempo, apoiar a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico regional.
A governadora Raquel Lyra visitou recentemente o Ecoparque Orizon, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, para acompanhar de perto o projeto de produção e fornecimento de biometano. Dessa forma, a iniciativa nasce da parceria entre a empresa privada Orizon e a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), consolidando um modelo inovador de produção energética a partir de resíduos orgânicos.
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Historicamente, Pernambuco enfrentou desafios significativos em termos de abastecimento de energia. Durante décadas, o Estado concentrou sua matriz em gás natural e energia elétrica gerada por termelétricas. Isso tornou o Estado dependente de fontes fósseis. Consequentemente, a economia local ficou exposta às flutuações do preço internacional do petróleo e aos riscos ambientais decorrentes da emissão de gases poluentes.
Nesse cenário, a introdução do biometano na segurança energética de Pernambuco muda o paradigma energético do Estado, promovendo maior autonomia e sustentabilidade. Portanto, a adoção de fontes renováveis, como o biometano, cria oportunidades de inovação tecnológica e industrial, fortalecendo a competitividade do setor energético local.
O Ecoparque Orizon e a inovação na produção de biometano
O Ecoparque Orizon instalou um gasoduto de 9 km, já concluído em sua etapa física. A empresa inicia até 180 dias de testes antes da operação plena.
Além disso, o volume contratado inicialmente de 60 mil m³/dia foi ampliado para até 130 mil m³/dia, reforçando a capacidade do empreendimento. Segundo o diretor de relações institucionais da Orizon, Percy Soares, a planta de biometano está pronta para operar e vai descarbonizar a matriz de gás de Pernambuco, aproveitando resíduos orgânicos que antes iam apenas para aterros sanitários.
O biometano resulta da decomposição de resíduos orgânicos, como restos de alimentos e resíduos industriais. Esse processo transforma lixo em energia limpa, reduz emissões de gases de efeito estufa e contribui para a economia circular.
No entanto, historicamente, os resíduos eram descartados, gerando desperdício de matéria-prima e problemas ambientais.
Com a produção de biometano, Pernambuco consegue gerar energia, combustível derivado de resíduos e produtos reciclados, promovendo um ciclo produtivo sustentável. Assim, para a governadora Raquel Lyra, o projeto exemplifica a nova economia, que combina inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico.
Durante a visita ao Ecoparque, ela destacou que o empreendimento permite fechar um ciclo produtivo, beneficiando indústrias e clientes da Copergás, que poderão descarbonizar suas operações de forma efetiva. “Não é só discurso, precisa acontecer agora”, afirmou, enfatizando a importância de ações práticas na transição energética.
Além disso, o projeto contribui para a formação de profissionais especializados em energias renováveis. Essa capacitação garante que Pernambuco consolide sua posição como polo de tecnologia limpa, estimulando pesquisas e desenvolvendo soluções inovadoras.
Impactos econômicos e sociais do biometano
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, também destacou a relevância do Ecoparque para o fortalecimento de arranjos produtivos e indústrias locais.
A produção de biometano não apenas aumenta a segurança energética, mas também impulsiona a economia, gera empregos e fortalece cadeias produtivas. Atualmente, cerca de 500 pessoas já trabalham no empreendimento. A expectativa é que esse número cresça nos próximos meses, beneficiando Pernambuco e Jaboatão dos Guararapes.
Bruno Costa, diretor-presidente da Copergás, ressaltou que a iniciativa segue as diretrizes de sustentabilidade do governo estadual e representa um investimento estratégico para Pernambuco. A planta visitada é a maior unidade de biometano do Nordeste. Assim, consolida o Estado como um hub energético regional.
Portanto, esse movimento mostra que a produção de biometano pode crescer e se replicar em outras regiões. Ele transforma Pernambuco em referência no setor. O biometano contribui significativamente para a diversificação da matriz energética, um fator crucial para a resiliência energética.
Além disso, o biometano reforça a economia circular. Ele gera novos produtos a partir de resíduos orgânicos e incentiva empresas a desenvolver soluções sustentáveis. A presença de uma indústria moderna e limpa atrai investimentos e valoriza o território local. Isso cria oportunidades de crescimento para municípios vizinhos.
Sustentabilidade e inovação tecnológica
Em um cenário global marcado por instabilidade nos preços do petróleo e crises climáticas, contar com fontes renováveis, como o biometano, garante segurança no fornecimento de energia. Ele também reduz vulnerabilidades econômicas e ambientais.
Ao mesmo tempo, o aproveitamento de resíduos orgânicos fortalece políticas de sustentabilidade e gestão eficiente de recursos, alinhando desenvolvimento energético à preservação ambiental.
Historicamente, o Brasil iniciou as energias renováveis com foco em hidroelétricas e biomassa. Pernambuco, entretanto, se destacou por investir em alternativas diversificadas, como energia solar, eólica e biometano. Assim, esse movimento demonstra maturidade política e econômica, atenção à inovação tecnológica, fortalecimento das indústrias locais e compromisso com sustentabilidade.
O biometano na segurança energética de Pernambuco não se limita à geração de energia. Ele cria efeito multiplicador na economia local, atrai investimentos, fortalece empregos e estimula o desenvolvimento de tecnologias verdes. A utilização de resíduos como fonte energética mostra uma abordagem moderna, capaz de transformar desafios ambientais em oportunidades econômicas.
Portanto, a diversificação da matriz energética ajuda Pernambuco a se preparar para o futuro, garantindo que o Estado esteja menos suscetível a crises externas e mais apto a atender às demandas da população e das indústrias de forma contínua e sustentável.
Pernambuco como referência em energia limpa
O papel de Pernambuco como referência regional em energia limpa se fortalece com o projeto. Ao adotar o biometano de forma estratégica, o Estado reduz sua dependência de combustíveis fósseis e se coloca à frente na agenda de descarbonização.
Dessa forma, essa transição é essencial para atender às demandas de sustentabilidade do século XXI, garantindo energia confiável, limpa e acessível para indústrias, empresas e cidadãos.
Além disso, a produção de biometano reforça políticas públicas de gestão de resíduos sólidos, seguindo diretrizes ambientais nacionais e internacionais. A integração entre setor público e privado, como a parceria entre Orizon e Copergás, mostra que a transição energética é viável e gera benefícios sociais, econômicos e ambientais simultaneamente.
Em síntese, o Ecoparque Orizon demonstra como o biometano pode ser um vetor estratégico para a segurança energética de Pernambuco, promovendo diversificação, sustentabilidade e crescimento econômico. O projeto reforça o compromisso do governo estadual em liderar a transição energética, consolidando Pernambuco como polo de inovação e referência em energias renováveis no Nordeste.
Ao transformar resíduos em energia limpa, o Estado contribui para a preservação ambiental e fortalece sua economia e qualidade de vida. Assim, o exemplo pernambucano mostra que é possível unir desenvolvimento econômico, responsabilidade ambiental e inovação tecnológica.
O biometano se apresenta como uma solução concreta, capaz de enfrentar desafios históricos da matriz energética e garantir um futuro sustentável para Pernambuco e o Brasil.